O movimento sindical nacional e
internacional tem uma longa e rica história! Os trabalhadores têm desenvolvido
diversas formas de organização ao longo dos últimos dois séculos! Hoje
colocam-se novamente grandes desafios ao sindicalismo. A precarização das relações
laborais nas suas diversas formas, a diminuição da sindicalização, a
fragmentação das classes trabalhadoras, a deslocalização de empresas e as
formas de gestão predadoras do capitalismo neo- liberal estão provocando uma
erosão profunda nos sindicatos e na ação sindical!
Neste contexto os trabalhadores, e em
particular os ativistas sindicais, sentem necessidade de debater estas questões
tendo como horizonte a necessária transformação desta sociedade para a qual o
sindicalismo deve contribuir.
A renovação do sindicalismo passa hoje
por uma reflexão sobre as práticas sindicais e por aprofundar ideias que se
repetem, por vezes como ladainhas, sem já sabermos o que queremos dizer quando
as dizemos.
Que significado tem hoje dizer que
queremos um sindicalismo de base, de massas, de classe e autónomo»? Afinal o
que é um sindicalismo reivindicativo ou reformista? E um sindicalismo
«amarelo»? E um sindicalismo revolucionário?
É necessário então abordar estas
questões e dar-lhes um novo sentido ou, pelo menos, encontrar uma explicação
razoável para a sua existência!
Vamos começar pelo sindicalismo de
base, de massas, de classe e autónomo. De facto, o que estamos a dizer quando
apregoamos este sindicalismo?
Um sindicalismo de base
O sindicato é antes de mais nada a
organização dos trabalhadores nos locais de trabalho. É aqui que está a força
do sindicato. Quando os trabalhadores fazem as suas assembleias de empresa ou
serviço, debatem e decidem. É aqui que o sindicato ganha força pois tem o poder
de todos ou quase todos os trabalhadores. É aqui que os delegados sindicais e
as comissões sindicais eleitos pelos seus camaradas ganham força e se podem,
tornar porta-vozes do coletivo de trabalhadores. É aqui que se decidem as
formas de luta, de pressão e até a greve. Esta dinâmica de base opõe-se a uma
dinâmica sindical cupulista e dirigista, infelizmente tão frequente, onde os
sindicalistas agem e decidem por sua conta. Os cupulistas e dirigistas
negoceiam frequentemente sem consultar os trabalhadores. Por vezes reúnem com
os trabalhadores para estes aprovarem as propostas que já levam na manga.
O sindicalismo de base não basista!
Porém, o sindicalismo de base não é um
sindicalismo «basista», ou seja, que se esgota nos locais de trabalho, sem
articulação com o todo da classe e a sua organização regional ou nacional. O
sindicalismo de base procura a ligação e solidariedade entre os locais de
trabalho e procura lutar pelos interesses e direitos da classe trabalhadora de
forma autónoma. Defende as diferentes formas de organização e direção, quer
seja local, regional, nacional ou internacional. Não confunde, porém o papel de
cada instância organizativa e não permite que as cúpulas dirigentes respetivas
decidam pelos trabalhadores.
O sindicalismo de base é também uma
metodologia de fazer sindicalismo. É o caminho do futuro do sindicalismo. O
mundo moderno exige um sindicalismo de base, que una os trabalhadores nos
locais de trabalho e exprima os interesses destes independentemente das suas
orientações políticas e religiosas. A democracia direta á a alma do
sindicalismo de base. Todos decidem por igual. Os eleitos podem ser destituídos
a qualquer momento pelo coletivo de trabalhadores!A BASE/FUT defende um sindicalismo de base!
INFORMAÇÃO LABORAL
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