BASE-FUT DE LISBOA DEBATE CRISE!


Realizou-se hoje o debate sobre a crise promovido pela Base-FUT de Lisboa.A economista Eduarda Ribeiro animou de forma muito pedagógica o debate apresentando oito questões com oito tentativas de resposta sobre a crise internacional do sistema financeiro: onde começou , como se desenvolveu, como foi encarada nos USA e na Europa.Do contributo da Eduarda e das intervenções dos participantes podemos adiantar algumas questões para reflexão e informação dos que não puderam estar presentes:

Esta crise do sistema capitalista não é uma crise provocada pelo movimento popular e dos trabalhadores.Éuma crise do próprio sistema capitalista que desenvolveu a ideologia neoliberal da desregulação económica em nome do mercado e do combate ao papel do Estado na economia e na regulação da circulação dos capitais.Diríamos que o sistema se afogou na sua própria água.

Os mais pobres, nomeadamente os trabalhadores de baixos salários e os remediados, bem como os desempregados, são os que mais estão sofrer com a crise que rapidamente se transformou em social, com falência de empresas e despedimentos em quantidade.Algumas multinacionais e patrões oportunistas aproveitam a situação para fugirem às suas responsabilidades.

A natureza e amplitude desta crise indica que apenas pode ser combatida eficazmente a nível global e em grandes espaços económicos e políticos como é o caso da União Europeia.

Os economistas não conseguem definir se a crise é passageira ou se pode prolongar-se por longo tempo.Embora quase todos estejam em consenso no diagnóstico da crise os economistas divergem nas soluções.
As soluções imediatistas vão no sentido do investimento publico e privado para sutentar o emprego, na baixa de impostos e na injecção de capital no sitema bancário para garantir o crédito.

As questões mais importantes para o debate, porém, serão, entre outras, as seguintes:

1. Que papel para o Estado nas sociedades actuais e de futuro?
2.Que instituições de regulação financeira e comercial a nível mundial e europeu
3. Que novos modelos de vida instituir para um outro desenvolvimento económico e social que seja sustentável sob ponto de vista ecológico e social.Adoptar novos comportamentos e modelos economicos e sociais justos e que não delapidem os recursos.
4.Ver na crise aspectos positivos e oportunidades enquanto provocadora de novo pensamento, novas práticas sociais e novos avanços civilizacionais.
5.Será necessário o empenhamento de todos os cidadãos a nível pessoal e colectivo para superar a crise de forma positiva para o mundo e para o país.Ao contrário do que algumas pessoas pensam a saída não é o "cada um que se safe" mas o "temos que nos safar todos".
6.A importância de se ter um sistema de segurança social pública e com intervenção dos trabalhadores.

1 comentário:

joão Lourenço disse...

A economia é sempre uma coisa sem previsão acertada, mas as crises vieram porque se apostou erradamente num modelo capitalista especulador e desumano com muita mentira e gente a fazer as pessoas a acreditar nela. Mesmo quando alguém não aceitava a mentira era desacreditado pelas parsonalidades que beneficiam dessa mentira. Agora que nos sirva para lição do futuro. Não basta aceitar tudo é preciso refletir para uma humanização da economia para todos.