O 1º DE MAIO NASCEU NA LUTA CONTRA A EXPLORAÇÃO!


O 1º de Maio nasceu há mais de um século da luta dos trabalhadores americanos pelas oito horas de trabalho!Como sabemos enormes manifestações reprimidas pela polícia com vários mortos e feridos...Os jornais de Chicago e de outras cidades apelavam á repressão policial apelidando os operários de brutos que deveriam ser tratados de forma a nunca mais esquecerem! E foram!No fundo o 1ºde Maio está ligado á luta pela redução do horário de trabalho!Uma luta essencial na altura em que se trabalhava e trabalhou durante muito tempo de sol a sol!Os assalariados das minas, das fábricas e dos campos tinham um tempo reduzido para comer e dormir!Milhões de crianças tinham uma vida indescritível.A exploração era intensa e completa.Para a contrariar nasceram os sindicatos e os partidos operários e, mais tarde, a OIT!
Assim,o Dia do trabalhador é, na sua essencia, um dia que simboliza a luta dos trabalhadores pela sua emancipação!De festa?Sim, onde tal seja possível.De unidade? Absolutamete necessária nos dias que correm.
Hoje, a luta pela redução do tempo de trabalho continua actual e urgente.Vejam que a maioria dos governos da UE pretende manter e alargar os actuais horários levando os trabalhadores ás 65 e até 78 horas por semana.Redução do tempo de trabalho é alargar o nosso tempo livre fora da esfera do domínio do capital, é apropriar-nos do nosso tempo !
A crise provocada pelo capitalismo global está agora a mandar os trabalhadores para casa ou a reduzir os tempos de trabalho...e de salário também!Perguntamos o que fizeram ao dinheiro que conseguiram em várias décadas de prosperidade em que accionistas e gestores auferiam fabulosos lucros e salários imorais!

ENTREVISTA A CARVALHO DA SILVA


O Jornal de Negócios de hoje, vésperas do PRIMEIRO DE MAIO publica uma longa entrevista com o Secretário Geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva.
Carvalho da Silva é, hoje ,uma referência sindical em Portugal e na Europa.Mas é também uma referência política incontornável nos dias que correm!É um líder sindical com pensamento e com ética!
Pela entrevista , orientada para a vida pessoal pela entrevistadora,o leitor fica a conhecer melhor as origens rurais do sindicalista, a sua vida difícil como trabalhador infantil do campo,filho de pequenos agricultores do Norte de Portugal,ligado a uma cultura católica que se foi fazendo ao longo da vida, sem nunca renegar as suas origens de filho do povo!Fez a guerra colonial, passou a operário electricista e foi para a CGTP.

PRIORIDADE DO TRABALHO SOBRE O CAPITAL!

Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos e o 1º de Maio de 2009

"A pior crise económica mundial, desde 1929, apresenta numerosas consequências para os trabalhadores e para as suas famílias em todos os países do mundo. Todos os dias vemos e ouvimos falar de encerramentos de fábricas, de perdas de empregos, de despedimentos, de deslocalizações e do aumento do desemprego.
Em contraste, vemos biliões de dólares americanos a serem transferidos para os bancos para os salvar da bancarrota e que servem para pagar grandes somas aos responsáveis, e enquanto isso, o FMI pede a redução das despesas públicas em compensação.

É claro que há algo que não está bem, sobretudo no que respeita aos valores sobre os quais é construído o sistema político e económico actual… É um sistema em que a dignidade humana não é respeitada, em que os trabalhadores migrantes são os primeiros a encontrarem emprego, mas também os primeiros a serem despedidos, em que o direito de organizar-se colectivamente é, frequentemente, o pretexto para despedir um militante ou deslocalizar uma empresa. É um sistema em que o lucro está no centro e não a pessoa humana. "


Como Movimento de Trabalhadores Cristãos, recordamos um princípio que a Igreja sempre nos ensinou: o princípio da prioridade do trabalho sobre o capital. E, no contexto actual, isto leva-nos a estar ao lado dos trabalhadores na sua luta pela justiça, para ganhar o seu “pão diário”! ..."ver texto na integra

FORUM LOCAL SOBRE ASSOCIATIVISMO E DESENVOLVIMENTO LOCAL


Um site para a informação e divulgação de projectos associativos e de desenvolvimento local.Tem como objectivo dinamizar o debate e a informação sobre estas temáticas.Participa.Ver

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO:IIIº ENCONTRO NACIONAL


Depois de São Brás de Alportel, em 2007, e de Palmela em 2008, é agora a vez de Lisboa acolher a terceira edição do Encontro Nacional sobre Orçamento Participativo, prevista para os próximos dias 19 e 20 de Junho de 2009, no Fórum Lisboa, numa organização conjunta da parceria responsável pelo Projecto e da Câmara Municipal de Lisboa.
INSCRIÇÕES ABERTAS NO SITE http://www.op-portugal.org/

ASSEMBLEIA GERAL DO CFTL!


No dia 9 de Maio, pelas 14 horas, vai realizar-se em Casal do Lobo, Coimbra,a Assembleia Geral do Centro de Formação e Tempos Livres (CFTL) para apreciar e votar o Relatório de Gestão 2008 apresentado pela Direcção, bem como o parecer do Conselho Fiscal.
O CFTL é uma associação da economia social que presta serviços e organiza formação para trabalhadores estando instalada em terreno e estruturas que são da Base-Frente Unitária de Trabalhadores.
A Direcção,recentemente eleita, é costituida por gente relativamente jovem que decidiu fazer uma aposta no associativismo e dar uma maior projecção ao Centro.Entre as actividades próximas contam-se as semanas de férias culturais, o atelier de escrita luso-francês, a Conferencia Europeia sobre os jovens no mercado de trabalho que terá o apoio da BASE-FUT e do EZA (Centro Europeu para os Assuntos dos Trabalhadores) bem como da Comissão Europeia.

NO 25 DE ABRIL A MÚSICA ERA A ALMA DA REVOLUÇÃO!


A música foi a alma da Revolução de Abril!Aqui deixamos muita da música dos cantores de intervenção da época!Ouvir
QUEM VIU MORRER CATARINA NÃO PERDOA A QUEM MATOU!

SINDICALISMO E GLOBALIZAÇÃO


Intervenção de João Lourenço na Covilhã, no passado dia 18 de Abril, no Grupo Cultural da Mata.O João é sindicalista da CGTP e militante da Base-FUT.

Falar da globalização é falar da crise causada pelo capitalismo e do seu projecto de transformação para as sociedades, a valorização e o predomínio dos negócios financeiros sobre a economia real. É este o modelo responsável pela presente crise económica e social que está muito para além do caso das complexas fraudes económicas e do subprime como nos pretendem fazer crer.

Foi através das abundantes medidas práticas e ideológicas neoliberais, muitas vezes denunciadas pelos sindicatos mas que alguns não quiseram ouvir nem medir, principalmente nas consequências como na da diminuição do papel do estado. O esvaziamento e a privatização de muitos serviços públicos estratégicos. Na promiscuidade gerada das parcerias público privadas, na aceitação fácil mas encoberta do dumping social, nos baixos salários no uso e abuso da precariedade e do desemprego.
Tudo isto foi feito com o escudo da globalização e em nome da produtividade e competitividade, na prática fez o aumentar drasticamente do desequilíbrio entre a força do capital e a dos sindicatos e do poder político, que despoletou a presente crise.
Esta é uma crise neoliberal da globalização económica e financeira, é pois um projecto de cariz ideológico a favor do capital privado que conseguiu a desregulação total e a liberalização dos mercados nacionais desde o comércio aos do investimento, assim como do trabalho assalariado criando ou manipulando leis laborais alterando a função do estado e dos sindicatos na organização da redistribuição social da riqueza criada e aumentando as assimetrias entre os ricos e os pobres.
Assistiu-se a uma redução do interesse em muitos investimentos e á descapitalização de muitos sectores directamente produtivos, sendo estes substituídos pela mera ganância imediata do lucro bolsista e por uma liberalização dos fluxos de capitais que são preferencialmente aplicados em produtos cujos fins são os especulativos.

È preciso compreender bem, o que se passa para perceber o enorme desafio que enfrentam as sociedades e os trabalhadores, como são o dumping interno e externo as manobras estreitas face ás ameaças das deslocalizações, do desemprego, dos baixos salários e de todas as diferenças estruturais existentes na concorrência competitiva á escala mundial. Mas também a da degradação ambiental e da delapidação de recursos não renováveis, a crescente desigualdade no rendimento entre o valor dado aos detentores do saber e ás suas patentes, que estão muitas vezes sobrevalorizados, face á importância das matérias-primas e da valor da produção.
Compreender que no seu essencial as medidas neoliberais não criaram melhorias sociais nem contribuíram para a harmonia societária antes pelo cantrário ao desenvolverem a especulação financeira inverteram os objectivos ao dar lugar preferencial á acumulação de riqueza sem precisar de produzir a própria riqueza. Em termos práticos foi trocar a produção e os riscos, para viver do esforço dos outros, e o ganho ser o correspondente ao produto gerado pela mera agiotagem e especulação.

O poder das empresas multinacionais assim como o de muitas grandes empresas nacionais, afirmaram-se com o desenvolvimento do modelo neoliberal porque ganharam imenso poder face aos estados, agora cobram e impõem medidas politicas e legislativas sob ameaça de fuga de riquezas, ou de activos financeiros, também através de encerramentos e deslocalizações que são uma arma apontada não só ao poder politico democrático mas sobretudo aos trabalhadores, e aos seus sindicatos.
Há mesmo um enorme combate ideológico neoliberal aos sindicatos, com muitas tentativas de os controlar e desviar dos seus verdadeiros objectivos, porque não se enquadram neste modelo de globalização. São então apresentados nos média por fazedores de opinião como organizações ultrapassadas ou em crise. Certamente que esta crise global também entra nos sindicatos, que como vimos também os influência e enfraquece-os pois se estes estivessem mais fortes a própria crise provavelmente já não existiria porque teria sido combatida com mais eficácia.

Modelo do capitalismo falha em toda a linha

Mas é o modelo de capitalismo global e neoliberal que falha em toda a linha. Não são os sindicatos estes têm por missão defender os trabalhadores e não adaptá-los ás medidas e flexibilidades porque seria um erro para o seu próprio futuro e não uma solução como eles apresentam.
As Organizações sindicais Internacionais estão atentas e procuram os meios para organizadamente responder aos efeitos perversos da globalização. Apesar das dificuldades os sindicatos pretendem transnacionalizarem as suas acções, embora por vezes e pelas dificuldades se debatam internamente com preferências de intervenção sindical de âmbito nacional. Há um grande caminho ainda a percorrer na internacionalização que tem algumas incompreensões e dificuldades estruturais e económicas. Veja-se por exemplo o que é deslocar milhares de pessoas nos dias e hoje numa jornada de luta nacional ou Internacional.

No presente desafio provocado pela crise o sindicalismo internacional não deve desconsiderar as possibilidades de construir alianças com outras organizações da sociedade civil que tal como os sindicatos lutam contra a globalização que exige um repensar de objectivos e reivindicações no plano transnacional: Por exemplo a necessidade de uma maior representatividade e articulação junto de sectores excluídos da sociedade como são os trabalhadores do sector informal. Ou noutro plano junto das ONG, grupos de direitos humanos de mulheres, ecológicos, consumidores, pacifistas, e das empresas da economia social solidária etc.

Como vimos a situação Internacional é muito complexa e deixa uma situação muito difícil, é mesmo um desafio aos sindicatos. Porque esta globalização como já afirmámos, não é uma questão meramente económica é também ideológica e por isso combina um processo complexo relacionado com o desenvolvimento sustentável, o económico, o cultural, meio ambiente e o politico.

Para terminar.
Vamos exigir dos governos:
Que adoptem novas políticas que geradoras de um desenvolvimento sustentável. Que ponham no centro o direito ao emprego com qualidade de vida e uma melhor justiça social.
Medidas que promovam a democracia mais participativa e solidária como a redução das assimetrias económicas e sociais, como em outras desigualdades do desenvolvimento, quer no plano nacional ou mundial.

Que nos acompanhem na luta pela redistribuição das riquezas produzidas, e pelo cumprimento das orientações da OIT sobre todos os direitos laborais, como seja as do trabalho digno para todos os trabalhadores ao plano mundial. Lutar contra as excessivas assimetrias sociais, e todas as formas de desigualdades de exclusão e pobreza. Por uma redistribuição justa das riquezas produzidas, e no combate contra o desemprego e pela redução da jornada de trabalho.

Exigir um desenvolvimento genuíno da economia penalizando a especulação e a chantagem sobre os estados e trabalhadores, penalizando a fuga de capitais, e os promotores morais e institucionais do dumping social.
Melhorar um sindicalismo de base actuante e solidário, autónomo e independente, que transmita uma confiança e uma prática transparente e mobilizadora, mais actuante dentro e fora das empresas, proponente nas negociações e no diálogo social ao plano nacional e mundial.

João Lourenço




VIVA O 25 DE ABRIL!UMA REVOLUÇÃO INACABADA!


Estamos na altura de festejar mais um ano da REVOLUÇÃO DE ABRIL!
Quanto povo, quanta alma, quanta alegria!Foi um tempo de grandes mudanças pessoais e colectivas!Foi um dos momentos mais belos e significativos da nossa História!
O que Abril começou ainda não acabou...outras gerações irão continuar o trabalho por uma sociedade justa e fraterna!A liberdade é uma conquista permanente e de todas as gerações!VER

A BASE-FUT E A SITUAÇÃO POLÍTICA


A Comissão Política Nacional da BASE-F.U.T., reunida em Coimbra a 4 e 5 de Abril, analisou a situação social e política salientando alguns aspectos e ideias importantes que queremos partilhar com todos:


1.A situação presente de crise económica e social pode evoluir para uma crise política em vários países, nomeadamente em Portugal.
Com origem nas políticas neoliberais das últimas décadas esta crise veio pôr a nu aquilo que muitos cidadãos e organizações já tinham constatado e vinham denunciando: a falta de ética no exercício da política; a promiscuidade entre interesses privados e públicos; a valorização excessiva das questões económicas; a crescente desigualdade social; a apropriação da riqueza por grupos minoritários e privilegiados.


2.É particularmente preocupante a situação dos desempregados e dos trabalhadores e pensionistas de baixos rendimentos, que são os que mais sofrem com esta realidade, pelo que se torna urgente:
Tomar medidas de fundo que não sejam apenas para minorar a situação.
Repensar os diversos aspectos da vida económica e social, nomeadamente o modelo de desenvolvimento em que se tem vivido.
Repor a função e o lugar do trabalho nas nossas sociedades que continua a ser fundamental na realização da pessoa humana, pelo que o trabalho não pode ser uma mera mercadoria que se utiliza e desloca consoantes os interesses do capital.
Valorizar, inclusive economicamente, as novas formas de actividade que apontam para um modelo mais humano e solidário de desenvolvimento, nomeadamente, o sector da economia social e solidária.
Apostar mais na inovação e criatividade, nas boas práticas viradas para o desenvolvimento local, no desenvolvimento de atitudes que apontem para formas de vida menos consumistas, garantindo para todos a necessária qualidade de vida.


3.Relativamente à questão política e tendo em conta que vamos participar no ano 2009 em várias eleições, a BASE-F.U.T. apela à máxima participação de todos os cidadãos em toda a vida cívica e social, e com especial atenção e exigência, nas próximas eleições para o Parlamento Europeu, para as Autarquias e para a Assembleia da República.
A situação actual exige a participação plena e o uso total da nossa cidadania. A pior resposta à crise seria o conformismo e a não participação.
É verdade que a esquerda portuguesa não conseguiu até hoje construir alternativas que mobilizem e galvanizem os cidadãos. Para além das propostas partidárias tradicionais a esquerda tem aqui uma grande oportunidade de relançar a esperança, colocar a ética no centro da política e de apresentar modelos alternativos.

4.O movimento sindical e as organizações de trabalhadores sentem muitas dificuldades próprias do contexto em que se vive. No entanto, é necessário que o movimento sindical, para além do caderno reivindicativo próprio, tenha mais capacidade ofensiva com propostas para a sua renovação e para a criação de novas alianças sociais. Mais do que nunca, o movimento sindical deve interessar-se por tudo o que preocupa os trabalhadores e assumir responsabilidades na gestão do bem público. Deve ter um papel mais activo nas empresas, reforçando a participação dos trabalhadores como pessoas criadoras de alternativas e como os principais actores na defesa do direito ao trabalho.


5.A comunicação social também tem contribuído para um certo alarmismo social, porventura fruto de várias pressões, valorizando frequentemente os aspectos mais negativos da situação, sem valorizar, igualmente, as inúmeras iniciativas positivas que ocorrem por todo o País e que envolvem populações, associações e entidades públicas em projectos muito concretos ao serviço do bem estar das populações.
A comunicação social não deve contribuir para aumentar o medo que já existe em muitas pessoas mas, sim, para informar com equilíbrio e pedagogia.


6.A BASE-F.U.T. apela à participação de todos os cidadãos para se organizarem e interajudarem de forma solidária, quer seja nos locais de trabalho, nas colectividades, nas associações de voluntariado ou nos sindicatos, para melhor enfrentarem a difícil situação presente.
Todos temos responsabilidades para avançarmos com propostas e soluções que nos permitam construir uma sociedade onde haja: equidade na justiça; transparência no poder e nas relações económicas; controlo e fiscalizações democráticas dos órgãos reguladores da economia, da finança e da política; mais justiça na distribuição da riqueza e avanços na democracia participativa.


A Comissão Política Nacional teve ainda oportunidade de fazer um balanço da sua actividade e de perspectivar a sua participação em diversos fóruns nacionais e internacionais, em especial na MANIFESTA, na organização de uma Conferência Europeia sobre “Os Jovens e o Trabalho” a organizar em Portugal, e na preparação do 35º Aniversário da BASE-F.U.T.

Coimbra, 05 de Abril de 2009

A IDADE QUE NÃO PEDE NADA!


Um texto de Filomena Vieira que é um "olhar" sobre a velhice num lar da Margem Sul onde participa num estágio de observação no âmbito da licenciatura em Animação Sociocultural do Instituto Piaget em Almada. Filomena Vieira é Auxiliar de Educativa e participou no atelier de escrita de 2008 promovido pelo Centro de Formação e Tempos livres (CFTL) em Coimbra.

E ali está aquela criatura. No princípio, tinha um ar diferente de quem não conhece o outro. Mas perguntei-lhe se queria água entre outras perguntas e percebi que sim. Não pedi a ninguém, fui eu mesmo buscá-la e dei-lhe, depois de perguntar se podia dar. Quase que só bebeu um golinho, mas bebeu. Deixei o copo na mesa para voltar a dar-lhe à boca como da primeira vez. Mas não quis mais. Ali se encontra caída para o lado direito do sofá e já não é capaz de se pôr direita. Precisa do apoio de alguém. Esse alguém chegou e endireitou-a. Mas ela sentiu uma dor no pescoço, do gesto. Ficou sentida, os olhos humedeceram.

Senti pena do seu sofrimento. Não disse uma palavra de protesto. A ajudante achou que não lhe fez mal. Massagei-lhe o pescoço um bocadinho. Agora, sinto que o seu olhar já me conhece. Dou-lhe uns intantes de atenção cumprimento-a com um beijo, toco-lhe na mão. O frio que traz no corpo assim como os outros idosos, impressiona e quase que arrepia. É isso mesmo, lembra o outro gelo...(...). Branca como um papel, estática como uma estátua. E ali passa o dia, onde lhe trazem a comida, pois não vai à mesa. Sempre no mesmo sofá castanho, côr da veste da partida para alguns costumes. Ocupam normalmente o mesmo lugar. É tão frágil a aparência de alguns, que não sei se os volto a ver.

Não perguntei por aquele senhor que usa algália que passeava pela terreiro do solar. Já é a segunda vez que não o vejo. Será que... mas não ouvi dizer nada. Talvez esteja no quarto onde não me parece que haja animação, pois para lá só fui no dia da apresentação. Então nesse dia vi um senhor que gritava num quarto sozinho nesse momento, mais alguém que recebia oxigénio, noutro quarto e várias camas feitas pertencentes a alguém que ainda vai sozinho para a sala, de bengala, ou de cadeira de rodas. No princípio estava um senhor deitado no sofá pois não podia estar de outra maneira. Ou estava na cama ou deitado no sofá da sala. Deve (?) estar no quarto.
Os que ainda podem já têm dificuldade em dar um laço nos brindes preparados para o jogo previsto para quinta feira santa.

Não sei como pintaram aquelas caixas de madeira e as peças de barro! Devagarinho lá vão.Não são obrigados a nada. "Matam o tempo" como dizem eles.
Queriam mais! Quando jogamos o bingo. Foram várias vezes de jogo. Fiquei admirada. Foi o meu dia de apregoar os números e na hora de me ir embora estavam dispostos a continuar. Boa! Hoje também acharam que os laços acabaram depressa.
As únicas palavras quase surdas daquela alvura de senhora foram: "Maria da Conceição" (a quem dedico este texto), e me olha com alguma confiança de quem já me viu várias vezes e sabe que pode contar. Pois sempre que chego pergunto se quer alguma coisa.
Também me disse que tinha fome depois de (segundo a funcionária) ter comido. Pode acontecer.

Não quero falar daqueles choros em alta voz, não no sofá castanho, mas por vários cantos da casa, nem dos que me pedem para ir para casa. Segundo o da semana passada, tinha quem o tratasse em casa. Encontrei-o desta vez com um penso na testa. Qual será a história disto?
Cada um cada história.Nenhuma igual à outra.
E porque é que aquele velhote o vejo sempre sorridente? Já passou para o outro lado? Para cá e para lá a passear sempre a sorrir. Mas afinal dá conta de jogar ao bingo.
E a minha avó? Ar moreno, cabelo branco, baixinha, faladora, bem disposta, apresentou-se toda vaidosa e disse que a filha ia lá. Então o meu colega perguntou-lhe:
A sua filha vem visitá-la?
Respondeu:
Não. Vem me ver.
Fiquei pensativa e já comentei isto com alguém. Acho que ela nem sabe ler ou sabe muito pouco. Mas tem sabedoria para nos pôr a pensar.
Ainda guardo o rebuçado amarelo que me deu.
Tantas histórias que faltam!

SITUAÇÃO EXIGE USO PLENO DA NOSSA CIDADANIA!


A Comissão Política Nacional da Base-Frente Unitária de Trabalhadores reuniu este fim de semana em Coimbra para monitorizar o seu plano de actividades e analisar a situação social e política..
A participação na MANIFESTA, a organização de uma Conferencia Europeia sobre os jovens e o trabalho e as comemorações do seu 35 aniversário foram as principais questões abordadas para além de uma análise á situação política e social.

Preocupante é a situação social e política, exigindo o empenhamento , a participação e o uso pleno da nossa cidadania .A situação dos desempregados, trabalhadores pobres e pensionistas de baixas pensões são as principais vítimas da crise gerada pelo neo liberalismo de décadas que endeusou o lucro e o sistema capitalista que esteve ao serviço de um grupo minoritário e privilegiado da população do planeta.
Da reunião saíu um documento final que ainda esta semana publicaremos na íntegra.

G20: SINAIS ENCORAJADORES?


Sindicatos (CSI) dizem que temos sinais encorajadores saídos da cimeira dos G20 no que respeita à regulação do sistema finaceiro. A conversa com primeiro ministro inglês, o anfitrião, teria corrido bem!O emprego continua como preocupação -dizem os dirigentes dos países mais ricos. Será?Ler

QUE PAPEL PARA O ESTADO PÓS-CRISE?


A Tertúlia basista realizada hoje entre as 19 e as 21 horas pela Base-FUT de Lisboa começou por abordar a concepção de Estado ao longo dos tempos até se chegar ao Estado Nação dos nossos dias.

O estado do Estado foi considerado lastimável!Ao ser quase privatizado o Estado da era da globalização foi impotente perante a crise financeira que se avizinhava.Agora tenta-se remendar o sistema a todo o custo e pergunta-se qual vai ser o papel do Estado no futuro.A tertúlia foi quente e polémica com diversas intervenções sobre a situação política e social do momento em Portugal...Será que a situação a que o Estado português chegou tem sáida?Para onde vai o regime democrático?Estes partidos políticos precisam de refundação.Não têm projectos de sociedade mas sim projectos de poder!O que foi feito da Constituição da República Portuguesa nascida com Abril?Todos temos uma palvra a dizer!

A próxima tertúlia é no dia 07 de Maio e será debatida a questão complexa:Qual o papel do Estado na educação e cultura? Tem um papel nesta área, ou já não tem? E se tem, qual será?

CFTL PROMOVE FÉRIAS CULTURAIS DA PÁSCOA!


DE 9 a 12 de Abril o Centro de Formação e Tempos Livres (CFTL) promove umas Mini-Férias da Páscoa na sua sede em Casal do Lobo, Coimbra, junto à Mata Nacional de Vale de Canas e do Rio Mondego.Estão previstas visitas a Espinho , Figueira da Foz e Santa Maria da Feira.Participa.

Preços:130 € – quarto individual

120 € – quarto duplo

Innclui:Alojamento; refeições no C.F.T.L. e almoço nas salinas;transportes para os passeios.

BASE-F.U.T:218120720

CFTL 239 701 129 / F 239 701 593 / cftl.net@mail.telepac.pt

BASE-FUT NACIONAL REUNE EM COIMBRA!


A Comissão Política Nacional da Base-FUT vai reunir a 4 e 5 do corrente para uma análise à situação social e política e monitorização do Plano de Actividades 2009.

Em cima da mesa estarão diversos problemas , nomeadamente as questões sociais derivadas da crise internacional, os actos eleitorais e as principais actividades a realizar no futuro com destaque para a participação na Manifesta, o aniversário da BASE-FUT em Novembro e a estratégia a médio e longo prazo.

A Base FUT pertence a várias redes europeias de organizações e centros de formação de trabalhadores e participa em diversos foruns nacionais e internacionais.A crise e a evolução da mesma está a ser permanentemente monitorizada pela Comissão Política Nacional!