MULHERES NO CAMINHO DA IGUALDADE!

A 8 de Março do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas.
Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada em Copenhaga, na Dinamarca, foi proposto por Clara Zetkin e decidido, em homenagem àquelas mulheres e pela necessidade de lutar por reinvidicações fundamentais, comemorar o 8 de Março como “Dia Internacional da Mulher”. Convidamos todas/os a juntarem-se a nós, no dia 8 de Março (sábado), pelas 21 horas e 30 minutos, no Salão Nobre do Clube dos Galitos com o propósito de evocar a luta de todas as mulheres que permitiram que no presente o caminho da IGUALDADE esteja longamente percorrido (apesar de não concluído). Nesta evocação, contamos com a participação do Grupo Poético de Aveiro e com Ana Ribeiro (guitarra e voz) e Ana Afonso (voz) – companheiras da AJA Norte.

ZECA AFONSO LEMBRADO NA COVILHÃ!


Quase uma centena e meia de pessoas, de todas as idades, encheram o salão de espectáculos da Liga dos Amigos dos Penedos Altos, na Covilhã, para lembrar o grande cantor de intervenção e da Grândola Vila Morena, numa iniciativa que nos últimos anos vem sendo promovida por um grupo de Amigos do Zeca Afonso e que contou com o empenhado apoio dos órgãos dirigentes da LAPA.
Neste ano em que celebramos os 40 anos do 25 de Abril, António Duarte, Maria João Cassapo e Ruben Matos, e ainda José António Pinho, animaram calorosamente o serão de sábado, 22 de Fevereiro, com as suas vozes e guitarras evocando canções e mensagens de José Afonso, 27 anos depois da sua morte.
 Jorge Santos, jornalista, natural de terras da Covilhã, há 30 anos a residir na região de Lisboa, convidado pelos organizadores, fez a principal intervenção trazendo informações e testemunho sobre os últimos anos de vida do grande ser humano, resistente e cantor que foi Zeca Afonso.
O covilhanense que no inicio dos anos 80 trabalhou como animador do Centro de Cultura Operária e da Base-Frente Unitária de Trabalhadores, falou do tempo em que esta organização, com sede na Rua de S. Bento, em Lisboa, cedeu as suas instalações para Zeca Afonso e o grupo que formava a cooperativa Era Nova prepararem as suas músicas e os seus espectáculos, quando muitas organizações da capital lhes fechavam as portas e muitos políticos se esqueciam do autor da Grândola Vila Morena. José Manuel Duarte






CATÓLICOS CONTRA A DITADURA! testemunho de Nuno Teutónio Pereira

Caras e caros participantes na tertúlia sobre “Os católicos na luta contra a Ditadura” Não podendo estar entre vós neste momento, saúdo esta iniciativa do movimento Não Apaguem a Memória e do Instituto S. Tomás de Aquino, dada a importância histórica dos acontecimentos de que se ocupará, que estão a cair no esquecimento.
Quando Salazar chegou ao poder, primeiro como Ministro das Finanças e pouco depois nomeado Presidente do Conselho, recebeu o apoio massivo dos católicos, o qual persistiu durante muitos anos, apesar do carácter cada vez mais ditatorial do regime. Isso terá porventura acontecido por causa do poder que a Igreja deteve em Portugal durante séculos, que apenas começou a ser contestado após a instauração da República em 1910. Só assim se pode explicar esse apoio à ditadura salazarista durante tanto tempo e a sua indiferença perante os meios da repressão que o regime impunha e que se sobrepunham, por vezes, à própria Igreja.
 De entre estes meios repressivos, os mais cruéis foram sem dúvida a polícia política, que chegava a exercer o seu domínio sobre as direções de todos os grupos de carácter associativo, incluindo os sindicatos de trabalhadores (eu próprio fui por 2 vezes excluído da direção do Sindicato dos Arquitetos, apesar de eleito para o cargo), e a censura totalitária que abrangia todo o tipo de publicações e ações culturais. No que respeita à censura, a atividade era tão despudorada, que todos os jornais publicavam na primeira página um pequeno retângulo onde se lia “Este número foi visado pela Comissão de Censura”. A POLÍCIA POLÍTICA Quanto à polícia política eram conhecidos os vexames e as torturas por que passavam anualmente centenas de cidadãs e cidadãos. Perante esta situação ditatorial que durou mais de 4 décadas, a esmagadora maioria da população, que se dizia católica, permanecia de braços cruzados, incluindo o Episcopado, que se mantinha solidário com o regime, não ousando exprimir qualquer crítica ou, sequer, dúvida.
Foi neste quadro que o então Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, escreveu em 1958 uma carta a Salazar na qual denunciava alguns aspetos da situação. Este documento que, evidentemente, não pôde ser publicado em qualquer órgão informativo, levou alguns católicos, que entretanto haviam começado a denunciar os crimes do salazarismo, nomeadamente no seio da chamada Ação Católica, a organizar ações de protesto, através de encontros e publicações clandestinas, assim como de cartas abertas e abaixo-assinados públicos. Entre todos, não posso deixar de citar o P. Abel Varzim e o Engº. Francisco Lino Neto, e ainda minha mulher Maria Natália Duarte Silva, que participou ativamente em todas estas iniciativas. Mais tarde, na década de 1960, o foco passou a ser a denúncia da guerra colonial, vista como uma injustiça intolerável que atingia o povo português e os povos africanos sob dominação portuguesa e que constituía o “calcanhar de Aquiles” do regime.
A luta pela paz, vivificada pelo Concílio Vaticano II e pelas novas responsabilidades reconhecidas aos leigos na Igreja, tornou-se central no pensamento e nas atividades dos então chamados “católicos progressistas”. A ação dos católicos na luta contra a Ditadura foi-se progressivamente ampliando, ao longo dos anos, sendo uma das suas mais interessantes características o facto de ter construindo pontes com muitos outros setores da sociedade portuguesa – trabalhadores, intelectuais, estudantes - independentemente das suas crenças religiosas. Talvez por esta razão, o seu impacto foi muito além do que o número de pessoas realmente envolvidas o poderia fazer supor.
 Nuno Teotónio Pereira
Lisboa, 16 de fevereiro de 2014

EMIDIO MARTINS-um militante cristão e sindicalista para a vida!

Emídio Martins vai celebrar 75 anos de idade no dia 1 do próximo mês de Março. Os familiares e amigos vão organizar naquela data, em Torres Novas, uma festa convívio que será também uma homenagem a um homem comprometido no combate por uma Igreja Católica mais fraterna e por um povo mais livre. Emídio é um histórico dos movimentos operários da Ação Católica das décadas de sessenta a finais do século XX, fazendo um longo percurso de mais de cinquenta anos de militância. 
 Começou a trabalhar aos 13 anos de idade.Com 16 anos, em 1955, integra o Grupo JOC (Juventude Operária Católica) de Torres Novas, sindicalizando-se aos 18 anos e entrando na Liga Operária Católica com 25 anos, após se casar com Maria Hermínia, outra conhecida militante dos meios católicos. Em Maio de 1973 é convidado a integrar a Equipa Permanente da LOC como Secretário Nacional do movimento e parte para Lisboa com toda a família. Em 1974, já em liberdade, o Conselho Nacional de Junho decide a fusão da LOC masculina com a feminina sendo a direção do agora Movimento unificado partilhada pelo Emídio, como Secretário Nacional e pela Natividade Cardoso, como Presidente. 
O mandato do Emídio decorre de 1974 a 1980 atravessando todo um período de grandes transformações no nosso país com a Revolução dos Cravos! No Conselho Nacional da LOC unificada de 1983 é eleito Presidente Nacional para um mandato até 1986.Em Maio deste ano participa no Congresso sindical da CGTP onde foi eleito para a Comissão Executiva, com Carvalho da Silva como Coordenador da Central. Aí exerceu diversas funções nacionais e internacionais sempre numa linha de unidade sindical entre as diversas sensibilidades políticas e sindicais. 
Emídio Martins esteve na Comissão Executiva da CGTP durante dez anos, até 1996, regressando depois à sua terra natal novamente como militante de base da LOC. O Emídio teve sempre uma relação especial com a BASE-FUT e participou em diversas atividades promovidas por esta organização. Queremos desta maneira prestar-lhe a nossa pública homenagem e desejar-lhe ainda muitos anos de vida e militância, junto da família amigos e companheiros, pese os constrangimentos normais dos 75 anos! BEM HAJAS!

MODELO ECONÓMICO PODE DESTRUIR A EUROPA!

Este modelo económico de empobrecimento que se está a tornar dominante na Europa pode desenterrar velhos fantasmas de guerras fratricidas e totalitarismos políticos.Alguns dos participantes do seminário internacional que debatem em Lisboa a precariedade laboral e a coesão social na UE consideram que este modelo de gente sem rosto mais não é do que o capital financeiro e as grandes corporações ou transnacionais.Estranhamente ou não, um destes participantes foi o padre Jardim Moreira, Presidente da Rede Europeia Anti Pobreza, que considerou que a Europa não ataca a raiz ou as causas da pobreza, mas antes deixa crescer a «sopa dos pobres».Reina um certo pessimismo no debate mas também um esforço na procura de soluções que sempre estarão na ação coletiva dos cidadãos e em particular dos trabalhadores organizados.Amanhã haverá uma mesa redonda com Portugal, Espanha, Italia e Alemanha para se aprofundarem os problemas e soluções.

PRECARIEDADE- seminário Internacional!

 
Promovido pelo Centro de Formação e Tempos Livres (CFTL) e pela Base-Frente Unitária de Trabalhadores, com o apoio do EZA (Centro Europeu para os Assuntos dos Trabalhadores) e da Comissão Europeia, vai ter lugar de 13 a 15 deste mês de fevereiro, no Hotel Tryp Aeroporto, em Lisboa, um seminário internacional subordinado à temática «Precariedade Laboral e Coesão Social em Portugal e na União Europeia». Os portugueses José Castro Caldas, professor da Universidade de Coimbra e do Centro de Estudos Sociais e o Padre Agostinho Jardim Moreira, Presidente da Rede Europeia Anti- Pobreza são alguns dos animadores previstos a par da sindicalista espanhola da USO, Sara Garcia de las Heras e do alemão Johannes Eschweiler, membro do KAB (movimento dos trabalhadores católicos) e da Pastoral Operária da Diocese de Arquisgrão. No último painel, sábado à tarde, estão previstas intervenções do secretário -geral da CGTP Arménio Carlos e de Vítor Coelho, secretário executivo da UGT sobre propostas de mobilização social contra a precariedade. Logo de seguida, pelas 18horas, ler-se-ão as conclusões do seminário e proceder-se –á ao seu encerramento pelo coordenador da BASE-FUT, Joao Paulo Branco e por Piergiorgio Sciacqua, Co- Presidente do Centro Europeu para os Assuntos dos Trabalhadores –EZA.

LEMBRAR O ZECA AFONSO!

No próximo dia 22 do corrente mês de Fevereiro, pelas 21 horas, a BASE-FUT e a Liga dos Amigos dos Penedos Altos vão organizar um encontro na Covilhã para lembrar e homenagear o grande cantor e poeta Zeca Afonso. Estão previstas intervenções de António Duarte, Maria João Cassapo, Rúben Matos e, ainda do jornalista Jorge Santos. A festa tem música e convívio á volta dos tradicionais comes e bebes da região.
O cantor foi um dos grandes animadores da Cooperativa Era Nova, instalada na sede nacional da Base em Lisboa e que agremiou durante muito tempo alguns dos mais famosos cantores de intervenção como Sergio Godinho e Fausto. De forma discreta a BASE albergou diversos grupos culturais e sindicais que não tinham instalações ou que eram despejados das mesmas. Uma homenagem merecida a que todos nos associamos!

CATÓLICOS CONTRA A DITADURA!

No próximo dia 22 de fevereiro, pelas 15 horas, vai realizar-se no Convento dos Dominicanos, Alto dos Moinhos, em Lisboa um Encontro/Tertúlia sobre «Os católicos contra a ditadura» com a participação de vários companheiros que encarnaram de algum modo essa resistência, nomeadamente Frei Bento Domingues, Nuno Teotónio Pereira, Fernando Abreu, Luísa Cabral, Cesário Borga e Francisco Fanhais.
«Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar» era um dos lemas desta geração que mobilizou largos estratos de portugueses para a luta contra a ditadura, a guerra colonial e a formação da intersindical nacional!
O evento é organizado pelo movimento «NÃO APAGUEM A MEMÓRIA» e Instituto São Tomás de Aquino com um particular empenhamento de Isabel Pena, que, sendo de uma geração mais recente, participou ainda neste movimento de resistência.

A ECONOMIA QUE MATA E O PAPA FRANCISCO!

Lisboa, 04 fev 2014 (Ecclesia) – O Centro de Investigação de Direito Europeu, Económico, Financeiro e Fiscal (CIDEEFF) vai promover esta quinta-feira , dia 6, um debate na Faculdade de Direito em Lisboa sobre a mensagem económica e social do Papa Francisco. “Numa deslocação a Lampedusa, para rezar e chorar os mortos do drama da emigração, num encontro com desempregados em Cagliari, bem como em várias intervenções públicas, o Papa Francisco foi transmitindo uma mensagem inovadora e corajosa sobre os problemas económicos dos nossos dias”, refere a nota enviada hoje à Agência ECCLESIA. “Na exortação apostólica ‘Evangelli Gaudium’ (A Alegria do Evangelho), o Papa desenvolveu, mais solidamente, mas sempre com a mesma convicção e fé, a sua conceção da economia e dos problemas dos nossos dias”, acrescenta o texto. A nota refere ainda “as muitas inovações” que Francisco trouxe ao panorama atual sendo estas “responsáveis pelo eco da sua mensagem económica e social não ter sido tão intenso como era expectável”. A sessão a ter lugar no auditório da faculdade de Direito de Lisboa inicia-se por volta das 09h30 com a presença do reitor da Universidade de Lisboa, António Manuel da Cruz Serra, do diretor da faculdade de Direito, Jorge Duarte Pinheiro e do coordenador do CIDEEFF. O patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, vai também marcar presença para “debater e refletir sobre uma mensagem corajosa, que abre caminhos ao mundo” numa conferência que termina com um debate com Guilherme de Oliveira Martins, Francisco Louçã, Francisco Sarsfield Cabral e Eduardo Paz Ferreira.

PRECARIEDADE E POBREZA!

O Padre Jardim Agostinho Moreira, atual Presidente da Rede Europeia Anti- Pobreza, vai participar no painel «desemprego, precariedade e pobreza- o triangulao da indignidade?» do Seminário internacional intitulado «Precariedade laboral e coesão social na União Europeia a ter lugar em Lisboa, nos dias 13,14 e 15 deste mês de fevereiro, e promovido pelo CFTL/BASE- FUT , com o apoio do EZA e da Comissão Europeia.
No mesmo painel intervirá também o alemão Johannes Eschweiler do KAB e Pastoral Operária da Diocese de Aquisgrão Neste seminário está também previsto um painel, no dia 15, com Arménio Carlos da CGTP e Vítor Coelho da UGT sobre formas de mobilização social contra a precariedade laboral.

BASE-FUT DEBATE ORÇAMENTO DO ESTADO!

A BASE-FUT da Região de Lisboa vai realizar um debate sobre o Orçamento do Estado no próximo sábado, dia 8 de fevereiro, pelas 15 horas, na sede nacional, Rua Maria 15, em Lisboa. Para animar o debate vai participar a economista e investigadora do ISEG Margarida Chagas que também pertence ao grupo Economia e Sociedade. O orçamento do Estado para 2014 tem merecido várias críticas de vários setores da sociedade portuguesa na medida em que continua as políticas de austeridade com um agravamento especial das condições de vida dos funcionários do estado e dos pensionistas, para além dos cortes na educação, saúde e ciência. Perspetiva-se assim um debate interessante dado que aquele documento do Estado vai mexer com a vida de toda a gente e será um instrumento de maior desigualdade social!