JORNADA MUNDIAL DO TRABALHO DIGNO!

No dia 7 de Outubro celebra-se a Jornada Mundial pelo Trabalho Digno. Para assinalar esta data, o Movimento de Trabalhadores Cristãos da Europa, do qual a LOC/MTC faz parte, irá promover uma ação conjunta a favor do Trabalho Digno. Como afirma a OIT, além de criar emprego, o trabalho digno sintetiza as aspirações das pessoas durante a sua vida laboral. 

No âmbito mundial, há poucos indícios de que acabe a crise do emprego. Esta crise acelerou a pressão sobre os salários e as condições de trabalho, e aumentou o fosso das desigualdades. Segundo dados da OIT, mais de 200 milhões de menores veem-se obrigados a trabalhar como escravos. Desde 2008 perderam-se cerca de 50 milhões de empregos; 205 milhões de pessoas vivem sem emprego em todo o mundo e cada posto de trabalho perdido representa um drama humano. Outros 870 milhões — a quarta parte dos trabalhadores de todo o mundo — trabalham com empregos precários, cujos ordenados não lhes permite superar o limiar da pobreza.
loc-mtc.ecclesia.pt
 

MUDANÇAS NO TRABALHO (I)

O mundo do trabalho está a mudar a uma velocidade vertiginosa procurando responder às exigências das empresas e das novas tecnologias no quadro de uma globalização de cariz profundamente neo-liberal. Nestas mudanças salienta-se o aumento do número das pequenas empresas, das mudanças ao nível dos métodos de gestão, o recurso crescente à subcontratação e ao trabalho temporário, mudanças no horário de trabalho, ao local de trabalho, enfim a uma crescente flexibilidade para responder á crescente competitividade, controlando os custos salariais, aumentando os lucros e a acumulação do capital. O grande objetivo do capital é o
trabalho «a la carte», á jorna á peça, á hora! 
Esta nova situação coloca em causa valores e princípios fundamentais dos trabalhadores nomeadamente a segurança no emprego, a integridade física e psíquica dos mesmos, fronteira entre tempo de trabalho e de descanso. Estas mudanças exigem um repensar constante da acção sindical tradicional, procurando novas formas de intervenção na medida em que aspetos essenciais do mundo do trabalho, como o horário de trabalho, a saúde e segurança e o bem -estar dos trabalhadores, serão no futuro questões centrais pelas quais se deverá lutar prioritariamente. 

1. Recursos Humanos envelhecidos 

 A composição dos recursos humanos na Europa têm estado a evoluir. A primeira tendência está relacionada com o envelhecimento das pessoas”. Os trabalhadores mais idosos estão a sofrer grandes pressões com as mudanças tecnológicas e organizacionais. Os programas de formação, a vigilância médica e os horários de trabalho serão muito importantes para estes trabalhadores. As atuais políticas económicas do capitalismo são contraditórias. Ora exigem que os trabalhadores mais velhos estejam mais tempo no trabalho, ora os despedem porque não se adaptam…. 

2. Aumento do número de mulheres no trabalho

 Uma segunda tendência importante a assinalar é o aumento da percentagem de mulheres empregadas. Continuam as diferenças entre homens e mulheres no trabalho nomeadamente nas tarefas a executar e nos salários. Numerosas mulheres exercem atividades altamente stressantes e a autonomia é restrita. O “ mundo do trabalho” ainda está muito centrado nas necessidades dos homens, inclusive os horários e os equipamentos de trabalho. 
Há uma «reflexão a aprofundar no sentido de se fazer uma abordagem do trabalho tendo em conta as necessidades específicas da mulher. Nas próprias organizações de trabalhadores esta questão não é devidamente equacionada. A cultura empresarial também muda na medida em que a percentagem de trabalhadoras aumenta.Com a crise as mulheres estão altamente pressionadas inclusive quando pretendem ser mães. 

3. A Imigração 

 A terceira grande tendência no “mundo do trabalho” europeu é a imigração de novas categorias de trabalhadores. Um problema importante é a vaga de imigração de licenciados dos países do sul para o norte da Europa. A questão mais séria é, no entanto, a dos imigrantes não qualificados.
 Aqui está um desafio político e social muito complexo e que está a condicionar inclusive outras grandes questões da Europa. É um problema para o qual ainda não se está bem preparado. É uma questão que exige intervenção política e social em novos moldes e onde os sindicatos se sentem divididos enquanto defensores dos trabalhadores locais. É uma questão que deve ser resolvida fundamentalmente no âmbito comunitário para impedir o “doping social” e uma integração humana dos trabalhadores imigrantes. 
Atualmente existem várias máfias de tráfico de trabalhadores a que urge pôr termo. As recentes tendências conservadoras na Europa procuram resolver ilusoriamente o problema a nível nacional. O combate ao trabalho clandestino deve ser implacável, legalizando todos os trabalhadores imigrantes que devem ficar com direitos iguais aos trabalhadores locais. Os sindicatos, as ONG,s e outras instituições como a Igreja devem desempenhar aqui um papel fundamental. 
 A.B.
 Continua.....
 

POR UMA NOVA AGENDA SINDICAL!

Uma nova agenda sindical precisa-se. Estamos perante uma grave crise social e uma transição societária e económica de contornos novos e de desafios aos sindicatos. Vivemos uma ofensiva ideológica e política que urge novas estratégias e comportamentos: as mudanças ensaiadas e efetuadas no presente ao trabalho/emprego dominam o modelo que criou o chamado mercado laboral com as suas alterações estruturais. Este fator é o principal causador da instabilidade e da exclusão social gerada pelo crescente desemprego e pelas políticas de austeridade que têm
contribuído para o aumento das injustiças. 

Portugal preside á liderança Europeia das desigualdades e com um forte crescimento das assimetrias e da pobreza. Este processo em marcha é a causa principal da redução da coesão social e da crise do sindicalismo e exige respostas concretas como seja, o de reinventar a sua ação na construção da democracia participativa, económica e social com justiça e direitos, sobretudo garantir os que já foram conquistados.  As razões e o porquê de onde vem esta situação crítica. Na verdade o que se passa com a economia é o fruto das opções ideológicas da direita para aplicar o seu modelo causador da crise sem saídas á vista a não ser o caos social e o constante empobrecimento.
 Entre essas causas destacam-se: As privatizações, as desregulamentações e alterações das principais leis laborais adaptando-as ao modelo neoliberal, a redução dos direitos sociais e laborais a que chamam de adquiridos, as deslocalizações de empresas e de capitais para aproveitarem dumpings sociais. Aproveitam-se da implementação de condições que não passam de uma perfeita falácia para servirem de atração de investimentos externos de fora para dentro do país. Mas na prática nada se vê. Onde está a confusão na falta de saídas: Está porque partem sempre da imposição de mais leis que visam a austeridade e a pobreza. As aplicações do modelo neoliberal são agora cada vez mais claras. 
No início, veio a liberalização e a desregulamentação dos capitais, privatizou-se grande parte das maiores empresas públicas, deu-se assim uma entrada de dinheiro fresco que depois foi usado como “tapa buracos” sem consequências no evitar do consumismo que durante esse período dinamizou aparentemente a economia e lhe deu uma ilusão de crescimento, mas a consequência foi nefasta e ilusória porque não foi nem é sustentável. A seguir, para reduzir despesas dá-se gás aos despedimentos, reduzem-se os rendimentos e aumentam-se os impostos e os preços, dá-se a baixa de vendas. Usa-se o argumento da competitividade e produtividade forte razão para reduzir os empregos, muitas empresas deslocalizam-se e fecham, e a partir daí são importados os produtos antes produzidos. Depois veio por imposição e sem negociação com os parceiros sindicais uma lei arbitrária para reduzir salários e facilitar os despedimentos coletivos. Perante isto, um sindicalismo atuante tem de responder ao grande desafio. 

Vai haver um período de transição para algo de novo. Está na hora, é preciso fazer mais e lutar por uma sociedade com futuro mais justa e participada. Os sindicatos e os trabalhadores estão numa situação crítica sem precedentes. Vive-se hoje um processo de marginalização e de austeridade que representa um grande retrocesso social. Os sindicatos e os trabalhadores estão confrontados com constantes ameaças quando procuram a estabilidade e garantia de empregos dignos, nos seus salários e nos direitos legítimos constantemente postos em causa sem qualquer verdadeira negociação nem acordo das partes. Dizem que é por estes serem adquiridos? Mas então, se são direitos como podem não ser adquiridos? Aos sindicatos cabe responder e isso passa pela unidade consensual e na ação entre si que não despensa o envolvimento da chamada sociedade civil, criando sinergias e potenciando as suas ações convergentes e comuns. 

A relação dos sindicatos com os partidos políticos e outras organizações da sociedade, sendo em períodos concretos historicamente convergentes, hoje esta precisa de ser dinamizada e repensada, sem deixar de ser reforçada na sua autonomia e independência, mas sempre no sentido de convergir quando a natureza transversal da luta social o exigir. É preciso que os trabalhadores do setor público e privado, integrando os precários e não precários, mantenham a exigência de uma viragem nas políticas nacionais e europeias, por melhores salários mais justos e sem cortes, e que todos os efeitos sejam respeitados em todos os direitos já adquiridos, salvo aqueles que sejam modificados em consequência da renegociação coletiva discutida e aprovada pelos próprios trabalhadores em plenários ou assembleias gerais dentro dos sindicatos e nos locais de trabalho. 
-contributo do João Lourenço para reunião da Comissão para os Assuntos do Trabalho- CAT em Coimbra a 5 de Outubro próximo.

REUNIÃ0 S0BRE SITUAÇÃ0 S0CIAL E P0LÍTICA

No próximo dia 28 de Setembro reúne em Lisboa a Comissão Executiva Nacional da BASE-FUT para análise da situação social e política. As eleições autárquicas, os cortes nos rendimentos dos portugueses a luta social são as questões em debate. Os recentes acontecimentos políticos, a vinda da Troika, o desemprego e a preparação do Orçamento do Estado estão a criar um clima de medo nos pensionistas e trabalhadores do Estado e do privado. Portugal está a ser virado do avesso, os portugueses vão poder expressar o seu descontentamento a 29 de Setembro!
Alguns pontos da reflexão serão publicados neste blogue logo que tenhamos acesso ás conclusões da reunião .

UM OUTRO CAMINHO É POSSÌVEL!

Busquemos caminhos novos que nos conduzam a uma vida solidária e livre, onde a opressão esteja
erradicada e em que cada pessoa possa afirmar sua individualidade.
 Sem pretensões de hegemonia ou liderança, a TERTÚLIA LIBERDADE procura encontrar saídas do lodaçal em que nos mergulharam, sabendo que, como disse o poeta António Machado, “Viajante, não há caminho, constrói se o caminho caminhando”.

 DIA 20 DE SETEMBRO, A PARTIR DAS 18,30 h. SESSÃO PÚBLICA- BIBLIOTECA/MUSEU REPª e RESIST Estrada de Benfica, 419 (Metro Alto dos Moínhos).

 * Falemos sobre a Tertúlia Liberdade, O que prentendemos? Como e com quem ?
* Exibição do filme “Viver a Utopia” Como foi possível na Espanha de 1936, o desenvolvimento de colectividades agrícolas abrangendo 7 milhões de camponeses, de 3.000 fábricas e empresas colectivamente autogeridas e de um enorme desenvolvimento cultural.

Iniciativa da parceria entre a Tertúlia Liberdade e a Biblioteca/Museu da República e Resistência – Grandela www. tertulialiberdade@blogspot.com

ENTRADA LIVRE E SAÍDA TAMBÉM

ECONOMIA SOCIAL EM PORTUGAL!

Cooperativas, Misericórdias, Mutualidades, Fundações, Associações e outras organizações da economia social que no seu conjunto compõem o terceiro sector – economia social representam, em Portugal, 5,5% do emprego remunerado e 2,8% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) nacional. 
O INE — Instituto Nacional de Estatística apresentou no passado dia 18 de Abril de 2013, a publicação “Conta Satélite da Economia Social - 2010”, no âmbito do protocolo de cooperação entre o INE e a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, CIPRL (CASES) e que, agora, os Estados membros da União Europeia devem incluir nos seus orçamentos e contas nacionais. 

Esta publicação promove com relevância a importância que economia social tem no desenvolvimento de dinâmicas de trabalho, na promoção e implementação de politicas sociais bem como no desenvolvimento integrado da comunidade e do indivíduo. É um importante avanço para a valorização do trabalho efectuado no sector da economia social e para todas as associações que pretendem trabalhar com objectivos mais próximos dos princípios de igualdade e solidariedade com peso social, cultural e económico na sociedade. Na publicação estão contabilizadas 55 383 entidades em torno de 2 tipos de organizações: A primeira, na “área mercantil ou empresarial”, como as cooperativas, as mutualidades, alguns grupos empresariais controlados por cooperativas ou mutualidades e outras entidades de economia social. 
O segundo, na área não mercantil, como as associações de beneficência, de ajuda, de assistência, as associações de estudantes, de pais e encarregados de educação, às organizações sindicais, profissionais, científicas, consumidores, religiosas, de igreja, partidos políticos, clubes sociais, culturais, recreativos e desportivos. Mas também as Fundações, as Misericórdias, ou todas as entidades cuja produção é distribuída de forma gratuita ou pouca significativa; bem como as entidades voluntárias não lucrativas de acção social que produzem bens de utilidades social. 
Para as estatísticas foram criados 5 grupos: Cooperativas, Misericórdias, Mutualidades, Fundações, Associações e outras organizações da economia social (que são as mais numerosas). Interessa ainda salientar que a publicação revela que o total da economia social representa 5,5% do emprego remunerado nacional, quando a média europeia é de 7,5%. Revela que existe um potencial crescimento para a criação de emprego apresentando-se como o sector com a segunda maior taxa de empregabilidade, logo a seguir ao sector da Construção que tem 10,2% e seguido do sector da saúde com 4,9% e a Industria Têxtil com 4,2%. 
Acrescenta-se estatisticamente que no universo da Economia Social, existem 5022 IPSS — Instituições Particulares de Solidariedade Social que integram os 5 Grupos já mencionados: Cooperativas (117 entidades), Misericórdias (são 342 entidades e representam 90% das Misericórdias), Mutualidades (119 entidades), Fundações (209), 

joão lourenço-sindicalista e estudioso de questões da economia social e consumo

MOINHO DA JUVENTUDE REUNE COM PSP!

Na sequência da intervenção da PSP no bairro do Alto da Cova da Moura no mês de Agosto e a pedido do Moinho da Juventude, realizou-se uma reunião entre o Moinho e a PSP de Alfragide com a seguinte ordem de trabalhos:

 
1 – Breve apresentação dos presentes e das suas actividades no Moinho da Juventude
2 – Na sequência da reunião de 21/08/2013 esta reunião tinha como objectivo o de organizar acções concretas de sensibilização de agentes e moradores em comunicação não violenta (Marshall Rosenberg), no quadro da actividade 8 do Projecto 05978/2011/973 - Cidadania Participativa – Do local para o Global, da CIG.
1- Foi retomada uma proposta (anteriormente concordada com o sub-intendente) de organizar (com a comandante do posto de Alfragide) uma serie de 4 ou 5 encontros entre elementos da esquadra da PSP e moradores da Cova da Moura.
Nestas reuniões participarão um número reduzido de pessoas (8 – 10) a fim de se poder elaborar uma comunicação real em que ambos os lados possam expressar-se, e isto no âmbito da comunicação não-violenta. Ermelindo, Heidir, Eduardo Jorge e Reginaldo demonstraram disponibilidade de participarem nessas reuniões. A primeira reunião foi marcada para o dia 18 de Setembro às 10.30H na biblioteca “António Ramos Rosa” – Moinho da Juventude.
2- Foi ponderada a possibilidade de se organizar uma série de conferências/debates orientadas pela comandante Ana Hipólito. A conclusão foi que seria em primeiro lugar organizada uma sessão de esclarecimento dos moradores de Cova da Moura acerca dos seus direitos e deveres, com base das questões levantadas pelos próprios moradores. A data para este encontro será brevemente fixada.
 
3- A terceira proposta do Moinho foi a que os Polícias de Proximidade convidassem os colegas polícias para conhecerem o bairro, os moradores e as actividades desenvolvidas pelo Moinho da Juventude. Existe igualmente a possibilidade de marcar uma visita no quadro do SABURA. A proposta foi aceite e os agentes da Polícia de Proximidade encarregaram-se de organizar essas visitas informais.
 
4- A Comandante fez a proposta de propor ao comondante do CIR (Corpo de Intervenção Rapida) uma reunião com os responsáveis do Moinho da Juventude. 5- A Comandante informou que ainda não tinha tido a oportunidade de ver o material que lhe tinha sido entregue na reunião do dia 21 de Agosto.
 
6- Foi informada da parte do Moinho da possibilidade de organizar “uma embaixada” em conjunto (PSP e Moinho) no Palacio do Marques de Pombal em Lisboa na sexta-feira, 8/11/2013 às 18h00 no quadro da Trienal de Arquitectura.

OS CRISTÃOS E O TRABALHO HUMANO-conclusões de seminário internacional

Realizou-se entre os dias 05 e 8 de setembro, em Herzogenrath, diocese de Aachen, na Alemanha, um Seminário de formação promovido pela LOC/MTC – Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos e organizado com colaboração do KAB– Katholische Arbeitnehmerbewegung.

 
Este Seminário contou com a participação de membros da LOC/MTC e da JOC de Portugal, da HOAC de Espanha, do KAB da Alemanha, do WCM de Inglaterra e de Norbert Klein em representação do EZA – Centro Europeu para os Assuntos dos Trabalhadores. Esteve presente na sessão de abertura Marie Therese, em representação da Câmara Municipal desta cidade. Integrou a delegação portuguesa a economista Manuela Silva, que proferiu uma conferência sobre o trabalho humano no Ensino Social da Igreja. Numa segunda conferência, a socióloga Monique Ramioul do Instituto Hiva de Lovaine, Bélgica, refletiu sobre os empregos verdes na agenda 2020, vantagens e fragilidades.
O Seminário iniciou com um diagnóstico sobre a criação e destruição do trabalho humano nas últimas décadas e das suas causas e consequências na vida dos trabalhadores e das suas famílias, apresentados a partir das realidades de Portugal, Alemanha e Inglaterra, onde se comprovou mais uma vez que a influência do modelo ideológico neoliberal esteve na origem da crise económica e financeira de 2007 e na destruição de tantos postos de trabalho. Constatou-se, ainda, a imoralidade, a injustiça e a subserviência que predominam nos novos contratos de trabalho, que deveriam ter o repúdio e a denúncia corajosa por parte de todos, principalmente, aqueles que estão obrigados a assinar tais contratos, pondo em causa princípios fundamentais da dignidade humana muito presentes e claros no Ensino Social da Igreja.
Outra das constatações é a predominância por parte de alguns governos europeus para que os Estados deixem de exercer a sua função reguladora, de responsabilidade social e de garante do bem-estar das populações, privatizando serviços e bens públicos tão importantes para a qualidade de vida dos cidadãos, que permitiram grandes avanços civilizacionais. O crescente aumento das desigualdades sociais e a pobreza persistente, provocados especialmente pelas gravosas medidas de austeridade aplicadas em vários países, principalmente no sul da Europa, pelas elevadas taxas de desemprego e pela desvalorização do trabalho e do salário foram apontados como consequências deste modelo de desenvolvimento assente numa economia do conhecimento, baseada no imaterial e num sistema financeiro desregulado e com fraca articulação com a economia real, que mercantiliza os trabalhadores e a sua vida social, apoiado por políticas que admitiram e até ajudaram que se instalasse a imoralidade e a desumanização.
Em reflexão estiveram também as nossas convicções cívicas e cristãs e as fontes onde alimentamos a nossa persistência, a nossa esperança e a nossa fé. Tendo presente as novas condições do mundo do trabalho, a globalização da economia e a transição do modelo industrial para uma economia baseada no conhecimento, verificamos que a doutrina social da Igreja recomenda, antes de tudo, evitar o erro de considerar que as mudanças em curso ocorrem de modo determinista, havendo, sempre, a possibilidade de encontrar outras alternativas. “O fator decisivo e «o árbitro» desta complexa fase de mudança é o ser humano, que deve continuar a ser o verdadeiro protagonista do seu trabalho” (Compêndio da Doutrina Social da Igreja nº 317). “Mudam as formas históricas em que se exprime o trabalho humano, mas não devem mudar as suas exigências permanentes, que se resumem no respeito dos direitos inalienáveis do ser humano que trabalha” (CDSI nº 319).
O «pleno emprego» é um objetivo imperioso para todo o ordenamento económico” (CDSI nº 288). Por isso, torna-se premente a defesa do trabalho, para todos, que dignifique a pessoa que o executa, e que lhe garanta meios suficientes para o seu sustento e das suas famílias, seja nos empregos existentes seja na criação de novos postos de trabalho.
A estratégia 2020 da União Europeia, tem como preocupação a criação de empregos, promovendo a integração dos trabalhadores na vida e na gestão das empresas, tornando-os participativos das decisões económicas e sociais das empresas e a usufruir da justa remuneração. Realça, ainda, a defesa dos recursos naturais e responsabilidade ambiental, tão pertinente para este tempo. Entretanto foram apontados alguns desafios aos participantes neste seminário, dos quais destacamos: Estar atentos e centrar o nosso olhar, combatendo todas as formas de injustiça e de sofrimento que vivem tantos trabalhadores e suas famílias; dar mais importância à formação ao longo da vida, porque não se podem construir alternativas sem pessoas conscientes; ter novos estilos de vida, mais solidários, justos e humanos, promotores da cultura da solidariedade e do bem comum; defender a qualidade do trabalho através da contratação coletiva, assegurando desta forma a primazia das pessoas sobre a economia e os mercados financeiros.
Para esta mudança de paradigma é fundamental a renovação e o fortalecimento dos sindicatos, sendo só possível com o envolvimento de todos os trabalhadores. E também, a participação de todas as pessoas, que estão a indignar-se e a reagir dizendo que têm um papel a desempenhar nesta mudança, o que representa um sinal de esperança. Como trabalhadores cristãos devemos sentir-nos especialmente interpelados para estes compromissos e testemunhos de vida. Porque vivenciamos as dificuldades e sofrimento, devemos tomar parte na solução. Devemos fomentar o compromisso nos sindicatos, nos partidos políticos e em outras plataformas, como espaços da nossa missão evangelizadora. Este seminário contou com o apoio financeiro do EZA – Centro Europeu para os Assuntos dos Trabalhadores e da UE – União Europeia.
 
Equipa Executiva Nacional da LOC/MTC

JURISTAS EUROPEUS DEFENDEM DIREITOS SOCIAIS!

Quase seis centenas de juristas e advogados da Europa assinaram este ano um Manifesto em defesa
dos direitos sociais, componente essencial do projeto europeu.
Dizem eles: «A atual Comissão Europeia, juntamente com a troika, está a desrespeitar os elementos básicos do Modelo Social Europeu e o espírito da Declaração de Filadélfia. Por conseguinte, o modelo social está passar – num silêncio virtual – por uma completa desconstrução e, em última análise, talvez pela sua destruição. Se o Modelo Social Europeu fracassar, como é que o projeto europeu no seu conjunto pode ter sucesso?
Os signatários da presente declaração opõem-se a esta atitude e às medidas a que conduziu. Exortamos a UE e as suas instituições a voltarem a dar cumprimento integral às suas obrigações legais e objetivos políticos e a assumirem a responsabilidade por uma Europa Social sustentável. ....» VER MANIFESTO

CFTL PROMOVE DIA DO ASSOCIADO!

O Encontro está agendado para o fim-de-semana de 19 e 20 de Outubro 2013, no CFTL, em Coimbra, associando duas actividades: no sábado, ECOTOPIAS, em parceria com as juntas de freguesias de Torres do Mondego, Santo António dos Olivais. No domingo celebrar-se-á o dia do associado, com um programa aliciante, que brevemente vos será enviado.
 O ideal é que as pessoas participem nas duas acções mas também podem só aderir à do domingo. Há um par de anos que pensamos realizar o chamado dia do Associado do CFTL. O tempo foi passando e não se proporcionou concretizar tal evento. Porém, este ano, apesar de todas as condicionantes provocadas pela crise económica e financeira que atravessamos, queremos corporizar tal Encontro de sócios. Entre as diferentes razões que nos assistem para promover a reunião dos Associados, apontamos algumas: 
a) Consideramos importante que os associados se conheçam, porquanto há muitos que se fizeram membros e quase nunca participaram, nem nas Assembleias Gerais, nem noutro tipo de actividades;
 b) Consideramos pertinente a sua integração e ligação entre os corpos gerentes e os restantes sócios; c) Consideramos fundamental a partilha de ideias, projectos, de envolvência e de compromisso com o nosso CFTL, pois ele é um projecto aberto a todos mas só alguns é que colaboram voluntariamente, na sua vida associativa; 
d) Consideramos que uma vez por ano os associados deveriam promover um encontro, fora das tradicionais AGs anuais, num espaço descontraído, de lazer, de convívio e de trocas de ideias, de sonhos, de desafios para o presente e para o futuro. Caro associado participa e convida a tua família e amigos para a FESTA!