CONTRA A TROIKA, MARCHAR!

A TROIKA é o Bombo da ira popular! Com toda a razão pois eles são os representantes dos
grandes investidores que ganham imenso dinheiro com o dinheiro que nos emprestaram com condições draconianas
.
 Condições de tempo e de juros insustentáveis e que lançaram a nossa economia para o fundo do poço, para uma espécie de inferno, cuja mais dramática expressão é o desemprego! Mas essa Troika representa instituições que nos obrigam a esta austeridade infernal.
 A todas elas nós pertencemos como país pretensamente soberano, mas efetivamente dependente e sem capacidade de fazer ouvir a nossa voz!
Devem ser os portugueses a fazer ouvir a sua voz. Sábado, em toda a Europa, milhares de cidadãos vão protestar contra a austeridade destruidora dos povos e da União Europeia! Aqui em Portugal também!Participa!

VITÓRIA PINHEIRO-HOMENAGEM A UMA GRANDE MULHER!


Maria Vitória Pinheiro faz hoje 90 anos de idade!São muitos os amigos e companheiros de
trabalho e de lutas, no quadro dos movimentos de trabalhadores cristãos a nível nacional e internacional e depois na BASE-FUT, que se lembram dela no dia em qua faz uma tão bonita idade!Para lhe dar um abraço e estar com a família neste momento especial um grupo de amigos vai deslocar-se no próximo Domingo a Portimão.
A BASE-FUT não pode deixar de lhe dizer «um muito obrigado» e de  a ter como uma referência.Nesse sentido vai publicar uma brochura sobre alguns aspetos da sua vida escrita pelo seu próprio punho!
José Vieira um dos entusiastas e artesãos da referida brochura, faz uma pequena biografia da Vitória Pinheiro:

«Ao longo do vasto tempo que Maria Vitória Pinheiro dedicou a causas nobres, importa registar algumas das principais etapas da sua trajectória de vida, para melhor compreender a sua entrega aos outros, aos mais desfavorecidos, aos mais simples e carenciados da sociedade, particularmente a partir da segunda metade do século XX, sempre integrada em diferentes colectivos, sejam eles a JOCF, a LOCF, o MMTC, a BASE-FUT e o CFTL.

Com esta nota biográfica pretendemos evidenciar os principais passos desta militante católica, que ainda jovem, decidiu consagrar-se, num primeiro tempo, ao apostolado dos leigos, na perspectiva da construção de um mundo melhor, mais justo e mais fraterno. Simultaneamente integrou o grupo de trabalhadores dos CTT, na criação do respectivo sindicato, enquanto estrutura de defesa dos interesses da sua classe social. E, na última fase da sua trajectória foi uma das fundadoras da Base-Frente Unitária de Trabalhadores (Base-FUT) e do Centro de Formação e Tempos Livres (CFTL).

Eis, em traços gerais, as várias fases da vida de Maria Vitória Pinheiro:

- Presidente Nacional da Juventude Operária Católica Feminina (JOCF) 1954 – 1961;

- Presidente Nacional da Liga Operária Católica Feminina (LOCF) 1968 -1970;

- Secretária Geral do Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos (MMTC) 1971 – 1975;

- Membro da Comissão Nacional da Pastoral Operária ( );

- Fundadora do Movimento BASE (no tempo da clandestinidade);

- Militante Sindical dos Grupos clandestinos de Acção Sindical (GAS) - do Movimento BASE;

- Dinimizadora da Comissão Organizadora (PRÓ-SINDICATO) do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Actualmente Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações), 1969 – 1971;

- Fundadora da Base-Frente Unitária de Trabalhadores (Base-FUT) - Novembro 1974;

- Dirigente Nacional da Base- Frente Unitária de Trabalhadores 1974 – 1980;

- Fundadora do Centro de Formação e Tempos Livres (CFTL) da Base-FUT.»

SINDICALISMO PORTUGUES EM DEBATE!

Ontem, dia 23 de Maio decorreu no Museu da República e Resistência, um debate sobre visões do sindicalismo português na atualidade com a participação de sindicalistas ativistas de movimentos sociais e investigadores.

O Museu República e Resistência e o coletivo «Tertúlia Liberdade» foram os organizadores deste interessantíssimo colóquio. Presente, a BASE_FUT teve ocasião de abordar as origens da corrente sindicalista que encarna, desde os tempos anteriores á Revolução de Abril, quais as principais influências internacionais e nacionais na prática e ideologia sindical dos seus militantes.

Entre as várias intervenções valerá a pena salientar o contexto revolucionário em que renasceu o sindicalismo português, as relações UGT e CGTP , os seus projetos e modelos sindicais e possibilidades de convergência na hora atual.

Falou-se bastante na necessidade de articulação entre o movimento sindical e os movimentos sociais para enfrentar a besta do atual capitalismo; na necessidade de uma outra ação sindical internacional que ultrapasse o meramente simbólico e de debate com as instituições comunitárias.

Uma CES que seja uma verdadeira confederação europeia; a necessidade de uma autonomia sindical capaz de ultrapassar os constrangimentos partidários e de dependência do Estado e ainda a necessidade de se repensar o sindicalismo na sua estrutura organizativa e de vocação global face aos problemas dos trabalhadores.
O sindicalismo em Portugal também vai mudar!Importa é que mude reforçando-se para que melhor defenda os trabalhadores.

TRABALHO DIGNO E OS JOVENS!

O acesso e integração no Mundo do Trabalho torna-se na forma de reconhecer ao homem a sua
plena realização como ser social, útil e produtivo. Porém o mercantilismo laboral tem teimado em submete-lo à lógica da servidão de quem trabalha, sob a ganância da acumulação de riqueza, pelo grupo, cada vez mais pequeno, dos mais poderosos.


Quando nos questionamos sobre o trabalho em si rememora-nos por um lado uma perspectiva bíblica em que Adão e Eva são expulsos do Paraíso e condenados ao trabalho para se sustentarem e por outro o conceito Marxista que trabalho é escravidão e que converte os assalariados em escravos que vendem a força do seu trabalho a troco do seu sustento.

Tanto uma como outra surgem hoje já tão desajustadas que os próprios Movimentos a que deram origem, as contradizem: Na perspectiva Marxista os partidos comunistas e os sindicatos passaram a defender o trabalho como um direito de todos os cidadãos; Na perspectiva da Igreja, Bruto da Costa tem descrito abundantes citações de muitos Papas que referem o trabalho como uma dádiva de Deus para a dignificação do Homem.

O acesso e integração no Mundo do Trabalho tornou-se na forma de reconhecer ao homem a sua plena realização como ser social, útil e produtivo. Porém o mercantilismo do trabalho tem teimado em submete-lo à lógica da servidão de quem trabalha, sob a ganância da acumulação da riqueza.

Hoje não são apenas “os detentores dos meios de produção” (do tempo de Marx), mas e sobretudo os detentores do capital através dos instrumentos financeiros que por seu turno dominam o poder económico, constituindo poderosos lobbies económico-financeiros aos quais não escapa sequer o domínio dos próprios órgãos de comunicação social…

Assistiu-se nas ultimas décadas a uma gigantesca acumulação da riqueza num grupo cada vez mais reduzido de ricos a par com crescimento do “exercito de excluídos” do Mundo do Trabalho e com a degradação das condições dos que trabalham.

O avanço tecnológico, a globalização económica e informativa, a internacionalização do trabalho e as nano-tecnologias, não se têm traduzido numa maior felicidade para todos os homens, mas num aumento das desigualdades entre eles.

A OIT aponta hoje “o Trabalho Digno como a chave para o Desenvolvimento Global” e refere: “Actualmente, o principal objectivo da OIT consiste em promover oportunidades para que mulheres e homens possam ter acesso a um trabalho digno e produtivo, em condições de liberdade, equidade e dignidade.” – Juan Somavia, Director-Geral da OIT

A mesma OIT divulgou também esta semana um relatório preocupante sobre o trabalho dos Jovens, no qual referiu mesmo “Geração Perdida”. Uma designação que também o secretário Geral das Nações Unidas Ban Ki-moon, se referira nos mesmos termos, já há meses atrás. Numa mensagem a propósito do Dia Internacional da Juventude, 12 de Agosto de 2012.

Segundo o relatório da OIT “ 73,8 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos no mundo estão sem trabalho, de um total geral de 197 milhões, e que a frágil recuperação da atividade econômica pode elevar em 500 mil o número de desempregados nessa faixa etária já em 2014 “. Prosseguindo que” 35% de todos os jovens desempregados nas economias avançadas estão desempregados por seis meses ou mais tempo, ante a 28,5% em 2007”.

Isto significa que apesar dos nossos impostos e contribuições pagas, o nosso investimento na educação e formação dos nossos filhos. O esforço e espectativas a que os desafiámos lhes criámos, terão sido em vão vistas por nós e desoladoras vistas por eles.

Na geração dos nossos filhos, dois em cada cinco vão atingir a idade da reforma sem terem entrado no Mundo do Trabalho.

Sobre os outros três em cada cinco que terão uma experiência de trabalho, diz o mesmo relatório que “56% dos jovens portugueses trabalhavam com contratos a prazo no ano 2011”.

Uma realidade severa para a Juventude, nesta ocasião em que trazemos à liça o Trabalho Digno como um direito da humanidade.

Porém tal como diz a directiva da OIT “O trabalho digno deveria estar no centro das estratégias globais, nacionais e locais que visam o progresso económico e social.”

Assim como o secretário Geral da ONU o ano passado também referiu, a inversão deste sentido só se consegue com uma determinação global.

Por cá vamos sentido a pressão e dentro do possível vamos reagindo, mas verificamos que uma manifestação dos reformados à segunda-feira, uma dos professores à terça, outra dos enfermeiros à quarta-feira e uma greve dos transportes à sexta-feira, não são suficientes nem para derrubar um Governo, quanto mais para fazer inverter o rumo das politica no País. E o que por seu turno não faria mover o rumo da Europa nem tão pouco alterar a lógica global.

Precisamos de alguma criatividade, de novas estratégias, de muito engenho e até de muita solidariedade internacional para não deixar cair os braços, lutar e ter força para inverter o sentido desta lógica que continua a entender o trabalho como escravidão.

Jorge Santos-Jornalista e Animador Sociocultural



QUE TRABALHO QUEREMOS? (II)


Que trabalho queremos?A segunda parte do artigo do sindicalista João lourenço:

«É preciso que haja um compromisso que nos guie e criar um novo paradigma, uma verdadeira nova
forma de gerir as grandes empresas, com trabalho que nos garanta um modo de desenvolvimento mais sustentável, que dê a cada um a sua oportunidade, garanta o direito á subsistência e á realização pelo trabalho, incentive a democracia social e participativa, e a igualdade entre homens e mulheres no seu percurso profissional, salarial e de carreira, eliminando deslocalizações por motivos da ganância e do lucro, assim todo o dumping e as possíveis disparidades e injustiças praticadas envolvendo trabalhadores de qualquer zona geográfica a nível global.

É preciso aprofundar um novo e verdadeiro conceito de relação de trabalho com melhores práticas mais humanizadas. Que sejam respeitadas na responsabilidade social e na justiça, consultando e interessando assim os próprios trabalhadores como verdadeiros parceiros representados através dos seus órgãos democráticos e representativos para cumprimento com as suas obrigações ao mesmo tempo repartindo justa e equitativamente a riqueza criada, que procure desenvolver e responder á centralidade do trabalho e á realização pessoal e coletiva especialmente dos seus cooperantes/trabalhadores.

Agora sabemos, que na presente crise não é possível haver emprego para todos, por isso temos que escolher entre um futuro com um elevado número de desempregados ou um outro mais sustentável e possível que passa pela repartição dos tempos de trabalho, deixando mais tempo livre que será usado em outras atividades em benefício pessoal e das suas famílias ou da sociedade em geral. A automatização está a reduzir o fator humano dispensando-o e substituindo, logicamente obriga a que haja menos empregos e trabalho. O cair no desemprego, para uma pessoa ativa tem como consequência grave, uma tortura constante porque a sua vida é sempre definida pela sua relação face ao trabalho e á profissão.

Efetivamente, estamos a viver num tempo em que não se precisa de trabalhar tantas horas nem tantos dias por ano. Devemos de contrariar as teorias implementadas pelo capitalismo selvagem e voltar para o trabalho que responda perante as necessidades reais da sociedade sem produzir demasiados desperdícios, acabando com os ritmos cada vez mais acelerados que vêm alimentando a lógica atual do presente sistema. Voltar á utopia é preciso para contrariar este estado em pleno desequilíbrio e trocá-lo por um outro mais ecológico e exequível que se preocupe principalmente por suprir todas as nossas necessidades. E isso certamente passará por se procurar viver em harmonia com os três modelos conhecidos de economia em funcionamento, a economia privada com os seus riscos e virtudes necessitando de um maior controlo, a economia do estado com as garantias de justiça social que é sempre mais abrangente e democrática na distribuição e equidade, a economia social de proximidade e social que perfilha fins não lucrativos e desenvolve a sua ação com e junto das populações.»

João Lourenço







LUTAR PELO TRABALHO QUE QUEREMOS!

No passado sábado, 18 de Maio decorreu em lisboa o Encontro «Que trabalho temos e que
trabalho queremos» da Comissão para os Assuntos do Trabalho (CAT) da BASE-FUT.O Encontro teve a participação de mais de duas  dezenas de trabalhadores e abordou diversas experiencias de trabalho, com testemunhos e intervenções sobre os direitos laborais e o papel da escola na educação e formação profissional.


O Encontro teve ainda a participação de militantes do Sindicato Andaluz de Trabalhadores (SAT) e do coletivo português Tertúlia Liberdade.

Do Encontro saíram algumas linhas força com relevo para a necessidade de promover o trabalho digno, com direitos, e implementar uma educação e formação profissional que forme cidadãos e trabalhadores competentes e críticos! As escolas podem hoje desempenhar um papel decisivo no preparar alunos que estão numa tendência de exclusão do sistema de ensino. Apesar do desemprego é necessário lutar por um trabalho melhor, não aceitar tudo e mais alguma coisa, exercer a cidadania!

O Encontro inseriu-se no projeto da CAT de criar espaços de escuta dos trabalhadores, permitindo que estes sejam cada vez mais atores dos processos de transformação social no trabalho.

CONGRESSO DOS SINDICALISTAS SOCIALISTAS DA CGTP!

Decorreu este fim -de -semana em lisboa o Congresso da Corrente socialista da CGTP que teve a presença na sessão de encerramento de Carlos Silva, Secretário -Geral da UGT e de representantes da BASE-FUT e do Bloco de Esquerda, para além de várias dezenas de congressistas sindicalistas socialistas. A defesa do Estado Social, a unidade na ação do movimento sindical português para enfrentar as atuais políticas da direita conservadora foram os principais temas do Congresso.

De salientar o discurso vigoroso de Carlos Silva, responsável da Tendência Socialista e Sec.Geral da UGT, que mostrou um empenhamento muito forte na unidade na ação concretamente e de imediato na Função Pública. Um congresso onde também se falou muito de autonomia sindical mas que a última palavra foi para o Secretário Nacional do PS Miguel Laranjeiro, pese sabermos que existe pouco controlo político dos sindicatos por parte do PS! Na continuação da mensagem da BASE-FUT no encerramento do Congresso proferida por João Paulo Branco, a unidade é possível, a unidade é necessária e urgente!Foi esse também o mote do Coordenador da Corrente Socialista da CGTP, Carlos Trindade, que foi durante muitos anos militante da BASE-FUT!



QUE TRABALHO TEMOS?(I)

É através do trabalho que o ser humano ao longo dos tempos se socializou e desenvolveu. Tornou-se dependente do coletivo contribuindo para a construção da sociedade tal como hoje a
conhecemos. Esta evolutiva e qualitativa transformação desenvolveu e trouxe uma vida melhor para os humanos, sendo o fator principal para esse êxito o trabalho que passou a ser emprego remunerado. Esta realidade é hoje insubstituível porque é a base do crescimento societário, da organização familiar e também do desenvolvimento económico e social, atualmente existente e irreversível, porque já somos muitos e não poderemos voltar ao tempo das cavernas, da caça e da pesca.


Qual a razão porque estamos em crise? Será que esgotámos o modelo com que temos vivido? Ou será que já é tempo de repensar o atual conceito de trabalho e de desenvolvimento?

O atual poder económico desenvolveu um modelo de capitalismo baseado na lógica da lei selvagem “só vencem os mais fortes”. Fez isso ao distorcer a ideia do trabalho virtuoso e humanista desligando-o das necessidades reais dos cidadãos, por um outro de grande acumulação de riqueza e a um ritmo mais acelerado. Porque somente lhe interessa alimentar a lógica do seu sistema desprezando a virtude humanista e sustentada mas vai por um caminho que aponta a sua inevitável autodestruição. Optando sempre pela ganância do crescimento não se dá conta que está a tornar a vida num autêntico inferno gerando desemprego e exclusão em massa, retirando cada vez mais gente do direito ao trabalho e ao mesmo tempo excluí-la do acesso á produção e ao consumo.

Tomemos nota dos seguintes números em Portugal - o desemprego da população ativa, segundo dados oficiais, não corresponde á realidade em que se vive, de qualquer forma está nos 17,5%, destes a maior gravidade situa-se nos jovens com cerca de 38,3%. Tomemos isso no grosso modo para ser mais claro está em cerca de um milhão e meio de trabalhadores no total. Neste quadro não falamos nas situações de trabalhadores precários ou nos trabalhadores pagos a recibos verdes que são muitos milhares sem qualquer garantia de emprego nem de futuro.

Está referenciado num estudo da OIT que o desemprego e a precariedade, sobretudo a dos mais jovens têm ajudado a implementação de salários baixos, ao mesmo tempo que proporciona casos de dumping social e de trabalho não digno. Esta situação tornou-se na causa principal para a justificação da atual baixa de natalidade. Ainda num outro estudo recente foram analisados vários casos de jovens e de famílias já referenciadas que, por não encontrarem empregos, obriga-as a procurarem saídas através da emigração, deixando em aberto uma outra crise, a do abandono e do despovoamento que põe em causa a sustentabilidade e o futuro das terras e do sistema de segurança social. Este caminho em que vamos, sem novas políticas empresariais e legislativas e sem ofertas suficientes de trabalho, não permite um crescimento demográfico sustentado nem uma saída da presente crise económica e social.

Porque vamos no caminho errado? Porque não vemos que todo o crescimento tem limites, que o presente necessita de ser rapidamente repensado, pois todo o emprego está a ser afetado. A bem vinda automatização e as novas tecnologias, tal como a melhor organização do trabalho, estão a ser mal usadas e a afetar a manutenção e o crescimento dos empregos, apesar de trazerem mais economia para as empresas. Mas também existe uma parte nefasta, aquela em que ao se libertar dos trabalhadores provoca o desemprego estrutural e a exclusão.

Dizem que é sempre em nome da competitividade, numa corrida que não sabemos para onde vai, nem com quem estamos a competir e como vai esta corrida vai terminar. Ao contrário do que nos diziam não vemos nisto qualquer crescimento a não ser nos lucros das empresas e dos seus acionistas. Mas do mesmo os trabalhadores não beneficiam grande coisa, nomeadamente nos serviços não diretamente produtivos. Ao contrário do que se pensa hoje há redução de empregos e despedimentos, como no caso dos trabalhadores da função pública, os ligados aos cuidados da saúde, da educação, os dos processamentos de dados, os bancários, os da tradução, os das portagens, os diretamente produtivos etc. Isto mostra que o volume de emprego onde mais parecia estável está também posto em causa. Podemos dizer mesmo que quase nenhum setor escapa.

Temos assistido ao debate sobre qual é o lugar do trabalho nas sociedades pós industriais. As teses variam e são motivadoras de análises e paixões como Rifkim (1996) que considerava estar já próximo o fim do trabalho. No entanto outros há outros investigadores que defendem a continuidade do trabalho e da sua centralidade que está no saudável desenvolvimento, na prevenção das falências e do desemprego. É preciso mudar alguns dos atuais conceitos. O proprietário não tem o direito de usar a empresa no seu belo prazer como deslocalizá-la, despedir ou encerrá-la como uma coisa que só lhe diga respeito a si próprio e á sua vontade, assim como a gerir de forma danosa ou de má -fé.

Porque qualquer empresa tem obrigações sociais para com a comunidade e esta nada lhe deve, é a lei da reciprocidade e de interesses mútuos entre a comunidade e o empreendedor. Nas empresas deve prevalecer boas relações, cordiais e iguais entre ambos e deve ser exigida a participação democrática e respeitosa das leis e do direito. O mundo novo está cheio de oportunidades de desenvolvimento, pelo que não pode ser aceite que ao fator do trabalho se subordine toda a liberdade e direito do indivíduo, colocando-o como mera peça a funcionar ao ritmo do interesse exclusivo do económico empresarial.

João Lourenço-sindicalista e membro da CAT



VISÕES DO SINDICALISMO EM DEBATE!

A Biblioteca-Museu República e Resistência organiza em maio, em parceria com o coletivo «Tertúlia Liberdade», um Ciclo de Conferências sobre o tema «VISÕES do SINDICALISMO COMTEMPORANEO» .
Na próxima quinta -feira, dia 16 do corrente mês de Maio, será debatido o sindicalismo espanhol, em particular a experiencia do Sindicato Andaluz de Trabalhadores(SAT) de orientação autogestionária e autónoma! Estarão presentes sindicalistas daquela organização andaluza.

No próximo dia 23 estará em debate o sindicalismo português com intervenções de sindicalistas da CGTP,UGT,BASE-FUT e das correntes libertárias! As sessões são de entrada livre.Participa!

APOIEMOS A UNIDADE SINDICAL!

O Secretariado Nacional  da BASE-FUT acompanha com grande espectativa a aproximação realizada
entre a UGT e CGTP ao nível diretivo. É de realçar e aplaudir esta aproximação esperando que conduza á convergência duradoira na unidade na ação! É sabido que existem nas duas centrais sindicais quem não seja apologista desta convergência. Será necessária uma particular sabedoria estratégica por parte das respetivas direções para que não se tropece nesta caminhada.

Não se pode esquecer que historicamente a divisão sindical na década de 1920 até á implantação da ditadura facilitou a implantação desta e a destruição dos sindicatos livres e democráticos.

Atualmente a situação social e política ao nível mundial e nacional exige encontrar e valorizar o que nos une e não o que nos divide. Os trabalhadores organizados, e em particular o Movimento sindical , continuam a ser o principal movimento de resistência e proposta no mundo laboral.

QUE TRABALHO TEMOS?ENCONTRO BASE-FUT...

A Comissão para os Assuntos do Trabalho (CAT)  organiza no próximo dia 18 de Maio, em Lisboa, o Iº Encontro «Que trabalho temos, que trabalho queremos» tendo como principal objetivo ouvir as experiencias de trabalho de profissionais de vários setores económicos, debater as boas e más práticas existentes, direitos e deveres de quem trabalha, papel da inspeção do trabalho, importância da qualificação e formação profissional na defesa do emprego.

Este Encontro enquadra-se no objetivo que a BASE-FUT e o CFTL definiram para 2012 e 2013, tanto a nível nacional como internacional, que é a promoção do trabalho digno num momento de crise económica e social. Nesse quadro o CFTL e a CAT realizaram já diversas atividades noutras regiões, com particular destaque para a Conferencia Internacional efetuada em Fevereiro passado sobre o tema precisamente de Trabalho digno na UE e que teve o Apoio da Comissão Europeia e do EZA (Centro Europeu para os Assuntos dos Trabalhadores).Nos finais de 2013 está previsto também um seminário internacional sobre a precariedade no trabalho igualmente apoiado pela Comissão Europeia e pelo EZA.

TRABALHADORES ALEMAES SOLIDÁRIOS!

O KAB, organização de trabalhadores cristãos da Alemanha fizeram chegar aos trabalhadores
cristãos portugueses uma importante Declaração de Solidariedade que publicamos na íntegra!Para aqueles trabalhadores a austeridade em Portugal está neste momento a atacar a dignidade humana.


«Tanto em Portugal como em outros países europeus continua a aumentar a pressão sobre as pessoas. Até o Tribunal Constitucional chegou à conclusão que as medidas de austeridade decididas pelo Governo Português contradizem o princípio da igualdade.

A política de austeridade na Europa levou a uma situação que já não é aceitável do ponto de vista jurídico, porque vai contra a dignidade humana. Os políticos têm consciência que estas medidas levam as pessoas à pobreza, o que põe em perigo a sua existência financeira. Já não conseguem sair desta pobreza pela sua própria força. Outra questão crítica é que em Portugal as reduções nas despesas são mais sentidas no setor social e nos rendimentos das pessoas onde o Estado tem acesso direto. É o caso dos reformados, dos desempregados e dos funcionários públicos. Esta estratégia é visível em toda a Europa. A economia é dispensada ou até recebe vantagens fiscais. Os ricos podem esconder os seus bens em paraísos fiscais e, na maioria dos casos, não são acusados.

Os media na Alemanha tentam divulgar que o país conseguiu resistir bem à crise. Mas acontece que, também na Alemanha, há cada vez mais pessoas que não conseguem viver do seu rendimento. Regista-se um aumento dos setores onde se pagam salários muito baixos. Na Alemanha, o salário mínimo existe em muito poucos setores de trabalho. Assim, a política alemã está a seguir uma tendência que se nota em toda a Europa: dum lado aceita-se que muitas pessoas ficam cada vez mais pobres, enquanto a riqueza dum grupo pequeno está a crescer. Esta política é defendida pelas forças neoliberais e desumanas na Alemanha e transmitida por toda a Europa. Uma das consequências é que muitas pessoas são discriminadas e países inteiros podem cair na pobreza.

Nós, como Movimento de Trabalhadores Cristãos, KAB, estamos do lado dos pobres, seguindo os passos do Papa Francisco que reclama, da parte de toda a Igreja, solidariedade com os pobres e com as vítimas de exploração. Nós reclamamos uma sociedade em que todos possam viver em dignidade. Na base desta ideia está uma distribuição justa dos bens e um sentido de solidariedade.

O KAB da Alemanha, assim como o KAB da Diocese de Aachen quer declarar a sua solidariedade na luta por uma política justa e por uma garantia da dignidade humana em Portugal. Além disso, esforçamo-nos, em conjunto com outros movimentos de trabalhadores e da sociedade civil na Europa, por reclamar uma política que esteja ao serviço das pessoas e não ao serviço do capital.»

1 Maio 2013


Georg Hupfauer/ Ralf Taufenbach

KAB nacional da Alemanha /KAB da Diocese de Aachen

VENCER CRISE COM O ESTADO SOCIAL!

O Congresso Democrático das Alternativas (CDA) promove no próximo dia 11 de Maio, no Fórum
Lisboa, na Avenida de Roma, em Lisboa, a Conferência Vencer a Crise com o Estado Social e com a Democracia, tendo como finalidade a defesa, a sustentabilidade e o futuro do Estado Social em Portugal.

A par da participação individual aberta a todos os cidadãos interessados mediante inscrição através da página do CDA – www.congressoalternativas.org. foram convidadas várias organizações cívicas e sociais.
A BASE-FUT foi convidada a participar nesta conferencia de grande atualidade e oportunidade!

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PODER LOCAL-DEMOCRACIA PARTICIPATIVA!

Em ano de eleições autárquicas quatro organizações cívicas, não partidárias, promovem no próximo
dia 18 de Maio um Colóquio sobre «Poder local e Democracia participativa».
BASE-FUT, Movimento Democracia Participativa e LOC/Movimento dos Trabalhadores Cistãos vão aprofundar este tema no Centro Paroquial de Penedos, na Covilhã, convidadando todos os cidadãos interessados pela tema.
Os animadores, António Cardoso Ferreira, Paulo Caetano e André Barata são cidadãos com grande experiencia e militancia social, cívica e cultural na região e até a nível nacional!Um debate que vai valer a pena participar!

LIVROS QUE TOMAM PARTIDO!




Pelúcio Flamarion ,Investigador brasileiro, estudou o livro político em Portugal de 1968 a 1980 e
vai agora defender a sua tese no próximo dia 7 de Junho na Universidade de S. Paulo, Brasil.Entre as edições estudadas Flamarion estudou as «edições Base».Estamos muito curiosos para ler os resultados do seu trabalho.


Resumo:

SILVA, Flamarion Maués Pelúcio. *Livros que tomam partido: a edição política em Portugal, 1968-80*. 2013. 617 f. Tese (Doutorado em História Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

O objetivo deste trabalho é analisar a atuação das editoras de livros de caráter político em Portugal entre 1968 e 1980, a fim de verificar o papel político, cultural e ideológico que desempenharam no processo de transformações pelo qual passou o país nesse período. Para isso, busquei:

a) identificar as editoras que realizaram essas publicações e examinar as vinculações políticas que tinham; b) realizar o recenseamento das obras de caráter político publicadas no período em estudo; c) identificar as pessoas e organizações responsáveis por essas editoras e publicações.

A partir dos dados levantados procuro entender como atuavam estes editores, quais suas motivações políticas, ideológicas e empresariais, como organizavam as editoras do ponto de vista intelectual e comercial, e qual o peso das vinculações políticas na vida das editoras.

Em termos cronológicos, o período em foco começa em 1968, com o afastamento por motivos de saúde de Salazar do poder e sua substituição por Marcelo Caetano, e vai até 1980, com a formação do primeiro governo de direita após o fim da ditadura em 25 de abril de 1974.

Uma síntese do trabalho mostra que existiram pelo menos *137 editoras que **publicaram livros de caráter político* em Portugal entre 1968 e 1980, tendo editado cerca de 4.600 títulos políticos no período. Este trabalho apresenta estudos sintéticos sobre 106 destas editoras.

Minha tese é que estas editoras conformaram o que podemos chamar de *ediçãopolítica* no país. Ao realizar um trabalho editorial que vinculava de modo direto engajamento político e ação editorial, estas editoras – e seus editores – atuaram com clara intenção política de intervenção social, tornando-se sujeitos ativos no processo político português no período final da ditadura e nos primeiros anos de liberdade política.


*Palavras-chave:* Edição política – Portugal; História Editorial – Portugal; Revolução dos Cravos.