Estudo da CGTP abrange trabalhadores inseridos em postos de trabalho com baixa qualificação e foi realizado por uma equipa do Observatório das Desigualdades/Centro de Investigação e Estdudos de Sociologia do ISCTE-IUL em articulação com o Instituto da Segurança Social.
«Apesar de o jovens não constituírem um grupo homogéneo, a conclusão é que, em geral, o estatuto laboral e social se tende a desvalorizar.
Primeiro, os jovens dependem até idades relativamente avançadas do apoio das famílias.Existem diversos motivos, como o alongamento do período de formação, mas as condições
materiais têm um forte peso. O mesmo acontece relativamente às dificuldades de inserção profissional em empregos estáveis.
Segundo, a análise indica uma relação de vulnerabilidade face ao emprego, sobretudo no caso dos jovens pouco qualificados: a transição entre a escola e a obtenção de um emprego estável é longa; o risco da precariedade de emprego é muito mais acentuado; há desajustamentos frequentes entre as habilitações e o nível de qualificação das profissões exercidas; a regulação do trabalho e do emprego tende a fixar normas menos favoráveis para os jovens.
Esta vulnerabilidade contrasta com a sua maior capacidade intelectual (pelo facto de serem jovens), as habilitações mais altas que as das gerações precedentes e uma elevada familiaridade com as tecnologias de informação e de comunicação. Dir-se-ia que estes factores se sobreporiam a outros, como a falta de experiência, mas não é o que acontece.
Terceiro, o desemprego penaliza mais os jovens (o risco de desemprego é hoje mais do dobro) e são também atingidos pelo desemprego de longa duração. O grupo etário dos 25 aos 35 anos é aquele onde o regresso ao mercado de trabalho está a ser mais problemático.
Quarto, a crise económica expôs mais a fragilidade dos jovens no mercado de trabalho com o aumento do desemprego e da precariedade; a quebra do emprego; o aumento do desemprego de longa duração; a redução da cobertura pelas prestações de desemprego (ainda que esta resulte também de alterações no regime legal de proteção no desemprego).
Esta desvalorização do estatuto laboral e social dos jovens não ocorre apenas no nosso país,como a OIT vem alertando. Se a crise de emprego é global, o maior preço da crise está a ser pago pelos jovens nos países desenvolvidos. O que está na base de movimentos de protesto em diversos países europeus (ILO, 2011), incluindo em Portugal.»VER
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