FÉRIAS INTERCULTURAIS EM COIMBRA


Estives 2016 - Férias interculturais em Coimbra

Organização - Centro de Formações e Tempos Livres e Culture & Liberté Garonne.

De 25 a 30 de julho de 2016 em Coimbra

Vamos ser acolhidos no Centro de Formação e Tempos Livres, onde vamos partilhar uma semana de descanso e ação.

Ao longo destas férias, vamos partilhar várias atividades:
Passeios na floresta, ateliers de escrita criativa, visitas de experiências de Economia social e solidária, jogos de dinâmicas de grupos, atividades físicas...

Vamos comunicar em Francês e em Português.

A participação financeira será de 250 €, incluindo:
6 noites em quarto duplo (preço diferente em quarto singular)
6 pequenos-almoços e 7 refeições
Uma base para as refeições partilhadas
Transporte para as visitas.

Inscrições até 29/06/2016.

Contatos:

estives.interculturelle@gmail.com
Francês: Ludovic Hébrard, C&L, +33 6 87 25 45 53
Português: Pierre Marie, CFTL,  +351 91 58 091 63



O SINDICATO SOMOS NÓS, TRABALHADORES!

Ao contrário do que pensam alguns trabalhadores o sindicato não é uma entidade exterior às empresas e aos nossos locais de trabalho! O sindicato não é um mero gabinete de apoio jurídico onde encontramos um advogado para nos informar dos nossos direitos ou nos safar de uma embrulhada no trabalho. Há pessoas que falam do sindicato como um ser extraterrestre e há outras que não sabem porque é que o sindicato tem poderes conferidos pela lei.
Ora, convém dizer que o sindicato é constituído por todos os trabalhadores de um determinado setor de atividade ou empresa que se tornaram associados do mesmo e pagam a sua quota todos os meses. Assim a base fundamental de um sindicato são os trabalhadores associados que estão nos locais de trabalho! A raiz de um sindicato está nos locais de trabalho. O objetivo essencial do sindicato é defender não apenas os associados mas todos os trabalhadores do seu setor ou empresa.
Também não podemos confundir o sindicato com a direção do mesmo, com os respetivos dirigentes. Estes foram eleitos pelos associados para dirigirem o sindicato mas não são donos do sindicato. Claro que na prática sindical do dia- a -dia até parece que, por vezes, os dirigentes é que são os donos do sindicato. Sucedem-se anos seguidos nas eleições, sem oposição, e alguns têm comportamentos patronais relativamente aos funcionários do sindicato e em relação aos trabalhadores associados.
Não podemos todavia, aceitar este tipo de práticas anti sindicais e contrárias aos valores do movimento operário e sindical. Embora a nossa legislação sindical se intrometa em demasia na vida interna e funcionamento dos sindicatos e muitos estatutos de organizações sindicais estejam elaborados de modo a permitir a perpetuação de determinadas correntes sindicais no poder, a verdade é que os dirigentes estão á frente do sindicato enquanto os associados assim o entenderem.
Neste campo a cultura sindical no nosso país terá que mudar bastante! A começar pelos associados que devem conhecer os seus direitos laborais e sindicais, exigir formação sindical e desenvolver o controlo democrático sobre os órgãos do seu sindicato! Devem também participar nas assembleias e reuniões exprimindo a sua vontade através de uma participação militante. O sindicato não existe fora da empresa, nasce na empresa e nos locais de trabalho! Por vezes, nem os próprios juristas entendem esta questão! Falam do sindicato como algo exterior às empresas. Não, a base do sindicato, de qualquer sindicato está nos locais de trabalho!

Informação laboral

BASE-FUT REÚNE NOVA DIREÇÃO

A nova Direção eleita no XVI Congresso da BASE-FUT reúne no próximo dia 2 de julho em lisboa. A reunião, que conta já com a presença de Antonina Rodrigues, a nova Coordenadora Nacional da BASE-FUT, tem uma vasta ordem de trabalhos com destaque para a distribuição de pelouros pelos membros, a política de comunicação e gestão da organização bem como as próximas atividades e ações a desenvolver até finais de 2016.

TRABALHADOR DESTACADO TEM DIREITOS!

 
Os trabalhadores que vão par o estrangeiro devem procurar emprego no quadro das instituições e empresas reconhecidas e legais, bem como conhecer um pouco das leis laborais do nosso país e do país de destino, evitando quanto possível as redes e máfias de tráfico humano. Um dos aspetos legais a ter em conta são os direitos dos trabalhadores destacados para o estrangeiro por uma empresa nacional. Existe uma diretiva comunitária sobre esta matéria que foi vertida para o nosso código do trabalho. Segundo a nossa legislação o trabalhador português destacado no estrangeiro tem direito às mesmas condições de trabalho dos nacionais do país de destino, caso essas condições sejam mais favoráveis para o trabalhador.
Mas em que matérias isto se aplica? Em quase todas as matérias mais importantes, nomeadamente no salário, horário de trabalho, férias, segurança e saúde no trabalho, igualdade de tratamento entre homens e mulheres, proteção dos filhos. Se no país de destino os direitos dos trabalhadores forem menos favoráveis que os direitos de Portugal o trabalhador tem direito às condições de trabalho vigentes no nosso País.
Por seu lado, a empresa que destaca trabalhadores para o estrangeiro está obrigada a garantir ao trabalhador as mesmas condições de trabalho dos nacionais do país de destino se estas forem mais favoráveis para o trabalhador. O responsável da empresa deve comunicar, com cinco dias de antecedência, à Autoridade para as Condições do Trabalho, a identidade dos trabalhadores a destacar para o estrangeiro, bem como a empresa utilizadora, o local de trabalho, o início e termo previsível da deslocação. Antes do destacamento a empresa deve prestar todos os esclarecimentos necessários ao trabalhador, obter junto da segurança social os documentos necessários para os respetivos descontos e o cartão europeu de seguro de doença que dá acesso aos cuidados de saúde no país para onde se vai trabalhar.
Este enquadramento legal serve para evitar a exploração clandestina de trabalhadores e para lhes permitir as necessárias condições de igualdade em relação aos trabalhadores do país de destino. Aliás, os trabalhadores destacados para Portugal também estão em igualdade com os trabalhadores portugueses no que respeita a direitos e obrigações laborais.
Em caso de dúvida o trabalhador deve consultar o seu sindicato antes de partir e informar-se junto da ACT. No estrangeiro o trabalhador pode também contatar o sindicato que organiza os trabalhadores da sua profissão, o consulado ou embaixada portuguesa e a inspeção do trabalho local. O segredo está em não se ficar sozinho! Juntos temos mais força!Ver guia

Informação Laboral








SAUDAÇÃO DA BASE-FUT AO CONGRESSO DOS TRABALHADORES CRISTÃOS

Presentes dois dirigentes da BASE FUT, em representação da Coordenadora Nacional da BASE-FUT- Antonina Rodrigues, recentemente eleita para estas funções, e do nosso Presidente da Mesa do Congresso João Paulo Branco, que por outros compromissos não puderam estar aqui presentes.

Queremos cumprimentar a LOC / MTC pela realização deste XVI CONGRESSO, e em que comemora também os seus 80 anos de existência.
Cumprimentar todos os convidados aqui presentes, nacionais e internacionais.
Cumprimentar todos os seus Dirigentes Nacionais, Coordenadores e Assistentes, dirigentes Regionais, bem como todos os militantes de base, da LOC/MTC.
São todos eles que no conjunto dão corpo a este grande movimento.
“HUMANIZAR E EVANGELIZAR O MUNDO DO TRABALHO” – TEMA DE FUNDO DO VOSSO CONGRESSO.
Tema que também para nós é muito querido. Somos duas organizações com princípios e objetivos muito semelhantes, onde o Homem, e de forma especial o Mundo do Trabalho é o centro das nossas atenções.
O mundo do trabalho nunca como agora no tempo que estamos a viver foi tão desrespeitado, tão desregrado, tão desumanizado.
O medo instalou-se nas camadas mais desfavorecidas e mais frágeis da nossa sociedade. O trabalho precário é agora a dominante, a emigração uma réstia de esperança para alguns, e o desemprego ou os baixos salários uma triste realidade.
Muitos vivem já na pobreza ou no limiar pobreza.
É com estas constatações que se vê o quanto é importante existirem movimentos de base como este, associações de caráter social, político, cultural e sindical, porque será este movimento cívico e de crentes que poderá fazer acontecer mais Esperança e contribuir para junto das instituições competentes e de poder, fazer valer os direitos que o homem foi alcançando nas lutas quotidianas de muitos e muitos anos.
Não se pode esmorecer, deixar passar, esperar que outros façam. Nós seremos os obreiros desta tarefa e ninguém a fará por nós.
É neste contexto que desejamos que este Congresso consiga cumprir os objetivos que se propôs e que a LOC/MTC continue firme também no seu papel de denúncia e compromisso com o mundo do Trabalho.
Saudamos também antecipadamente os novos dirigentes que sairão deste Congresso, e estamos convosco e disponíveis para continuar parcerias sempre que entendamos, ambas as organizações,  em fazê-lo.
Pedimos desculpa pois também outros compromissos nos impedem de estar até ao final. 

Braga 10 de Junho de 2016
(BASE-FUT -Carolina Fonseca – Coordenadora Regional Norte)


 


TRABALHADORES CRISTÃOS ESTIVERAM EM CONGRESSO!

Sobre o lema “Humanizar e Evangelizar o Mundo do Trabalho”, realizou-se no Sameiro, em Braga, nos dias 10 e 11 de Junho de 2016 o XVI Congresso Nacional da Liga Operária Católica/ Movimento de Trabalhadores Cristãos, que contou com a presença de cerca de 200 participantes, entre militantes e convidados de diversas organizações eclesiais e civis, nacionais e internacionais.
Estiveram presentes delegações de: HOAC de Espanha; ACO da Catalunha; ACO de França; KAB da Alemanha; Ação Católica de Cabo Verde; JOC, MAAC, Pastoral Operária, Fórum Abel Varzim, Base/FUT e CGTP-IN, de Portugal; Movimento de Trabalhadores Cristãos da Europa e do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos.
Glória Fonseca e José Paixão voltaram a ser eleitos coordenadores nacionais desta Organização católica.Ver conclusões




ENCONTROS COM LIVROS!

Aqui estamos para te convidar para o próximo Encontro no dia 27 de Junho de 2016, segunda-feira, às 15,30 h na Sede Nacional da Base –F.U.T. Como vem sendo hábito, no final do nosso encontro, teremos um pequeno lanche.

E o livro escolhido desta vez é “OS INTIMOS”, de INÊS PEDROSA.
Vamos descobrir mais uma escritora – desta vez uma escritora portuguesa, contemporânea.  

Continuamos a lembrar, que estes Encontros com Livros são abertos. Não é só para os participantes dos encontros anteriores; por isso, vem e tráz um amigo.

Aconselhamos, a quem não tiver o livro proposto, para as nossas leituras, que pode procurar numa Biblioteca Pública, aquela que lhe ficar mais acessível.

Aparece! Conviver…ler, faz bem à mente e dá Alegria à VIDA!


Um abraço


Amália e Manuela

O DRAMA DOS REFUGIADOS: o debate que se impõe!

Companheiro,


Neste mundo sempre em movimento, temos que tentar estar atentos ao que se passa à nossa volta e reflectirmos sobre os acontecimentos.
Não vale “olhar para o lado”…não podemos sequer admitir o pensamento “isto não é comigo”… Os acontecimentos, quer sejam agradáveis ou muito maus, fazem parte da nossa história – temos que olhá-los de frente, pensar neles, termos uma opinião e, se possível, fazer alguma coisa, quanto mais não seja, falarmos com os que nos estão próximos, tomando consciência da realidade.

Tudo isto a propósito dos refugiados. São milhares de seres humanos que se deslocam, fugindo das suas terras em guerra, procurando um local onde possam viver em paz e com dignidade.
Entretanto, as guerras não acabam e os países para onde os refugiados fogem não lhes abrem as portas de uma forma franca e em solidariedade.
Decerto esta realidade já te fez pensar…e as interrogações são muitas!!!

Vem à Sede da BASE-F.U.T. no dia 25 de Junho, sábado, pelas 15 horas. Vamos reflectir sobre o drama dos refugiados – vamos pôr os nossos pensamentos e dúvidas em comum. Connosco estará a Sandra Monteiro, jornalista do “L’Monde Diplomatique”. Também ela tem reflectido sobre esta realidade e está disponível para partilhar connosco as suas perspectivas.

Espero a tua presença – trás as tuas dúvidas e opiniões. Tráz também um Amigo. Vai ser uma tarde muito rica.

Um abraço amigo

Maria Manuela Varela
Coordenadora Regional de Lisboa e Vale do Tejo  


ESTADO É MAU PATRÃO?: urgente uma inspeção do trabalho para o Estado!

 
A ministra Francisca Van Dunem está a ser criticada por não seguir recomendações da Autoridade para as Condições do Trabalho e querer pagar segurança abaixo do custo. O combate à precariedade na segurança privada uniu os partidos da esquerda à direita. 
O motivo foi um concurso do ministério da Justiça (MJ) que, conforme a imprensa noticiou esta segunda-feira, quer pagar, para serviços de vigilância e segurança para todos os seus organismos (incluindo tribunais), preços abaixo dos recomendados pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). Como o "preço mais baixo" é o elemento determinante para se vencer o concurso, as empresas têm apresentado propostas com custos muito abaixo dos previstos pela ACT, o que resultará, alerta o sindicato do setor, num "esmagamento dos direitos dos trabalhadores".
O problema de fundo, porém, é que não existe nenhuma entidade inspetiva para o setor do Estado. Este, no domínio das relações de trabalho, é um patrão sem vigilância! A ACT não tem competências no domínio das relações de trabalho no Estado! O movimento sindical e os partidos de esquerda devem quanto antes pôr os organismos públicos na ordem já que tanto se fala em igualdade do público com o privado!
O combate à precariedade e ao dumping social jamais poderá ser combatido coerentemente no setor privado se continuarem as más práticas no setor público!

É assim urgente criar um organismo inspetivo no domínio das relações de trabalho para o setor do Estado ou dar essas competências e respetivos meios à ACT! Mas esse organismo deve ter um mecanismo que garanta a efetiva inspeção das condições de trabalho com autonomia e independência! É que ninguém é bom juiz em causa própria!

MOVIMENTO DA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA-mais além da democracia formal!


Por
António Cardoso Ferreira*

O MOVIMENTO DA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA – Uma iniciativa em cuja conceptualização, desenvolvimento e animação, o Rui d’Espiney desempenhou um papel fundamental, ao longo dos últimos sete anos.
Esta é apenas uma apresentação sintética do que tem sido o Movimento da Democracia Participativa /  MovDP, iniciada aliás por palavras escritas pelo próprio Rui (MovDP - o que é), e completada por referências a alguns momentos do seu percurso até ao presente

MovDP – o que é

Nascido de uma tertúlia que funcionou na MANIFESTA de Peniche, em Maio de 2009, e que deu origem ao Congresso do Associativismo e Democracia Participativa, realizado em 13 e 14 de Novembro de 2010, no ISCTE, em Lisboa, o MovDP é, como o nome indica, um movimento e não um projeto, pelo menos no sentido corrente que é dado ao conceito de projeto.
Integrado e promovido por cidadãos provenientes de diversas entidades, é dinamizado por uma promotora que tem vindo a tomar iniciativas no sentido de:
- organizar debates em vários pontos do país ou participar em iniciativas que se abram ao seu envolvimento, em torno de temas que vão ao encontro dos propósitos que prossegue;
- intervir em projetos e dinâmicas que apontem para a emancipação dos cidadãos e o desenvolvimento local;
- interagir com outras plataformas de cidadãos em ordem a favorecer a emergência de movimentos sociais com visibilidade, capazes de questionar/contrariar as práticas e os discursos da ordem hegemónica que nos governa.
Com funcionamento flexível, de geometria variável, assume como uma fonte de energia e de identidade, a diversidade de opiniões e utopias que com ele interagem. Tal não impede de se rever num ideário – explicitado em documento – que rejeita e questiona as formas que hoje assume a democracia formal, formula estratégias para a sua superação e aponta para atividades concretas que podem conduzir a alternativas sociais, económicas e políticas.

Alguns momentos do percurso do MovDP que ilustram o que tem sido a sua prática

1-  Dar corpo a um Movimento Social em torno do Associativismo e Democracia Participativa  /o Congresso do Associativismo e Democracia Participativa   
Em Setembro de 2009, dando sequência ao debate havido durante uma tertúlia realizada na Manifesta de Peniche, e em representação do ICE, o Rui d’Espiney assumiu o lançamento do desafio  “dar corpo a um Movimento Social em torno do Associativismo e da Democracia Participativa”. Esta ideia foi abordada numa primeira reunião (Coimbra, 19/09/2009) com um grupo de associações e cidadãos/ãs que corresponderam ao desafio proposto e ficaram a constituir a Comissão Promotora do Congresso do Associativismo e  Democracia Participativa, o qual foi, desde logo, agendado para cerca de um ano depois, desenvolvendo-se entretanto uma série de encontros em diversos pontos do país, com a participação de um número considerável de associações. Nestes encontros, foi-se questionando e refletindo sobre as diferenças entre o que a Constituição da República Portuguesa estabelece quanto à Democracia Participativa (DP), em diálogo com a Democracia Representativa (DR), e a evolução da sociedade portuguesa, em que a Democracia vai ficando cada vez mais limitada pelo agravamento das desigualdades e pela paralisação dos processos participativos que sustentam a construção da cidadania. Ao mesmo tempo, foi-se promovendo o debate em torno do papel do associativismo como forma organizada (promotora e produtora) de DP, pondo em causa o facto de as associações serem tratadas pelo Estado como se fossem meras empresas prestadoras de serviços.
O Congresso do Associativismo e da DP realizou-se em Lisboa (13 e 14/11/2010), envolvendo bastantes associações e cidadãos/ãs individuais. Nas tertúlias houve partilhas de experiências e debates vivos. O tempo revelou-se contudo demasiado curto para que pudessem ter sido criadas condições para ser assumido ali um conjunto de conclusões, já que foram manifestas várias diferenças de opinião sobre pontos fundamentais que necessitavam de mais tempo para a sua clarificação, e que o MovDP decidiu continuar a aprofundar e a debater. (Podem ser consultados mais detalhes sobre este congresso e seus resultados no blog do MovDP,  http://movimentodoassociativismo.blogspot.pt –  Arquivo de 2009, 2010 e 2011).

     2 – Que fazer com estes manifestos?

Desde fins de 2010 e até meados de 2011, o MovDP identificou a publicação de 9 manifestos de diferentes grupos, denunciando a gravidade da crise na sociedade portuguesa e criticando as medidas impostas como inevitáveis pela U.E. e pelo governo português.
Obviamente, tratava-se abordagens e propostas diferentes, mas aquilo que todas tinham em comum era a energia da procura de saídas mais justas e atentas à nossa realidade, sobretudo em relação aos mais pobres e vulneráveis.
Daí resultou uma iniciativa do MovDP, contactando e desafiando os grupos subscritores dos diversos manifestos para um encontro de diálogo, na procura do que nos une, sem esquecer o que nos diferencia. Este encontro decorreu em 21/07/2011, na sede da Associação 25 de Abril, que subscrevera um dos manifestos.
A síntese da reunião, cuja redação coube ao Rui, apontou para várias linhas consensuais, em relação ao diagnóstico da realidade, à importância de se apoiar a diversidade de abordagens e de reforçar a participação dos cidadãos nos processos de contestação e indignação, desmontando os discursos da ordem dominante para legitimar as medidas adotadas. Por outro lado, quanto a iniciativas práticas, ficou claro que não se pretendia a criação de um movimento único, mas sim a solidariedade do apoio mútuo entre cada uma das dinâmicas em curso, o que não impedia que pudessem surgir iniciativas comuns a acordar.
Para além do conteúdo desta reunião, é de valorizar a sua importância como ponto de partida para o diálogo e cooperação entre os grupos presentes, o que se repercutiu em várias das iniciativas tomadas posteriormente pelo MovDP e outros grupos.

     3 – O hoje e o amanhã da Democracia / A Democracia que temos e a Democracia que queremos

Em 27/07/2013, 45 pessoas, representando 10 plataformas /associações / grupos informais participaram, em Palmela, num Encontro com o tema acima referido, partindo da partilha, em grupos, sobre o que cada um e cada uma identificava como sinais de saúde ou de doença na Democracia, no presente, em confronto com o seu sonho quanto à Democracia no futuro.
No plenário estiveram também três representantes de partidos que intervieram no debate, espelhando, com os seus pontos de vista, vários sinais das doenças atuais da Democracia…
O Rui preparou uma intervenção de síntese para o encerramento deste encontro, que teve de ser dita de forma muito resumida por falta de tempo, mas cujo texto completo se encontra no Arquivo de 2013 do nosso blog.
Mais tarde, no Congresso da Cidadania, promovido pela Associação 25 de Abril, em Março de 2015, o MovDP apresentou uma comunicação intitulada “O hoje e o amanhã da Democracia”, em que se tomou como referência inspiradora o Encontro de Palmela e aquele texto do Rui.

     4 – Que fazer futuramente com o MovDP?

A promotora do MovDP não é apenas um grupo, mas sim uma rede de laços, um espaço de conscientização conjunta, crítica, criativa e proativa. É também partilha e movimento com muitas associações e grupos – ICE, Animar, GAF, CIDAC, Base-FUT, SOLIM, Associação 25 de Abril, Congresso Democrático das Alternativas, IAC Dívida, EAPN, GAC, etc, e tudo o que tenha a ver com o Desenvolvimento Local, o Associativismo Cidadão, a Democracia e a Felicidade.

*Pela Promotora do MovDP, António Cardoso Ferreira

      

   


TRABALHADORES CRISTÃOS QUEREM HUMANIZAR TRABALHO!

A LOC/MTC realiza nos dias 10 e 11 de junho, no Hotel João Paulo II,no Sameiro,Braga, o seu XVI
Congresso Nacional,órgão máximo desta Organização de trabalhadores católicos!Como tem sido habitual a BASE-FUT vai participar nesta iniciativa,dados os laços históricos e de cooperação que unem as duas organizações.Ver programa do Congresso aqui

APROVADO O REGRESSO DAS 35 HORAS-Sinal de esperança!


Foi hoje, 1 de junho, aprovada na Assembleia da República a lei das 35 horas. Esta medida pode ser vista por muitos como um avanço modesto. Por um lado, será a simples recuperação de um direito injustamente suspenso. Por outro, o seu âmbito será ainda limitado, deixando de fora, entre outros, os trabalhadores do setor privado e aqueles com vinculos precários e individuais ao setor público.
Todavia, e ainda que estas limitações não devam ser esquecidas, há que realçar a enorme importância prática e simbólica desta medida. Desde logo, a redução do tempo de trabalho vai refletir-se imediatamente na qualidade de vida de muitos trabalhadores e trabalhadoras do setor público. Depois, fornece uma referência crucial para os processos de negociação coletiva no setor privado. Finalmente, representa um sinal de esperança quando o principal objetivo das políticas nacionais e europeias em matéria de trabalho tem sido a intensificação das condições de exploração do trabalho.
Nunca é demais salientar como o tempo de trabalho é um elemento nevrálgico na nossa sociedade e como a sua definição concreta gera consequências de longo alcance. O equilíbrio entre trabalho e vida familiar, o espaço e disponibilidade para a participação cívica e a concretização do direito à cultura e ao lazer são exemplos de áreas cruciais na vida social que são extremamente sensíveis à duração do tempo de trabalho. 
Mas a redução do tempo de trabalho tem ainda efeitos relevantes ao nível da promoção de outros valores democráticos fulcrais como a justiça social e o pleno emprego. Por um lado, obriga a que os ganhos exponenciais proporcionadas pela evolução tecnológica do processo produtivo revertam também em favor do trabalho – quer sobre a forma de acréscimo de tempo livre e quer de aumento do salário/hora - e não sirvam apenas para alimentar o processo de acumulação capitalista. Por outro lado, a redução do tempo de trabalho permite contrariar a tendência para o aumento do desemprego que os próprios processos de inovação tecnológica acarretam.

Redução da jornada de trabalho é reivindicação histórica!

É por isto que a luta dos trabalhadores pela redução da jornada de trabalho é tão antiga, tendo sido uma das reivindicações-chave dos movimentos operários ao longo dos século XIX e XX. E é também por isso que essa luta se mantém tão pertinente, já que a imposição de jornadas de trabalho pesadas continua a ser um gravíssimo problema do mundo do trabalho contemporâneo. Portugal é, infelizmente, uma boa ilustração disto. Segundo o Eurostat, cada trabalhador em Portugal trabalhou em média de 42,6 horas por semana em 2015, o segundo valor mais elevada em toda a União Europeia. E, de acordo com os Censos 2011, 22,5% da população empregada trabalhava 45 ou mais horas por semana - um valor que a obsessão desreguladora do anterior Governo só pode ter feito aumentar entretanto.

A Base-FUT congratula assim o Governo e a atual maioria parlamentar composta por PS-PCP-PEV-BE pela aprovação desta medida. No entanto, mantém que ela deve ser vista como um primeiro passo rumo ao que deve ser o objetivo político principal nesta matéria: reduzir significativamente o tempo de trabalho em todos os setores e para todos os trabalhadores.