As próxima eleições legislativas, a realizar ainda em
2015, estão a condicionar as políticas e a estratégia do governo PSD/CDS, que
tem como objetivo central perpetuar no poder o bloco de direita e as suas
políticas de austeridade e de reconfiguração do Estado-Esta é uma das
conclusões do debate sobre a situação social e política realizado no passado
fim –de- semana de 21/22 de março, em Coimbra, pela Comissão Política Nacional
da BASE-FUT.
As
trapalhadas contínuas, a mentira, as decisões em cima do joelho, os casos
frequentes de corrupção de altos funcionários do Estado e de políticos
desenvolvem o sentimento popular de descrédito na ação política, nos partidos
e, pior ainda, no sistema democrático. Reforçando este sentimento de descrédito
e de resignação existente no povo português temos a incapacidade do governo em
enfrentar os problemas, em grande parte criados por ele, no campo da educação e
da saúde.
A falta
de pudor e de respeito pela dignidade das pessoas por parte dos governantes é
uma das notas mais relevantes da atual situação política e social. As pessoas
contam muito pouco para este governo que, por sua vez, transmite essa cultura
de falta de humanidade para as demais instituições e para o dia –a- dia da
sociedade. A impunidade, a falta de solidariedade, a lei do mais forte vão
corroendo os laços entre as pessoas, afetando fortemente a coesão social da
nação.
As
decisões políticas, sociais e laborais deste governo, com o apoio da «Troika»
vão deixar a sociedade pior sob ponto de vista de qualidade da democracia, da
igualdade e da justiça social. Esta maioria de direita aprofundou as
desigualdades, a pobreza e a incultura, aproveitando o memorando de
Entendimento da «Troika» para mudar o país.
Esta
situação, vivida em Portugal de modo dramático pelos desempregados e mais
pobres, particularmente os idosos, tem que ser alterada já nas próximas
eleições. É necessário mudar não apenas de poder mas também de políticas. Neste
sentido é muito importante a mobilização e participação dos portugueses na vida
social e política. É absolutamente necessário para o nosso futuro combater as
inevitabilidades do «pensamento único», a resignação e o medo que nos tolhe e
retira a esperança num futuro melhor!
É
importante que as pessoas participem e se empenhem nas organizações sociais e
políticas e procurem mudar o rumo dos acontecimentos; é necessário procurar
alternativas, alianças, plataformas capazes de retirar o poder a esta maioria. A
abstenção, o virar as costas, o considerar a ação política suja é a melhor
maneira de entregar o poder aos oportunistas e corruptos.
O mesmo
empenhamento e participação das pessoas conduzirão também a uma alteração da
relação de forças na União Europeia. A austeridade reforça a «economia que mata»
e não resolve os principais problemas dos europeus. A nova dinâmica política
introduzida pelo governo grego e a luta de outras forças sociais e políticas,
nomeadamente dos sindicatos, podem proporcionar, e já estão a proporcionar de
facto, uma alteração nas políticas europeias. O desemprego, a pobreza e
degradação dos serviços públicos e da vida laboral atinge quase todos os países
da União Europeia.Esta situação terá que ser invertida pelas forças sociais e
políticas que não aceitam o retrocesso social e até civilizacional do nosso
continente!
Coimbra, 22 de março de
2015
Sem comentários:
Enviar um comentário