No inicio da era industrial uma nova economia nasceu e abriu de forma revolucionária uma nova necessidade a de os trabalhadores se organizarem colectiva e reivindicativa ao darem em seu nome poder de representação aos Sindicatos e participarem com direito á greve e á regulação das leis laborais. Foi através de formas pacificas e participadas mas também com lutas que foram conquistados quase todos os principais direitos que hoje estão em causa, destacando-se o tempo do trabalho como a principal medida de referência para pagamento do salário e para o direito ao lazer. O tempo é a própria vida do trabalhador que dedica o seu esforço aquilo que produz e é normalmente por isso que é pago.
Os Sindicatos precisam de ser eficazes, proponentes e exigir o trabalho digno em matérias laborais e quando confrontados com situações de aumentos brutais dos impostos sobre o trabalho e o consumo, despedimentos, cortes nas pensões e subsídios de Natal e Férias, na redução dos salários e nos subsídios, por todas as formas directas e indirectas, como são os casos de aumentos salariais congelados e os horários injustos não remunerados.
Sindicatos devem ser autónomos!
Os Sindicatos devem ser autónomos e depender só dos trabalhadores seus associados e para isso precisa de representação forte, grande capacidade de negociação e de organização dentro dos locais de trabalho, nas empresas, no local geográfico, nacional e internacional.
O Sindicato deve ser próximo. É por tudo isto que os Sindicatos são organizações imprescindíveis e a crise que os afecta precisa de respostas que não devem ser de simples critica ás suas dificuldades. De há muito que se sabe que tudo tem de passar pelo cooperação entre movimentos Sindicais e outros da Sociedade Civil como hoje se diz. É fundamental estabelecer os princípios da solidariedade e da unidade entre todos os trabalhadores, sem esquecer os imigrantes que devem ser enquadrados com os restantes trabalhadores.
O Sindicato deve ser democrático e participativo com mecanismos que fomentem a participação e as mudanças de práticas dando lugar aos mais jovens sindicalistas e proporcionar uma boa formação, serem atractivos na comunicação e transparentes na acção e na unidade.
O Sindicato tem de ser lutador e mobilizador e isso impõe a grande participação dos trabalhadores nas decisões das lutas para isso devem ser sempre ouvidos em primeira mão.
O Sindicato deve fazer alianças e parcerias para isso deve ter uma ligação estreita com outros movimentos e organizações da sociedade, como sejam o movimento de trabalhadores precários, desempregados, organizações de âmbito local, cooperativas, organizações da área da economia social, associações, movimentos de defesa dos consumidores, do meio ambiente e dos utentes
Sindicatos existem para defender os interesses dos trabalhadores
Neste momento em que vivemos há quem afirme e pense que os Sindicatos são um factor de conflitos mas esquecem que ainda vivemos numa sociedade de classes. Para esses os sindicatos deveriam ser organizações enquadradas para servir os superiores interesses das empresas esquecendo o dos trabalhadores.
Os sindicatos não são agentes de irresponsáveis, eles fazem falta á democracia e ao equilíbrio da sociedade de forma justa, protegendo os mais fracos e apoiando o desenvolvimento sustentado, apesar de poder haver lutas e contradições entre várias correntes e sensibilidades sindicais. Todos, á sua maneira, estão a contribuir positivamente para se encontrarem as melhores soluções. É preciso acreditar nos Sindicatos o futuro. Estes, devem de apostar mais na informação e formação dos próprios trabalhadores e dos seus dirigentes. Os sindicatos nunca devem esquecer a procura de uma sociedade nova com melhor distribuição da riqueza criada de forma justa e para todos. É preciso combater as assimetrias, regalias e direitos injustos, a exclusão social e todas as descriminações.
Fomentar o enquadramento democrático da economia de forma sustentável, que aproxime as pessoas e melhore as relações de trabalho. Sucintamente, lutar por Sindicatos activos, democráticos, unitários e por empregos dignos com direitos para todos e com uma maior participação activa e democrática .
João Lourenço, sindicalista
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