TRABALHADORES ENCONTRAM SOLUÇÕES!

Batalha, 18 jul (Lusa) - Um grupo de funcionários da Bonvida, uma empresa da Batalha que está em processo de insolvência, apresentou um projeto de viabilização da fábrica, através da constituição de uma cooperativa, disse hoje à Lusa o porta-voz dos trabalhadores.

"Existe sintonia com a administradora da insolvência e aguardamos agora a análise do processo. Pensamos que, em setembro, ficaremos a saber se podemos ou não avançar com a cooperativa e, acreditamos, começar a trabalhar no próximo ano", explicou Luís Filipe.

A quota por trabalhador está definida em 2.5000 euros e, " além daqueles que estão desde setembro do ano passado à porta da empresa a proteger a massa insolvente, pretendemos alargar o convite aos restantes trabalhadores", sublinhou.

Luís Filipe sustentou que a ideia de avançar para a constituição de uma cooperativa se deve ao facto de os funcionários terem "confiança neste projeto, talvez o melhor na Península Ibérica dentro da área da porcelana".

No início do ano, a comissão de credores já votara a favor da viabilização da empresa.

A fábrica, assegura o representante dos trabalhadores, tinha capacidade para produzir mensalmente um milhão de peças em porcelana, metade das quais destinadas ao mercado externo.

No dia 02 de setembro de 2011, a Bonvida Porcelana, que possuía cerca de 170 trabalhadores [cerca de 30 já rescindiram o seu contrato de trabalho com a empresa], enviou uma carta aos funcionários, dispensando-os de se apresentarem ao serviço.

A administração anunciou que não iria "proceder ao pagamento das retribuições relativas ao meses de agosto e setembro e, previsivelmente, às retribuições referentes aos próximos meses".

Inicialmente, alegou a interrupção do fornecimento de gás para justificar a dispensa de funcionários de 23 secções, depois admitiu em comunicado que não tinha encomendas suficientes que justificassem a sua laboração.

Desde então, um grupo de trabalhadores mantém-se de vigília à fábrica e por diversas vezes foi chamada a GNR ao local, devido ao conflito latente com o proprietário.

Em outubro, foi promovida uma reunião informal na Câmara da Batalha, na qual marcaram presença representantes do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação, de duas entidades bancárias e dos trabalhadores.

A administração da empresa não compareceu ao encontro promovido pela autarquia, que desde o início do processo sublinhou a importância de evitar o fecho de uma unidade que "faria disparar no concelho o desemprego em 38 por cento".

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