PLATAFORMA CONTRA ASSÉDIO NO TRABALHO!



Um grupo de cidadãos de diferentes áreas de actividade decidiu constituir-se em «Plataforma contra o Bullyng no  Trabalho» tendo como objectivo  aumentar  a informação e sensibilização da sociedade portuguesa para este tema, conhecido também por assédio no trabalho e que nos próximos meses vai estar em debate no Parlamento, no âmbito de uma iniciativa legislativa.
Um dos objectivos essenciais desta Plataforma é precisamente contribuir para que o novo diploma possa defender as vítimas do bullyng no trabalho de forma mais eficaz do que o actual artigo 29º do Código do Trabalho. Nesse sentido, para além da informação e sensibilização de várias entidades para o tema, a Plataforma irá solicitar audiências aos grupos parlamentares dos partidos de esquerda para apresentar propostas e sugestões que possam ser consideradas pelo legislador no novo diploma.
Várias entidades, nomeadamente a BASE-FUT foram convidadas a aderir ou apoiar.





MOVIMENTO DEBATE FAMÍLIA E INSTABILIDADE SOCIAL!


A Liga Operária Católica/Movimento dos Trabalhadores Cristãos promove de 6 a 9 de outubro, em Pombal, um seminário internacional tendo como tema geral a «familía e a instabilidade social».
Face aos impactos que têm nas famílias o desemprego, a precaridade,  as políticas de austeridade, as migrações, que podemos fazer, como movimentos do mundo laboral e como cristãos, para a conciliação da vida familiar com o trabalho e o acolhimento aos refugiados?  Este tema será tratado por Manuel Carvalho da Silva, Sociólogo; Professor Universitário; Coordenador do Centro de Estudos Sociais Lisboa. 
A iniciativa tem o apoio do EZA e da Comissão Europeia. A BASE-FUT participará com dois dirigentes a Carolina Fonseca,  do Porto, e o Pierre Marie, de Coimbra.
José Paixão, Coordenador Nacional da LOC, considera este seminário de grande importância dado que a família raramente é tratada como família trabalhadora.


DIREÇÃO DA BASE REÚNE EM LISBOA!

A Comissão Executiva Nacional da BASE-FUT vai reunir em Lisboa no próximo dia 8 de outubro.
Da agenda de trabalhos estão várias matérias com destaque para a análise à situação social e política, o novo Orçamento de Estado, a situação europeia e os desenvolvimentos futuros!
Será ainda feita uma avaliação da organização regional da BASE, planificação de 2017, aniversário a comemorar em Novembro, e intervenção laboral e sindical, com destaque para a formação e informação dos trabalhadores.
A Comissão Executiva Nacional é composta por militantes da BASE-FUT de várias regiões do país eleitos em Congresso Nacional.

PAULO CAETANO-trabalho de base e ser para os outros!

Paulo Caetano é o Coordenador Regional da BASE -FUT das Beiras e também Presidente do Centro de Formação e Tempos Livres. É ainda vereador do Município de Seia e desenvolve diversas atividades eclesiais como cristão empenhado na igreja local. Casado e pai de dois filhos o Paulo está sempre disponível para os outros e para a comunidade! Publicamos uma pequena entrevista para o conhecermos melhor.

1ª Em poucas palavras como avalias a tua experiência de autarca e como a articulas com outras atividades políticas, nomeadamente na BASE-FUT? Podemos dizer que é um trabalho de base?

Tem sido uma experiência enriquecedora, que me tem munido de competências e capacidades para uma intervenção mais séria e sólida na vida politica, económico-social e familiar. Ser autarca tem-me permitido conhecer e estar próximo das pessoas, fazendo uso da política para tomar algumas decisões que melhorem a vida das pessoas. Esta experiência têm-me permitido formar opinião pessoal e expressar de uma forma mais autónoma e consciente sobre a realidade que se vai passando à minha volta, fazendo um trabalho de base, uma intervenção mais real, fecunda e cívica. E é neste contexto que eu situo a BASE-FUT, ou seja, nesta plataforma de vida que integra o socio, profissional e familiar, partindo de um trabalho de base e proporcionando uma intervenção cívica.

2ª Atualmente quais são na tua opinião as maiores dificuldades para conciliares a tua vida profissional e militante com a vida familiar?

Eu diria que são 3 as maiores dificuldades para conciliar a vida familiar, militante (voluntária) e profissional. Primeiro a exigência que o mundo profissional está a colocar nos trabalhadores, nãos e excluindo aqui os autarcas, pois desde cedo entendi que estava para servir e não ser servido! Depois, a necessidades de dar resposta às pessoas, resultante da sua cada vez maior exigência. Em terceiro lugar, diria que é a nossa incapacidade de sermos nós próprias e aproveitar as coisas boas que a vida tem. Claro que para exercer as minhas funções, muitas vezes a família ficou prejudicada, pois a exigência e o levar a sério as minhas funções, não permitiu que eu desse mais tempo e dedicação. Resumindo, o mais difícil tem sido o equilíbrio destes três fatores, que ora traz alegrias e outras nem por isso!

3ª A tua atividade política é alimentada pelas tuas convições de cristão? De que maneira?

Ser cristão hoje em dia é uma tarefa tão exigente como ser politico ou carpinteiro. Aplicar os princípios de cristão na politica, tem sido em muitos momentos, contrariar as regras já existentes e dar oportunidades a quem ainda não as tinhas. E fascina esta oportunidade de ajudar as pessoas mais simples, que não têm mais ninguém a quem recorrer. Ser bom, à maneira de Cristo, não me pode deixar de tomar as decisões, por mais difíceis que possam ser, aplicando as regras da justiça e igualdade. No fundo, é ser uma pessoa dedicada, fiel aos princípios e colocar a minha função e os outros em primeiro lugar.

4ª Como aprecias este Governo PS com apoio das esquerdas? É preciso ir mais longe e é possível?

Eu vejo a política como uma arte nobre que está ao serviço dos outros, neste caso ao serviço dos cidadãos. Para mim a política permite tomar decisões, legitimadas pelo voto e pelos normativos legais. Tendo em vista os recursos disponíveis, as decisões políticas são a arte do possível e da pluralidade dos resultados. Este governo tem-me surpreendido pela positiva, nomeadamente pela capacidade de equilíbrios, de consensos e, sobretudo, de ser capaz de fazer as prioridades assentes nas pessoas. É sempre possível ir mais longe. Mas, a diversidade e diferença dos partidos e seus líderes, que sustenta parlamentarmente o governo, pode ditar
o fim desta experiencia política, que tem sido olhada atentamente pela europa e, que em muitos casos, é dada como uma ensaio político interessante e positivo. E por outro lado, veio mostrar que a política e o respetivo poder de influência pode atrair até mesmo aqueles que gostam muito de só fazer oposição.

A PRECARIEDADE NA0 É MOD0 DE VIDA! -I



-Texto de apoio para um debate alargado sobre a precariedade e suas consequências para os trabalhadores, suas famílias e para a sociedade-

A estabilidade no trabalho – isto é a existência de uma relação de trabalho de duração indefinida e regulada por um um conjunto de direitos e garantias que protegem o trabalhador – não é um dado natural das relações laborais. É antes uma conquista civilizacional pela qual os trabalhadores e a suas organizações se tiveram de bater arduamente ao longo de décadas. Mais ainda, a estabilidade no trabalho é uma conquista incompleta e frágil. Incompleta, porque a estabilidade no trabalho nunca foi nem é regra em vastas áreas do globo. Frágil, porque a estabilidade no trabalho atenua seriamente um dos mecanismos fundamentais do capitalismo – a exploração do trabalho – estando a sua manutenção sempre dependente da capacidade dos trabalhadores e das suas organizações de forçarem a criação, melhoramento e aplicação de quadros legais de proteção laboral e de sensibilizarem a sociedade para a sua desejabilidade.
Nas últimas duas décadas, assistimos a um novo ciclo de precarização do trabalho – isto ao crescimento do número de trabalhadores que não é ou é apenas parcialmente abrangido pelos mecanismos de estabilização das relações laborais. As formas de precarização do trabalho são diversas e surpreendem por vezes pela sua criatividade – “falsos” recibos verdes, bolsas e estágios são apenas alguns dos exemplos. Este ciclo de precarização não surge também ele por acaso. Antes corresponde à implementação do projeto político e económico neo-liberal, para o qual o agravamento do desequilíbrio de poder nas relações laborais é um elemento central. 

Precariedade e exploração do trabalho
 
Este desequilíbrio favorece fortemente a transferência de rendimentos do trabalho para o capital, através da intensificação da exploração do trabalho – seja através da compressão salarial, do aumento do horário e dos dias de trabalho ou do estreitamento do intervalo de tempo correspondente a trabalho suplementar. Ao mesmo tempo, intensifica a transferência do capital para o trabalho dos riscos inerentes à atividade económica, através da facilitação dos despedimentos e da redução das contribuições patronais para a segurança social.
Os efeitos sociais e económicos do recrudescimento da precariedade no trabalho são profundos e fazem-se sentir em múltiplas áreas da vida individual e coletiva. Os trabalhadores precários estão mais expostos a piores condições de trabalho, auferem de salários mais baixos, beneficiam de menor proteção no desemprego e na doença. Estão também sujeitos a carreiras contributivas mais irregulares, afetando as pensões de reforma que receberão no futuro. A precariedade também se constitui como um fator de discriminação no acesso ao crédito para satisfação de necessidades básicas – em particular, a habitação – e à compra de bens de consumo.
Uma sociedade com elevados níveis de precariedade no trabalho põe em causa à sua própria reprodução. Ao reduzir a incapacidade de os trabalhadores projectarem o seu futuro e ao favorecer o desequilíbrio entre a vida familair e a vida profissional, a precaridade acarreta uma pressão sobre a natalidade. No plano cívico, a precariedade promove o isolamento e o individualismo, dificultando a ação coletiva e a participação cívica e assim enfraquecendo a vida democrática. No plano económico, a subtração ao pagamento de contribuições põe em causa a sustentabilidade da segurança social, que é em Portugal um mecanismo fundamental de redistribuição de riqueza.
Texto elaborado por Pedro Estevão para o debate da Comissão para os Assuntos do Trabalho/CAT da Grande Lisboa.

N0TA:Novos contributos são necessários, nomeadamente sobre as consequências da precariedade para a organização e ação sindical e para a saúde e segurança dos trabalhadores.

LUTAR C0NTRA A HUMILHAÇÃ0/ASSÉDI0 N0 TRABALH0!



0s activistas sindicais e em particular os delegados sindicais devem estar atentos aos riscos para a segurança
e saúde dos trabalhadores! Devem estimular e promover nomeadamente a eleição de representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde na sua empresa e/ou serviço.
A perspectiva sindical, embora possa ser convergente em alguns aspectos com a empresa é radicalmente diferente e até oposta, pois coloca os interesses dos trabalhadores e a sua saúde à frente dos interesses e lucros patronais.
No actual quadro de trabalho precário e pressão sobre os trabalhadores o delegado sindical deve estar atento em especial aos chamados riscos psicossociais como o stresse crónico, humilhação no trabalho ou assédio moral e o esgotamento ou burnout.
0 assédio moral existe em muitas empresas e serviços públicos. Calcula-se que 7% da população trabalhadora, cerca de 350 mil pessoas, sofre de assédio moral. Infelizmente não temos dados globais sobre esta situação muito grave. Não temos esses dados porque nunca mais avançou o prometido inquérito às condições de trabalho em Portugal da responsabilidade do Ministério do Trabalho e, muito em particular, da ACT.
O delegado sindical deve estar atento às situações de sofrimento no trabalho procurando defender os trabalhadores, não os deixando isolados e perseguidos e denunciando a situação às entidades públicas, nomeadamente à ACT/inspeção do trabalho e aos sindicatos. 0 Assédio moral é crime reconhecido em vários países. Claro que é difícil provar este crime pois os colegas da vítima têm medo de falar porque sabem que poderão perder o emprego. É necessário avançar urgentemente com a legislação que está em debate na Assembleia da República. 0 atual artigo 29º do Código do Trabalho é insuficiente para defender as vítimas da humilhação no trabalho!

Informação Laboral

BURNOUT ou o queimanço de quem trabalha!


Um conjunto de organizações de trabalhadores da área católica com destaque para as organizações Liga Operária Católica/Movimento dos Trabalhadores Cristãos e a sua congénere alemã KAB, organizam nos dias 14, 15 e 16 do corrente mês de setembro um seminário internacioanal em lisboa sobre o Burnout, consequências para a saúde dos trabalhadores e estratégias de prevenção. 0 CFTL/BASE-FUT participará nesta iniciativa, nomeadamente com a sua Coordenadora Nacioanal, Antonina Rodrigues.

«No mundo de trabalho atual – e provavelmente também na futura fase da digitalização progressiva – além de factores individuais, principalmente factores ligados ao posto de trabalho levam à sobrecarga e a respectivos sintomas de stresse vegetativos, levando cada vez mais a sintomas de Burnout, cumulando em doenças graves (DGPPN Taskforce -  Berger, Linden, Voderholzer, Hillert, Schramm, Maier 2012). 
Um em dez trabalhadores na Europa já ficou em casa por causa de depressão (associação europeia European Depression Association (EDA)). Tanto assim que cada ataque de depressão causa na média uma falta de 36 dias de trabalho. Riscos psicossociais e stresse relacionado com o trabalho são dos maiores desafios no que diz respeito à segurança e proteção da saúde no local de trabalho. Eles prejudicam bastante a saúde do indivíduo, mas também têm efeitos negativos às empresas e economias. 
Aproximadamente metade dos trabalhadores europeus acham que stresse é normal no seu posto de trabalho e aproximadamente 50 por cento das faltas resultam de stresse (Agência para a Segurança e Saúde no Trabalho 2015). No nosso seminário queremos abordar diversos modelos de prevenção e elaborar estes modelos operacionalmente para o benefício do “Diálogo Social”. Em particular queremos abordar o modelo “Job-Demand-Control-Support” (Karasek & Theorell 1990), o modelo “Efford-Reward-Imbalance” (Siegrist 1996) e o modelo “Organizational Justice” (Greenbert 1990). Mais um destaque será o “Sense of Coherence” de Antonovsky. Com estes conhecimentos queremos, orientados para a prática, nomear factores de riscos relacionados às organizações e elaborar opções de prevenção relativas.» Retirado da introdução ao programa do seminário..

0rganizadores:

  • Centro Europeu para os Assuntos dos Trabalhadores / EZA,  Nell-Breuning-Haus / NBH (Alemanha),
  • Liga Operária Católica - Movimento de Trabalhadores Cristãos  (Portugal)
  • Confédération des Syndicats Chrétiens Verviers-Ostbelgien / CSC (Belgien),
  • Katholische Arbeitnehmer-Bewegung Diözesanverband Aachen (Movimento de Trabalhadores Católicos Associação Diocese Aquisgrana, Alemanha)
  • Nota:com apoio da Comissão Europeia

ANT0NI0 BATALHA: operário , agricultor e poeta!

António Batalha nasceu a 8 de Dezembro de 1930, nasceu na Achada, residente na Amendoeira, sobreiro,

concelho de Mafra.Exerceu a profissão de oleiro desde a idade de 12  até aos 34 anos.
Trabalhou na F0C de 1964 até 1986.Depois voltou às suas origens de oleiro e agricultor terminando a sua vida nestas atividades e escrevendo sempre poesia.Tem vários livros publicados com poemas onde é manifesta a sua fé cristã, o seu militantismo operário e agrícola!Esse empenhamento custou-lhe caro, nomeadamente na fábrica F0C onde o patrão exerceu sobre ele o que agora modernamente chamamos «assédio moral», humilhação e perseguição.Ver mais