A vitória do Syriza nas eleições gregas levantou um conjunto de receios, suspeições e comentários pouco dignos, em particular de uma direita europeia que se considera a senhora do projeto europeu. Todos são muito democráticos desde que os vencedores pertençam ao chamado «arco da governação», ou seja, à direita e a algum, não todos, centro esquerda. Bem no fundo a direita tem uma visão de pensamento único para a Europa e, fora desse pensamento, dessa configuração, particularmente económica e de modelo do Estado, não existe salvação! É o inferno, o caos, o extremismo! E alguns setores desta direita estão tão cegos que tudo vão fazer para que a experiência grega fracasse. Vão apertar, chantagear, protelar decisões, caluniar, inventar para que seja o próprio povo grego a revoltar-se contra o seu governo! Os mais inteligentes irão entender que para o bem de todos, em particular dos credores, será necessário renegociar a dívida e reconstruir as solidariedades no interior da União. Ou seja a vitória do Syriza não apenas vai alterar a relação de forças na Europa e lançar o debate sobre o projeto europeu como vai dividir ainda mais o bloco de apoio á austeridade que se formou á volta da Alemanha e de alguns países nórdicos. Hoje o Syriza é um verdadeiro ponta de lança dos que querem uma outra União Europeia com dimensão social e emprego de qualidade. AB
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