Apontamentos do sindicalista João Lourenço no contexto de crise económica e social:
Os desafios lançados ás cooperativas são muitos porque é preciso enfrentar situações com várias incidências como contribuir para a garantia da sustentabilidade das sociedades, na defesa dos seus associados e população em geral, no combate á pobreza, no desemprego, na constante baixa do poder de compra, qualidade de vida. Mas é também a preocupação de garantir a sustentabilidade do planeta, se não houver mudanças efectivas tudo ficará numa situação de futuro muito difícil.
A história do cooperativismo tal como do sindicalismo tem-se integrado no esforço ancestral de procurar novas soluções. A experiência com bons resultados baseia-se na militância no voluntariado, na entreajuda e na cooperação no sentido de produzir novas vias de desenvolvimento. O papel cooperativo torna-se mais importante por ser amplamente participado com respeito pela democracia e pelo fomento colectivo da participação, que hoje mais do que nunca e face á presente conjuntura está de novo na ordem do dia.
Espera-se da economia social em geral, mas muito em especial das cooperativas um forte contributo na procura de novas soluções para um desenvolvimento mais harmonioso, responsável e consequente nomeadamente a partir das iniciativas dos colectivos. Isto, porque nas cooperativas contraria-se o princípio do lucro pelo lucro da economia capitalista por um lucro solidário que se coloca ao serviço das populações.
A actual crise social e económica é geradora de potencialidades que devem ser aproveitadas para a mudança e passa por mais iniciativas cooperativistas. São muitos os factores positivos das cooperativas, mas destaca-se o facto de as cooperativas não terem estado envolvidas nos escândalos da economia de casino, e por isso serem já um principio alternativo.
Há outros espaços promissores. Pela sua génese e vocação, as cooperativas tem um ligar próprio de intervenção social. Na sua gestão devem fomentar os princípios da responsabilidade social como empresa, quer para uso interno quer como modelo de influência para outros sectores económicos. Também pelo facto de não serem motivadas pelo oportunismo gerado na crise de praticarem despedimentos ou encerrarem de forma fraudulenta, nem se deslocalizarem para o estrangeiro.
Há outros espaços promissores. Pela sua génese e vocação, as cooperativas tem um ligar próprio de intervenção social. Na sua gestão devem fomentar os princípios da responsabilidade social como empresa, quer para uso interno quer como modelo de influência para outros sectores económicos. Também pelo facto de não serem motivadas pelo oportunismo gerado na crise de praticarem despedimentos ou encerrarem de forma fraudulenta, nem se deslocalizarem para o estrangeiro.
Nas cooperativas, cabe promover a qualidade dos recursos humanos a par da modernização da gestão laboral, com uma ampla participação dos seus trabalhadores numa lógica social distinta daquela que está a ser implementada por outros sectores através da dignificação e qualidade do trabalho tal como defende a O.I.T.
Muitos trabalhadores sindicalizados são também membros das cooperativas, tal como no passado. Hoje há em muitos países uma boa relação entre as Cooperativas e o Movimento Sindical. Uma das principais razões é em muitos casos ter o mesmo tipo de origem histórica, e pelo facto de convergir na análise de muitos problemas e preocupações face ao modelo de desenvolvimento da sociedade. Estamos unidos no combate aos problemas estruturais da sociedade pelo que é desejável melhorar e encontrar formas de uma melhor intercooperação.
Os Sindicatos e as Cooperativas poderão certamente contribuir conjuntamente para uma melhor sociedade cooperando na sensibilização para os problemas sociais e em áreas importantes como a defesa dos direitos laborais, dos consumidores bem como do meio ambiente, desenvolvimento sustentável. Poderão contribuir juntos para uma estratégia que incentive o desenvolvimento do Sindicalismo e do sector Cooperativo e de toda a Economia Social.
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