FRANÇA E MADEIRA: Duas eleições e algumas lições

A Comissão Executiva da Base na sua reunião do passado dia 10 do corrente mês de Maio analisou as eleições da Madeira e da França destacando alguns aspectos politicamente relevantes:

Foi notória a continuada e inaceitável cobardia dos Órgãos da República, bem como da Comissão Nacional de Eleições perante o comportamento inqualificável do Dr. Alberto João Jardim ao fazer inaugurações diárias e dirigir diversos insultos aos seus adversários durante a Campanha Eleitoral. Esta posição da República e dos seus órgãos de soberania tem contribuído para a degradação crescente da credibilidade do sistema democrático e a prazo paga-se caro!

Consequência desta desenfreada necessidade de fazer inaugurações por parte do Dr. Alberto João jardim, foi provavelmente a morte de dois trabalhadores da construção civil, pois segundo responsáveis sindicais, os acidentes aconteceram devido à pressão colocada sobre os trabalhadores para terminarem algumas obras a inaugurar.

Outro facto significativo é sem dúvida a pesada derrota do PS madeirense que foi claramente abandonado pelo Partido nacional. A derrota poderá significar que o eleitorado também pretendeu castigar a governação nacional!

Quanto ao resto confirmou-se a vitória do Presidente do Governo Regional que continua a governar a Madeira numa lógica de fazer desaparecer qualquer contestação e oposição credível.

A República tem, no entanto, o dever de fazer cumprir a lei em todo o espaço nacional, respeitando o Poder Local e as Autonomias Regionais.

Relativamente às eleições na França há que destacar a vitória do candidato da direita que de certo modo beneficiou dos acontecimentos de violência juvenil ocorridos nas grandes cidades francesas. O candidato vencedor conseguiu convencer largos sectores da sociedade francesa receosos com a falta de segurança e com a imigração.

A conclusão é que a esquerda deve ser mais clara no que respeita a estas duas questões, nomeadamente quanto á violência de pequenos grupos ditos de extrema - esquerda que aproveitaram de imediato o rescaldo eleitoral para incendiarem automóveis e outros bens nos subúrbios das cidades. Os órgãos de comunicação aproveitaram de imediato a situação para salientar que se tratava de grupos da esquerda. Perante isto exige-se uma imediata reacção da esquerda democrática a repudiar tais actos que são em primeira instancia anti democráticos. A esquerda europeia não pode permitir que lhe sejam colados actos e posições de grupos, que muitas vezes são manipulados e usados exactamente por forças contrárias.

Este tipo de violência apenas fortalece os sentimentos de insegurança das pessoas empurrando-as para a direita política e social. Por outro lado, as vítimas deste tipo de violência são, em geral, os mais pobres.

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