UM SINDICALISTA QUE FOI PASTOR!

  José Manuel Duarte nasceu em 1946, na Freguesia de S. Paio (Gouveia), num ambiente ligado à agricultura de subsistência e pastorícia. O pai, sempre trabalhou no campo, fez a terceira classe, sabia ler e escrever (o que já era bom para a época), a mãe, doméstica, ajudava na agricultura, nunca foi à escola, não sabia ler nem escrever. Aos dez anos concluiu a quarta classe, o que também aconteceu com os quatro irmãos e as crianças do seu tempo. 
Aprendeu francês e inglês por volta dos catorze/dezasseis anos de idade, através de livros sem professor e, em boa parte, enquanto guardava as ovelhas. Quando foi para Angola (Janeiro de 1968) levou os livros do Ciclo Preparatório, estudou nas horas livres e no regresso, fez exame na Escola Industrial de Gouveia. No final dos anos 1990, fez o ensino nocturno por Unidades Capitalizáveis na Escola Secundária Campos Melo, concluindo o nono ano em 2005, através do Processo RVCC - Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências e, já reformado, o décimo segundo ano.
 Depois da Guerra Colonial, esteve três anos como dirigente nacional da JOC, onde adquiriu, como responsável da Redacção do Juventude Operária, alguma experiência jornalística. Entre Setembro e Dezembro de 1973, trabalhou como jornalista no República e no Jornal do Fundão. Ao regressar da tropa, voltou à profissão de carpinteiro, arte que aprendera desde os quinze anos. Em Fevereiro de 1975 assumiu a presidência do Sindicato da Construção Civil do Distrito de Castelo Branco, nas primeiras eleições livres, continuando ao serviço exclusivo do Sindicato de 1977 a 1985. Em 1982 fez o curso de Desenhador da Construção Civil, começou a fazer alguns projectos, tendo assumido a construção de duas vivendas de 1985 a 1988. Mudou de actividade profissional ao fazer o Curso de Agente de Desenvolvimento Regional (1988) e a partir daí, começou a trabalhar em projectos de desenvolvimento local/ regional, na região da Covilhã e no concelho dGouveia, projectos que incluíram responsabilidades na área da formação profissional.
Foi na escola da JOC, caminho começado aos dezasseis anos, na sua aldeia, que despertou para a consciência cívica e política, para o que significa ser cristão e para o compromisso militante. Depois da guerra, em 1971, sendo dirigente nacional da JOC, passou a representar este Movimento no CCO - Centro de Cultura Operária, do qual nasceu a BASE-FUT e da qual é fundador. O compromisso militante alargou-se então à BASE-FUT e ao Movimento de Trabalhadores Cristãos LOC/ MTC.
Por fim, após 1974, continuou sem interrupções nem desânimos, o seu compromisso e empenhamento militante na BASE-FUT, na LOC/MTC, no sindicalismo e no associativismo, graças ao apoio da sua mulher e companheira - também ela militante de causas - com quem sempre pode contar ao seu lado. No que diz respeito ao movimento associativo, a participação mais significativa é no Centro de Formação e Tempos Livres e na SOLIDÁRIOS - Fundação para o Desenvolvimento Cooperativo e Solidário, (Sever do Vouga) que apoiou desde a sua criação há quase 30 anos e, de que, actualmente, faz parte. Tem ainda uma ligação especial a duas associações de desenvolvimento no Concelho de Gouveia e à associação do bairro onde reside, na Covilhã.
 A sua militância política passa agora especialmente pela BASE-FUT, pela LOC- Movimento de Trabalhadores Cristãos, e pelo Movimento da Democracia Participativa (de âmbito nacional) e pelo Movimento de Cidadania (no concelho da Covilhã). «PERFIS» do Livro dos 40 anos da BASE-FUT a editar em Novembro próximo.

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