A Comissão para os Assuntos do Trabalho (CAT ) da BASE-FUT reuniu no passado dia 11 de outubro em Coimbra produzindo um documento sobre a situação social e política do qual retiramos este pedaço:
«...Apesar dos cortes e do forte aumento da tributação fiscal sobre as transações – e de todos os sacrifícios impostos aos cidadãos que trabalham e pagam os seus impostos – o Governo não consegue atingir as metas que tinha proposto: nem na economia, cuja evolução tem sido quando muito anémica, nem no âmbito financeiro, com défices em constante agravamento. E não obstante todas as “engenharias”, o desemprego continua a níveis alarmantes e a dívida portuguesa não deixa de subir situando-se acima dos 130% do PIB.
Concluindo, esta política que condena o país à estagnação económica e hipoteca os seus recursos no aspeto financeiro, está também marcada pelo aprofundamento das desigualdades e injustiças sociais que ferem profundamente a dignidade humana. O desemprego mantém-se em níveis alarmantes enquanto a qualidade do emprego se degrada para condições mais desumanas, onde prospera o subemprego, a precariedade, o falso emprego (estágios) e a desregulamentação.
A emigração assume um carácter de êxodo, levando jovens qualificados, mas também outros trabalhadores, qualificados ou não, a emigrarem. Ninguém fala no investimento colossal que o Estado português realizou na formação de centenas de milhar de licenciados que agora estão a dar o seu contributo ao Reino Unido á Alemanha e a outros países da EU. Por outro lado, são muitos os portugueses que não querem ter filhos: porque as condições de emprego, como os horários, são desfavoráveis; porque o salário é insuficiente para proporcionar uma vida digna aos filhos; porque os apoios sociais são medíocres, quer ao nível financeiro, quer ao nível do acompanhamento médico da gravidez…
Perante esta situação é essencialmente o movimento sindical que lidera a contestação a esta política, contestação com as limitações que conhecemos, tanto a nível nacional como internacional. Constata-se no entanto, que os sindicatos são absolutamente necessários, indispensáveis, para se combater a degradação social dos serviços públicos, das relações de trabalho e na defesa do trabalho digno. O sindicalismo é um poderoso travão às desigualdades e á degradação da qualidade de vida no trabalho.
A Igreja católica que poderia desenvolver uma atividade profética decisiva, para além da caritativa, continua a falhar neste campo, de que a Hierarquia e o clero em geral têm grandes responsabilidades. Salvo algumas e honrosas exceções, são poucos os que estão com o povo, percecionam o seu sentir e têm em conta as suas aspirações. Salientamos, no entanto, como positivos e estimulantes algumas expressões de movimentos eclesiais nomeadamente a recente tomada de posição dos párocos do peso da Régua, Santa Marta e Mesão Frio sobre a situação insustentável dos pequenos agricultores durienses e as constantes e oportunas tomadas de posição dos movimentos dos trabalhadores cristãos sobre as consequências das atuais politicas de austeridade que fomentam o desemprego e a desigualdade.
Neste contexto estamos surpreendidos com o reduzido acolhimento à mensagem do papa Francisco, nomeadamente na leitura que faz sobre esta «economia que mata» e sobre os direitos dos mais fracos e pobres.....»
«...Apesar dos cortes e do forte aumento da tributação fiscal sobre as transações – e de todos os sacrifícios impostos aos cidadãos que trabalham e pagam os seus impostos – o Governo não consegue atingir as metas que tinha proposto: nem na economia, cuja evolução tem sido quando muito anémica, nem no âmbito financeiro, com défices em constante agravamento. E não obstante todas as “engenharias”, o desemprego continua a níveis alarmantes e a dívida portuguesa não deixa de subir situando-se acima dos 130% do PIB.
Concluindo, esta política que condena o país à estagnação económica e hipoteca os seus recursos no aspeto financeiro, está também marcada pelo aprofundamento das desigualdades e injustiças sociais que ferem profundamente a dignidade humana. O desemprego mantém-se em níveis alarmantes enquanto a qualidade do emprego se degrada para condições mais desumanas, onde prospera o subemprego, a precariedade, o falso emprego (estágios) e a desregulamentação.
A emigração assume um carácter de êxodo, levando jovens qualificados, mas também outros trabalhadores, qualificados ou não, a emigrarem. Ninguém fala no investimento colossal que o Estado português realizou na formação de centenas de milhar de licenciados que agora estão a dar o seu contributo ao Reino Unido á Alemanha e a outros países da EU. Por outro lado, são muitos os portugueses que não querem ter filhos: porque as condições de emprego, como os horários, são desfavoráveis; porque o salário é insuficiente para proporcionar uma vida digna aos filhos; porque os apoios sociais são medíocres, quer ao nível financeiro, quer ao nível do acompanhamento médico da gravidez…
Perante esta situação é essencialmente o movimento sindical que lidera a contestação a esta política, contestação com as limitações que conhecemos, tanto a nível nacional como internacional. Constata-se no entanto, que os sindicatos são absolutamente necessários, indispensáveis, para se combater a degradação social dos serviços públicos, das relações de trabalho e na defesa do trabalho digno. O sindicalismo é um poderoso travão às desigualdades e á degradação da qualidade de vida no trabalho.
A Igreja católica que poderia desenvolver uma atividade profética decisiva, para além da caritativa, continua a falhar neste campo, de que a Hierarquia e o clero em geral têm grandes responsabilidades. Salvo algumas e honrosas exceções, são poucos os que estão com o povo, percecionam o seu sentir e têm em conta as suas aspirações. Salientamos, no entanto, como positivos e estimulantes algumas expressões de movimentos eclesiais nomeadamente a recente tomada de posição dos párocos do peso da Régua, Santa Marta e Mesão Frio sobre a situação insustentável dos pequenos agricultores durienses e as constantes e oportunas tomadas de posição dos movimentos dos trabalhadores cristãos sobre as consequências das atuais politicas de austeridade que fomentam o desemprego e a desigualdade.
Neste contexto estamos surpreendidos com o reduzido acolhimento à mensagem do papa Francisco, nomeadamente na leitura que faz sobre esta «economia que mata» e sobre os direitos dos mais fracos e pobres.....»
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