PASTORAL OPERÁRIA E O DESEMPREGO


A Comissão Nacional da Pastoral Operária tomou recentemente posição sobre o desemprego em Portugal apelando á responsabilidade das autoridades e empresas e á solidariedade de todos.Uma posição de uma organização da Igreja Católica que é de salientar:


No dia 22 de Novembro de 2008 esteve reunida no Instituto Justiça e Paz, em Coimbra, a Comissão Nacional de Pastoral Operária.
A Pastoral Operária congrega os organismos que fazem trabalho de Igreja em Mundo Operário, nomeadamente, Juventude Operária Católica (JOC), Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC), Movimento de Apostolado de Adolescentes e Crianças (MAAC), Padres e Religiosas Em Mundo Operário (PEMO e REMO).
A Comissão Nacional de Pastoral Operária é constituída por um representante de cada organismo membro e seus assistentes e por um representante de cada Comissão Diocesana de Pastoral Operária.
No final desta reunião, que teve como assunto principal o problema do desemprego, sobre o qual reflectimos com o contributo de Abel Pinto, economista, decidimos tornar pública a nossa reflexão em jeito de denúncia e apelo à sociedade em geral e às autoridades governativas, locais e nacionais em particular.
Sobre a realidade do desemprego constatamos que se vivem momentos muito difíceis no Mundo Operário. Continua a existir um grande número de desempregados de longa duração, sem perspectivas de emprego e com os direitos de protecção social a terminar, ao mesmo tempo que cresce a um ritmo preocupante o número de trabalhadores que perdem o emprego.
Há regiões do país onde a percentagem de desemprego é elevadíssima, em especial onde predomina sectores como o têxtil, confecção, lanifícios e calçado.
Esta situação tem provocado a perda de poder económico dos trabalhadores e suas famílias, privando-os de uma série de relações sociais, levando muitas vezes à exclusão e a novas formas de pobreza.
Face a esta realidade o encontrar de soluções cabe, por um lado, àqueles que nos governam porque “a obrigação de conceder fundos em favor dos desempregados, (…) é um dever que deriva (…) do princípio do uso comum dos bens ou, para exprimir o mesmo de maneira ainda mais simples, do direito à vida e à subsistência”, como nos afirma a encíclica de João Paulo II sobre o trabalho humano, no seu número dezoito. Por outro lado, todos nós somos chamados a ser parte da solução, através do desenvolvimento de dinâmicas solidárias.
Acreditamos que só com uma sociedade orientada para o bem comum é possível ultrapassar muitas das dificuldades que assolam os trabalhadores e suas famílias.

Apelamos:
· Às autoridades competentes no sentido de apresentarem programas específicos de apoio em regiões mais deprimidas.
· Às associações e comunidades paroquiais que apoiem a criação de espaços de solidariedade e partilha, de incentivo ao voluntariado e até de iniciativas de criação do próprio emprego.
· Aos trabalhadores e famílias no sentido de serem mais solidários e tolerantes neste tempo de fragilidade.

A Pastoral Operária está empenhada em dar o seu contributo, continuando a aprofundar esta problemática que tanto afecta os trabalhadores, promovendo a solidariedade, denunciando injustiças e sendo anunciadora de esperança.

A Pastoral Operária terá como tema congregador da sua dinâmica para este ano social 2008/2009 a problemática do desemprego.

Sem comentários: