PELO SALÁRIO JUSTO!

Lisboa, 17 jul (Lusa) - O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) vai montar um hospital de campanha na sexta-feira em Lisboa, uma ação de protesto contra a subcontratação destes profissionais a cerca de quatro euros por hora.

"Traz a tua bata branca" é o apelo feito pelo sindicato aos profissionais de enfermagem que queiram juntar-se ao protesto que decorrerá na manhã de sexta-feira na Rua Augusta, em Lisboa.

Os profissionais visam alertar para a situação de subcontratação de enfermeiros na área da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT), onde estão a ser recrutados por cerca de quatro euros à hora.

"Vamos montar um hospital de campanha onde dirigentes do sindicato e alguns enfermeiros estarão a prestar cuidados às pessoas, fazendo avaliações de tensão ou de glicemias. Cuidados que normalmente se prestam nos centros de saúde e que, face ao que está a ser pago, poderão ser prestados de forma generalizadas às pessoas que passam na rua, gratuitamente", disse à agência Lusa a dirigente do SEP Guadalupe Simões.

No apelo colocado no seu site na Internet, o sindicato lembra que há duas semanas o país "acordou em choque". "Os enfermeiros estão a receber menos que o salário mínimo nacional para cuidar dos portugueses", acrescenta a nota.

Inicialmente, cerca de 70 enfermeiros subcontratados na ARS-LVT receberam propostas para receberem 3,96 euros para 35 horas semanais. Mais tarde, a empresa que tentou subcontratar os enfermeiros passou a oferecer 4,23 euros, reduzindo para 31,5 horas por semana.

"Espero que o Ministério da Saúde não aceite estas situações: os serviços estão carenciados de horas de prestação de cuidados e não podemos permitir que as empresas estejam a apresentar diminuição do tempo de trabalho numa perspetiva de aliciar enfermeiros com um valor um pouco mais alto", sublinhou Guadalupe Simões.

O protesto ocorre no mesmo mês em que os médicos fizeram uma greve de 48 horas e uma concentração frente ao Ministério da Saúde, na qual, vestidos de batas brancas, reivindicaram medidas de defesa do Serviço Nacional de Saúde.



ARP.

Lusa/fim



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