ESTADO É MAU PATRÃO?: urgente uma inspeção do trabalho para o Estado!

 
A ministra Francisca Van Dunem está a ser criticada por não seguir recomendações da Autoridade para as Condições do Trabalho e querer pagar segurança abaixo do custo. O combate à precariedade na segurança privada uniu os partidos da esquerda à direita. 
O motivo foi um concurso do ministério da Justiça (MJ) que, conforme a imprensa noticiou esta segunda-feira, quer pagar, para serviços de vigilância e segurança para todos os seus organismos (incluindo tribunais), preços abaixo dos recomendados pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). Como o "preço mais baixo" é o elemento determinante para se vencer o concurso, as empresas têm apresentado propostas com custos muito abaixo dos previstos pela ACT, o que resultará, alerta o sindicato do setor, num "esmagamento dos direitos dos trabalhadores".
O problema de fundo, porém, é que não existe nenhuma entidade inspetiva para o setor do Estado. Este, no domínio das relações de trabalho, é um patrão sem vigilância! A ACT não tem competências no domínio das relações de trabalho no Estado! O movimento sindical e os partidos de esquerda devem quanto antes pôr os organismos públicos na ordem já que tanto se fala em igualdade do público com o privado!
O combate à precariedade e ao dumping social jamais poderá ser combatido coerentemente no setor privado se continuarem as más práticas no setor público!

É assim urgente criar um organismo inspetivo no domínio das relações de trabalho para o setor do Estado ou dar essas competências e respetivos meios à ACT! Mas esse organismo deve ter um mecanismo que garanta a efetiva inspeção das condições de trabalho com autonomia e independência! É que ninguém é bom juiz em causa própria!

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