Em
declaração recente, e em nome da dignidade da pessoa e da necessária
distribuição da riqueza que é cada vez mais produzida com menos trabalhadores,
o Movimento Europeu de Trabalhadores Cristãos toma posição sobre a questão do
direito a um rendimento básico .Uma tomada de posição pertinente e corajosa nos
tempos que correm.
«Em
alguns países o debate do rendimento básico ainda não foi iniciado, noutros por
sua vez está bastante avançado. Entendemos como rendimento básico um subsídio
mínimo pelo qual a pessoa fique acima do limiar da pobreza, e que permita a
todas as pessoas viver com dignidade. Este direito não deve estar ligado ao
trabalho remunerado ou profissional.
Por
outro lado o ter um rendimento básico evitaria o estigma daquelas pessoas que
por qualquer causa não têm acesso ao mercado laboral. Também devemos trabalhar
para evitar a rejeição do rendimento básico por parte daqueles que acreditam
que este contribuiria a que aqueles que o recebessem não seriam pessoas
produtivas para a sociedade. Consideramos que o rendimento básico hoje em dia é
imprescindível, já que em muitos casos o trabalho remunerado não gera o salário
suficiente para poder viver dignamente.
Constatamos
que a sociedade atual caminha para um novo paradigma de tecnicização no qual –
tal como se tenta organizar a sociedade – não há emprego para todos.
A
crise atual levou muitas empresas a reduzir os seus efetivos e obrigar os seus
trabalhadores a fazer horas extras em determinados momentos. Por outro lado
existe um grande número de desempregados de longa duração que sofrem a sensação
de indignidade que lhes provoca esta situação. As pessoas têm direito de viver
de uma forma digna e ser livres para escolher o seu trabalho. Para isso é
necessário assegurar uma fonte de rendimento suficiente. Uma solução seria,
então, o rendimento básico financiado através da redistribuição das riquezas.
Como
movimento de trabalhadores cristãos devemos basear-nos nos evangelhos e nos
diversos documentos do Magistério da Igreja: doutrina social, encíclicas, etc.
Há que ter presente que Jesus sempre colocava a pessoa no centro. Nós como
porta-vozes do Movimento de Trabalhadores Cristãos da Europa, devemos
reivindicar a superioridade moral do homem sobre o capital. O rendimento básico
daria resposta a esta ideia principal que se apoiaria nos três pilares básicos
do Magistério Social da Igreja: a dignidade da pessoa, o bem comum e o destino
universal dos bens. »Declaração do Movimento Europeu de Trabalhadores Cristãos)
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