GREVE GERAL CONJUNTA É MUITO IMPORTANTE!

A Comissão Executiva Nacional da BASE-F.U.T. reuniu em Lisboa, no passado


dia 01 de Junho, para reflectir sobre a situação social e política do país, dessa reflexão salientamos alguns aspectos mais importantes:

1º A situação económica e social, onde o desemprego é o maior drama, está a degradar-se muito rapidamente, sem que se vislumbrem medidas para inverter a situação dando assim esperança aos portugueses. O Governo contínua aparentemente surdo ás críticas e protestos de uma grande parte dos portugueses, sindicatos, oposição política e até pessoas da sua área política.

2º Fiel ao memorando da TROIKA o governo impõe novas medidas no orçamento rectificativo que visam reduzir a despesa do Estado acentuando o desemprego, a recessão económica, a penalização dos funcionários públicos e pensionistas com a consequente destruição dos serviços públicos. Medidas inaceitáveis como o ataque ás pensões dos reformados, que ainda são um dos baluartes da solidariedade familiar, e a miserável taxação dos desempregados. Para além dos cortes nas pensões é ainda preocupante o número insuficiente de lares para os mais idosos na rede da segurança social e as condições degradantes de muitos lares privados, quase clandestinos.

3º Apesar de se vislumbrarem alguns sinais de mudança nas políticas europeias ainda é a política da redução a todo o custo dos deficits do orçamento que se mantém como linha de rumo. Não sendo alterada esta política estará em causa não apenas a moeda única, mas também o modelo social europeu e o projecto de uma Europa democrática e de paz. A Europa terá que alterar as suas políticas no sentido de um crescimento sustentável, de justiça social e de respeito pelos direitos sociais e dos trabalhadores.

4º Há sinais de inconformismo do movimento sindical e dos movimentos sociais tanto a nível nacional como europeu. Todavia, o nível actual das lutas sociais ainda é insuficiente para alterar a relação de forças na Europa e no País. Em Portugal assinalamos como de grande importância as lutas sindicais,nomeadamente a Greve Geral de 27 de Junho, em conjunto CGTP e UGT, contra a austeridade. O discurso e posicionamento do novo secretário-geral da UGT indiciam que podem ser criadas condições para uma maior convergência das lutas dos trabalhadores portugueses em defesa dos seus direitos e na defesa do Estado Social.

5º Saudamos também o protagonismo crescente de outros movimentos sociais, em especial os de jovens trabalhadores precários, bem como outras associações mais espontâneas que procuram ultrapassar as barreiras partidárias e mobilizar os cidadãos contra a política do empobrecimento e
contra uma política cega de ataque aos direitos sociais, que são hoje núcleo da dignidade da pessoa e essenciais a uma sociedade que privilegia o bem comum, tais como a saúde e educação de qualidade para todos.

6º No trabalho esta maioria governativa continua a tratar os trabalhadores como meros custos de produção e não como pessoas. Cresce o medo em muitas empresas e até no próprio Estado que pretende efectuar despedimentos pela primeira vez na história da democracia portuguesa. Os trabalhadores portugueses estão a trabalhar mais por menos dinheiro, cada vez mais inseguros no trabalho e no despedimento. As condições de trabalho estão a piorar globalmente e são muitas as empresas em processo de falência. O Governo continua a falar em baixar salários e em maiores facilidades para o despedimento! A situação é insustentável a curto prazo para a sociedade
portuguesa. A luta e a resistência dos trabalhadores portugueses peloemprego são lutas justas e irão dar os seus frutos!



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