Ao fim da tarde deste 18 de Junho, o intitulado grupo dos “católicos progressistas” promoveu um encontro, na Sociedade Portuguesa de Autores, em Lisboa, para homenagear António Jorge, ex-padre do Seminário de Almada e Sereno Regis fundador do Centro de Estudos e do movimento não violento, em Milan, Itália.
Testemunharam sobre a vida de António Jorge: Ana Vicente, Manuela Brás (sua irmã), António Correia e João Medina, entre outros. Por sua vez Maria Victória Vaz Pato e o representante do Centro de Estudos Sereno Regis versaram sobre a vida e obra de Sereno Regis, enquanto cidadão italiano que manteve uma forte ligação e colaboração com o grupo dos católicos progressistas, em Portugal e fundador do movimento não violento, em Itália.
Na impossibilidade de nos alongarmos, relevamos algumas ideias, linhas de forças do encontro.
O menino precoce de uma numerosa família de uma aldeia do Fundão, ao ordenar-se sacerdote “lutou por ser um padre do mundo”, como preconizava Monsenhor Pereira dos Reis, seu professor e pedagogo: “vamos tentar fazer de vocês homens”.
António Jorge não se deixou formatar pelos cânones da Igreja (vivia uma grande crença, tinha uma grande fé) pelo que não era defensor do regime, antes pelo contrário. Era um apontador de caminhos como refere António Correia.
Estava-se no período do Concílio Vaticano II, onde muitos dos padres conciliares se empenharam em aplicar os ensinamentos do Evangelho e a prática da vida cristã no quotidiano. “Gente fina não podia fazer parte do reviralho”.
António Jorge leitor do Thémoignage Chrétien (revista francesa de vanguarda da Igreja em França) que o clero português considerava pecado quem a lesse, foi correspondente da Action Catholique Internationale e tradutor oficial da revista Concilium, para além de colaborar na Cooperativa cultural “Pragma”, foi militante empenhado no grupo do católicos progressistas, lutador pela abertura da Igreja ao mundo e contra o regime ditatorial, enfim lutador da liberdade e pela democracia no país.
A sua acção incomodava a hierarquia católica e o poder, pelo que foi convidado pelo Cardeal Cerejeira ir estudar para Estrasburgo (França). António Correia considere-o “.
Segundo António Correia foi e é “um homem perpendicular ao tempo”.
José Vieira
2 comentários:
é impressão minha ou vejo o Francisco Louçã ainda rapaz no canto superior esquerdo da fotografia?
Exactamente |
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