...«Poucos meses passados sobre o 25 de Abril, iniciou-se o assédio estrangeiro. Os enviados dos Estados Unidos foram os primeiros a contactar a BASE-FUT, primeiramente em Lisboa e de seguida no Porto.
Disseram representar sindicatos “progressistas”. Propunham-se financiar atividades, recrutamento de dirigentes, estágios e a abertura de sedes. Posteriormente, passados alguns dias, apresentou-se o enviado da Inglaterra que apresentou proposta similar, e dias depois, chegou o enviado francês que se apresentou como ex-sindicalista (CFDT), e que disse exercer atividade diplomática em Espanha, na qualidade de Conselheiro para os Assuntos do Trabalho da Embaixada.
Este foi o mais comedido, talvez por ser conhecedor das relações da BASE com a sua antiga Central. Todos se propunham apoiar o sindicalismo livre e democrático, manifestando a sua preocupação com o perigo da hegemonia comunista.
A pronta recusa dos convites e propostas deixava-os algo surpreendidos pelo que, conhecedores das relações internacionais da BASE, alertavam para a escassez de meios financeiros e humanos da CMT, como se estivessem a dar uma novidade. O assédio retornaria mais tarde, vindo até de quem menos a BASE-FUT poderia esperar e a ele nos referiremos quando se fizer referência ao seu posicionamento face à criação da UGT.
É de realçar que as duas Organizações Sindicais que mais apoiaram o CCO e a BASE: - a CSC Belga e a CMT (ex-CISC) não exerceram, em momento algum, qualquer tipo de pressão sobre os dirigentes e militantes da BASE-FUT quanto às suas opções sindicais e políticas. É certo que, por uma vez, Joseph Houteys, então Presidente, em exercício, da CSC, deixaria escapar o lamento de que a BASE não tivesse querido formar sindicatos cristãos em Portugal, não sem, de imediato, acrescentar: “A decisão é vossa, merece o meu respeito e podeis contar com o meu apoio pessoal e o do Sindicato a que presido”.
A CMT que, no seu ideário, considerava dever o Movimento Sindical reconhecer a crescente importância dos movimentos sociais e cuidar de com eles estabelecer plataformas de cooperação e ação, recebeu com satisfação o pedido de filiação da BASE-FUT, à qual, a exemplo do procedimento que adoptara para a ACLI, lhe concedeu o estatuto de membro “Observador” (sem direito a voto) com direito a intervir nos debates e a apresentar sugestões e propostas.
Em resultado das posições assumidas pela BASE-FUT, a CMT viria a estabelecer relações privilegiadas com a CGTP-IN, tendo rejeitado linearmente a proposta da Confederação Internacional dos Sindicatos Livres – CISL para, em conjunto, provocar a cisão sindical em Portugal. A propósito deste assédio da CISL à CMT, permitimo-nos transcrever a informação que um prestigiado dirigente sindical espanhol transmitiu a Carvalho da Silva (in. pag.296 do seu livro ”Trabalho e Sindicalismo Em Tempos de Globaliz”: “A cisão portuguesa foi apoiada ativamente pela CIOSL e o próprio Secretário-Geral, Otto Kersten, colocou abertamente a questão ao Secretário Geral-Adjunto da CMT, Gérard Fonteneau, da necessidade de criar uma nova Central: “Vós tendes militantes na Intersindical, nós temos dinheiro, juntos podemos criar uma Central democrática. Mas a corrente cristã da Intersindical e da CMT rechaçou a oferta da cisão” (Preciados,1999,187).
No mesmo livro, em Notas, Parte II – n. 191, Carvalho da Silva esclarece que “Os militantes a que Kersten se referia tinham como organização de referência, fora da Intersindical, a BASE-FUT”, mas ultrapassavam esse espaço, e, de facto, pode dizer-se que ficaram praticamente todos na CGTP-IN”.(Do livro: Pela Diginidade do Trabalho-Utopias e Praticas do trabalho de base?
Disseram representar sindicatos “progressistas”. Propunham-se financiar atividades, recrutamento de dirigentes, estágios e a abertura de sedes. Posteriormente, passados alguns dias, apresentou-se o enviado da Inglaterra que apresentou proposta similar, e dias depois, chegou o enviado francês que se apresentou como ex-sindicalista (CFDT), e que disse exercer atividade diplomática em Espanha, na qualidade de Conselheiro para os Assuntos do Trabalho da Embaixada.
Este foi o mais comedido, talvez por ser conhecedor das relações da BASE com a sua antiga Central. Todos se propunham apoiar o sindicalismo livre e democrático, manifestando a sua preocupação com o perigo da hegemonia comunista.
A pronta recusa dos convites e propostas deixava-os algo surpreendidos pelo que, conhecedores das relações internacionais da BASE, alertavam para a escassez de meios financeiros e humanos da CMT, como se estivessem a dar uma novidade. O assédio retornaria mais tarde, vindo até de quem menos a BASE-FUT poderia esperar e a ele nos referiremos quando se fizer referência ao seu posicionamento face à criação da UGT.
É de realçar que as duas Organizações Sindicais que mais apoiaram o CCO e a BASE: - a CSC Belga e a CMT (ex-CISC) não exerceram, em momento algum, qualquer tipo de pressão sobre os dirigentes e militantes da BASE-FUT quanto às suas opções sindicais e políticas. É certo que, por uma vez, Joseph Houteys, então Presidente, em exercício, da CSC, deixaria escapar o lamento de que a BASE não tivesse querido formar sindicatos cristãos em Portugal, não sem, de imediato, acrescentar: “A decisão é vossa, merece o meu respeito e podeis contar com o meu apoio pessoal e o do Sindicato a que presido”.
A CMT que, no seu ideário, considerava dever o Movimento Sindical reconhecer a crescente importância dos movimentos sociais e cuidar de com eles estabelecer plataformas de cooperação e ação, recebeu com satisfação o pedido de filiação da BASE-FUT, à qual, a exemplo do procedimento que adoptara para a ACLI, lhe concedeu o estatuto de membro “Observador” (sem direito a voto) com direito a intervir nos debates e a apresentar sugestões e propostas.
Em resultado das posições assumidas pela BASE-FUT, a CMT viria a estabelecer relações privilegiadas com a CGTP-IN, tendo rejeitado linearmente a proposta da Confederação Internacional dos Sindicatos Livres – CISL para, em conjunto, provocar a cisão sindical em Portugal. A propósito deste assédio da CISL à CMT, permitimo-nos transcrever a informação que um prestigiado dirigente sindical espanhol transmitiu a Carvalho da Silva (in. pag.296 do seu livro ”Trabalho e Sindicalismo Em Tempos de Globaliz”: “A cisão portuguesa foi apoiada ativamente pela CIOSL e o próprio Secretário-Geral, Otto Kersten, colocou abertamente a questão ao Secretário Geral-Adjunto da CMT, Gérard Fonteneau, da necessidade de criar uma nova Central: “Vós tendes militantes na Intersindical, nós temos dinheiro, juntos podemos criar uma Central democrática. Mas a corrente cristã da Intersindical e da CMT rechaçou a oferta da cisão” (Preciados,1999,187).
No mesmo livro, em Notas, Parte II – n. 191, Carvalho da Silva esclarece que “Os militantes a que Kersten se referia tinham como organização de referência, fora da Intersindical, a BASE-FUT”, mas ultrapassavam esse espaço, e, de facto, pode dizer-se que ficaram praticamente todos na CGTP-IN”.(Do livro: Pela Diginidade do Trabalho-Utopias e Praticas do trabalho de base?
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