UGT NÃO ACEITA AUMENTO DO TEMPO DE TRABALHO!

Em declaração para o tempo de antena da UGT, no passado dia 23, o seu Secretário Geral, Joao Proença diz que esta Central Sindical não aceita o aumento do tempo de trabalho por dia.Segundo este sindicalista«Esta é uma proposta que apenas contribuirá para mais desemprego e mais desregulação laboral.

Serão poucas as empresas que em 2012 terão aumento da produção devido a correspondente aumento de mercado. Esta medida apenas contribuirá para reduzir postos de trabalho, e para que as empresas possam dispor livremente do horário de trabalho, não permitindo a conciliação da vida entre a vida profissional e a familiar dos trabalhadores. Mais, não podemos esquecer os custos sociais brutais que esta medida trará ao País e o facto de pôr em causa os limites máximos do horário de trabalho – 8 horas diárias e 40 horas semanais, tão duramente conquistadas».

Para João proença o ano de 2012 será muito difícil pois « Os ricos são cada vez mais ricos e as famílias enfrentam cada vez mais dificuldades, aumentando a pobreza e a exclusão. É por isso muito difícil aceitar políticas de redução de salários e pensões, que levam ao empobrecimento dos portugueses e que apenas contribuem para aumentar as desigualdades.



Não podemos aceitar a política do “posso quero e mando”, muito menos aceitar a ideia de que é sempre possível pedir mais sacrifícios sempre aos mesmos - os trabalhadores e os pensionistas.

Não podemos deixar de nos congratular com esta posição clara do Secretário Geral da UGT!As 40 horas semanais foram muito difíceis de conquistar!

BOAS FESTAS!

A palavra Natal sai com dificuldade da boca de muitos! Não há Natal sem esperança que um menino, Deus feito homem na fé cristã, simboliza! O impossível afirma-se como possível, a divindade torna-se humana!


Este desafio é para toda a humanidade. O ser humano está acima de tudo, algo que este sistema económico e as nossas democracias ignoram cada vez mais em nome do dinheiro. Tal significa que é legítima e necessária a luta contra um sistema que marginaliza os fracos e os pobres e empobrece cada vez mais os que trabalham! Há que renovar a esperança, há que voltar a ser Natal! Boas Festas!

IGUALDADE DE OPORTUNIDADES NO TRABALHO:discurso e prática!

A BASE-FUT realiza de 9 a 12 de Fevereiro um seminário internacional sobre igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e conciliação da vida profissional e familiar na UE.
Os horários de trabalho e a estratégia comunitára 2020 vão ser um dos temas fortes do referido seminário que conta com a participação de diversas organizações de trabalhadores do espaço comunitário!

O seminário vai ter lugar num momento importante  da UE sob ponto de vista político e esperam-se participantes da Alemanha,França,Espanha e Roménia.Entretanto estão a ser dirigidos convites a vários investigadores e dirigentes associativos e sindicais para intervirem neste evento que deve deorrer num Hotel de Lisboa!

SINDICATOS MUNDIAIS DEFENDEM EMPREGO JUVENIL!

A Confederação Sindical Internacional (CSI) no ãmbito da TUAC (Organização Sindical Consultiva na OCDE) enviaram um documento aos lideres dos países do G20 , reunidos na cidade do México, sobre o desemprego juvenil.Um enorme desafio económico e social!

Nos países do G20 existem 20 milhões de desempregados.Nestes países o desemprego juvenil é extremamente crítico.Entretanto, todos os anos 45 milhões de jovens querem aceder ao mercado de trabalho nestes países.
Os líderes mundiais não podem ignorar esta situação.Neste sentido os sindicatos exigem medidas ao nível do ensino e formação,bem como de salários, precariedade , direitos e proteção social.VER DOCUMENTO

EM TEMPOS DE EXCLUSÃO UM ACORDO EUROPEU PARA A INCLUSÃO!

Em tempos de mercados de trabalho exclusivos em toda a Europa os Parceiros Sociais (patrões e sindicatos) Europeus acordaram num conjunto de generalidades para incluir mais trabalhadores no trabalho!É um texo que nos mostra bem ao ponto a que chegou o diálogo social europeu!

Apesar de tudo para os sindicatos é preferível ter este documento a não ter nada, considerando que esta Comissão não tem qualquer iniciativa válida no campo social.Basta ver a última comunicação sobre o Programa no domínio social!

Ver Acordo-Quadro sobre os mercados de trabalho inclusivos

NATAL!Festa e solidariedade!

A BASE-FUT de Lisboa vai organizar no próximo dia 17 do corrente mês de Dezembro uma Festa de Natal para os companheiros e amigos que se queiram reunir para conviver, lanchar e debater o sentido desta data nas nossas sociedades ocidentais!

O debate será animado por Isabel Cardoso e já conta com inscrições!Apesar da crise não podemos deixar de dar sentido à nossa vida, aproveitar para convivermos e retemperar energias para o próximo ano de 2012!

AUDITORIA CIDADÃ À DÍVIDA PÚBLICA!

«...Na ausência de qualquer vontade por parte das autoridades de encarar o problema da dívida na óptica dos interesses dos portugueses no seu conjunto, tomamos a iniciativa de iniciar um processo de auditoria à dívida pública com os meios ao nosso alcance. A auditoria deve avaliar a complexidade do problema da dívida, calcular a sua dimensão, determinar as partes da dívida que são ilegais, ilegítimas, ou insustentáveis, e exigir, em função dos resultados, a sua reestruturação e a sua redução para níveis social e economicamente sustentáveis.



A realização de uma auditoria cidadã que permita determinar a dimensão e complexidade do problema da dívida pública é um direito legítimo dos portugueses. Está mais que comprovado que a via da austeridade, subserviente aos mercados financeiros, não oferece soluções para nenhum problema, incluindo o do endividamento.»
Ver

TEMPO DE TRABALHO,FERIADOS E MISSÃO DA IGREJA!

Pela profundidade do texto e interpelação que faz em geral e, em particular, aos católicos, publicamos na íntegra o texto de Joaquim Mesquita, sindicalista, que o mesmo enviou ao Cardeal de Lisboa e demais Bispos, bem como a vários grupos de cristãos ligados ao mundo do trabalho.


Até à época do Renascimento, o clero da Igreja católica garantia ao povo um número significativo de feriados, que chegavam a ser mais de cento e cinquenta em alguns países da Europa. Na actualidade, dos poucos que restam em Portugal, decidiu abdicar de dois feriados religiosos – sob a condição de ser eliminado igual número de feriados civis.

O aumento de tempo de trabalho diário, semanal e anual implica, além da perda de tempo de descanso, uma quebra de salário. E torna-se num exemplo paradigmático das consequências dos mecanismos perversos próprios do neoliberalismo que tem vindo a transferir o poder dos cidadãos e das suas estruturas democráticas para as entidades privadas. Através do seu crescente domínio, os accionistas procuram aumentá-lo desregulando o mundo do trabalho e destruindo o Estado Social baseado na solidariedade: é, no fundo, a consolidação da escravatura dos tempos modernos. E os governos, cúmplices destes mecanismos, legislam para que “o monstro” continue a engordar à custa do sofrimento do povo, e do povo que trabalha e tem de sobreviver com as regras de um jogo que não é seu. É que, nesse jogo, são sempre os pobres que perdem, porque os governos dos Estados são cúmplices e se empenham em viciar as regras.

Feriados, convívio - partilha e descanso

Em cada feriado religioso proporciona-se a vivência cristã: a consolidação da fraternidade no encontro, na partilha, na comunhão e no perdão. E também pelo convívio e pelo descanso. Com a eliminação destes feriados, que agora se anuncia, anula-se em proporção este espaço de possibilidade de humanização.

Entretanto, na comunicação social, mas também nas nossas igrejas, registamos afirmações sobre os privilégios dos portugueses, que recebem os subsídios de Natal e de férias e têm subsídio de desemprego. E sobre estilos de vida e de consumo acima das suas possibilidades, pelo que esta crise até pode ter o seu lado positivo para nos levar a reflectir sobre valores esquecidos e nos conduzir a um modo de vida sóbrio…

A primeira reflexão que me ocorre é sobre o que hão-de pensar, quando ouvem isto, aquelas gentes que sempre viveram em condição de pobreza e de crise, com um orçamento insuficiente para uma vida digna, sobrevivendo com enormes sacrifícios.

A segunda reflexão leva-me a concluir que não encontro uma mensagem consistente e coerente de esperança nas posições do clero da Igreja católica capazes de transmitir alento aos pobres, aos mais fracos, aos marginalizados e aos injustiçados do nosso tempo.

Partilha do poder ou missão profética?

Por último, tenho de concluir que as posições da Hierarquia, de que esta dos feriados pode considerar-se como paradigmática, orientam-se no sentido de garantir a partilha de influência com o poder político. Sendo certo que alguns Bispos têm tomado corajosas posições de denúncia, os sinais percepcionados não são de preocupação com a justiça, mas de equilíbrio entre estruturas de cúpula, onde os visados, concretamente os trabalhadores, estão excluídos. Não só os trabalhadores como os cidadãos e os crentes desta Igreja, os cristãos. E também não, tanto quanto eu saiba, os que se assumem como militantes dos movimentos da designada Acção Católica. Ao que parece, apenas o Vaticano será consultado.

A ideia que subsiste é a da inevitabilidade perante as decisões políticas tomadas, da necessidade de resignação e conformismo perante estruturas demasiado fortes e aparentemente intocáveis.

Esta mesma ideia de resignação é a que prevalece na sociedade, como promovida pela Igreja católica, ouvindo-se citações alusivas como ”Felizes os pobres…” ou “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus”.

De facto, o objectivo deste sistema é reduzir a vida do povo à situação de pobreza e de escravatura. É interessante como algumas das manifestações de empatia relativamente a esta realidade as tenha encontrado na literatura de ficção: “Os escravos de ontem sangram no tempo de hoje, as naus negreiras ainda cruzam os oceanos… Os ricos enriquecem, os pobres empobrecem. E os outros, os remediados, vão ficando sem remédio… Quando inventam assim maldades sobre o povo, é para abençoar as maldades que se vão praticar sobre ele” (Mia Couto). Afinal, ainda temos profetas, no nosso tempo!

Promover a fraternidade!

A eficácia da Igreja na sociedade não se mede pela sua influência diplomática ou capacidade de organização. Também não se avalia pelo número daqueles que se dizem crentes. Mede-se, sim, pela capacidade de promover a fraternidade e de construir comunidades fraternas, convidando à comunhão, à partilha e à conciliação, e opondo-se a um mundo marcado pelo ódio e o fratricídio. Mede-se, também, pela capacidade que os seus membros demonstram em inspirar e promover a solidariedade nas estruturas em que se encontram comprometidos, no esforço de construção de uma sociedade mais justa. Esta participação é, a meu ver, uma forma legítima, necessária e adequada de compromisso cristão na sociedade, e na medida em que resulte de uma vivência comunitária e teologal, e em resposta aos apelos da consciência.

Se a Igreja pretender afirmar-se como uma estrutura paralela às que existem na sociedade, acabará enredada nos jogos de poder, cairá na tentação de procurar conciliar o inconciliável e abençoar debaixo do mesmo tecto o explorador e o explorado, o faminto e o sobrealimentado, o oprimido e o opressor. Esquecerá que os direitos humanos são, para o homem, de natureza ontológica, e passará a tratá-los no âmbito jurídico e negociável, sujeitos à lógica darwinista e à lei do mais forte ou mais apto, tão ao gosto do liberalismo.

Redizer as Bem-Aventuranças

O cristão sabe que tem como missão colaborar na construção de uma sociedade justa e fraterna, e o mundo do trabalho constitui um teste importante a essa missão. Este é um momento importante que a Igreja deve aproveitar para redizer as Bem-Aventuranças. Os pobres, os famintos, os que choram, os que sofrem por causa da justiça são de facto bem-aventurados porque pertencem, agora, a uma família que não permite situações de pobreza e de fome a ninguém, que consola os que choram e apoia os que sofrem por causa da justiça. É uma família empenhada em executar o plano de Deus: libertar os cativos, curar os cegos, libertar os que sofrem, porque anular o sofrimento humano é a glória de Deus. Empenhada ainda na missão de promover a solidariedade e responsabilidade mútua: «O Senhor disse a Caim: ‘Onde está o teu irmão Abel?’ Caim respondeu: ‘Não sei dele. Sou, porventura, guarda do meu irmão?’». Este episódio bíblico relata precisamente um período de transição conflituosa entre dois sistemas económicos, o da pastorícia nómada para a agricultura dos povos sedentários, resolvido, como se sabe, de modo violento.

O momento que vivemos não pode deixar de constituir um desafio à Igreja. É uma oportunidade que tem de realizar a sua missão, de expressar a razão da sua esperança: ser protagonista da construção de uma sociedade baseada na justiça e na fraternidade, ainda que não o consiga de forma perfeita.

Embora militante e activista em movimentos de natureza ou inspiração cristã e organizações sindicais, não é nessa condição que faço esta reflexão. É simplesmente como cristão, e como cristão leigo. Apesar de ser uma tarefa dolorosa, não posso deixar de a executar, porque constituiria uma violação da minha consciência. Porque, diz o aforismo popular, profundamente verdadeiro, “a consciência é a voz de Deus”.

(JOAQUIM BRITO MESQUITA)

PS: O título e subtítulos são da nossa responsabilidade!

SINDICATOS ESCREVEM CARTA AOS LIDERES EUROPEUS!

A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) escreveu ontem uma carta aos líderes europeus que se vão reunir em Conselho para encontrarem soluções que superem a grave crise do Euro.

Para a CES é urgente construir soluções para o desemprego e pobreza que crescem na Europa!Os sindicatos consideram que é necessário travar as políticas de austeridade que estão a conduzir a UE para uma situação insustentável!Ver carta em francês.Em inglês

DESEMPREGO LEVA Á REVOLTA-Diz OIT!


O aumento do desemprego é preocupante.A Organização Internacional do Trabalho tem companhado a evolução da crise e a destruição sistemática de empregos.

...«Outro dado importante que consta da pesquisa realizada é o facto de que a incapacidade de gerir a crise de emprego levou a um aumento significativo do descontentamento social. Estima-se que 40% dos 119 Países (os Países com informação disponível) enfrentam a perspectiva de uma maior agitação social. O risco estimado desta agitação social é maior nos países com economias desenvolvidas, no Médio Oriente, no Norte de África e, em menor medida, também na Ásia. Por contraste, a agitação social parece ter estabilizado na África subsaariana e na América Latina.

Além do exposto, em 50 dos 99 países (com dados disponíveis), os inquiridos indicam que a sua confiança nos governos nacionais está em declínio, estando a falta de bons empregos no centro destes desenvolvimentos, o Relatório mostra que estas tendências estão fortemente ligadas à situação do emprego e à percepção de que o ónus da crise é partilhado de forma desigual.»...

Resumo do Relatório da OIT sobre o Mundo do trabalho