O Centro de Formação e Tempos Livres (CFTL) vai realizar de 21 a 23, no Hotel Nova Galé, em Coimbra uma conferencia internacional subordinada ao tema «TRABALHO DIGNO NA UNIÃO EUROPEIA” juntando dezenas de participantes portugueses e de vários países da Europa, incluindo investigadores, sindicalistas, animadores associativos e empresários.
O evento, que tem o apoio do EZA (Centro Europeu para os Assuntos dos Trabalhadores) da BASE-FUT e da Comissão Europeia, visa debater e aprofundar o impacto da crise económica e social nas condições de trabalho e no empobrecimento dos trabalhadores europeus.
No dia 23, pelas 18 horas, será lida uma Declaração Final sobre o trabalho Digno na Europa e conhecidas as principais conclusões da Conferencia.
O aumento inédito do desemprego em Portugal, a degradação da qualidade do trabalho e a emigração em massa de portugueses, em particular dos jovens, está a criar uma situação de recessão e depressão no nosso país.
Portugal perdeu no espaço de um ano mais de 197 mil trabalhadores por conta de outrem. Os salários mais baixos estão a aumentar. Os últimos dados apontam para 155 mil pessoas a ganharem até 310 euros em 2012. A emigração tem sido muito grande. Os dados ainda não são muito fiáveis. Há quem aponte para quase 200 mil pessoas. Sabemos que em 2011 a emigração aumentou 85% em relação a 2010 com 44.000 pessoas a emigrar.
Apesar da redução da diferença salarial verificada a partir de 2003, em 2010 as mulheres continuam a auferir menos 18% do que os homens;
A desigualdade entre mulheres e homens é tanto maior quanto mais elevado o nível de qualificação; A maioria dos lugares de direção e chefia é ocupada por homens; As mulheres representam apenas 43,4% dos quadros superiores;
Esta desigualdade é acentuada nos quadros superiores dado que as mulheres auferem menos 28,2% do que os homens em termos de remuneração.
Aumento dos riscos psicossociais e violência no trabalho, nomeadamente do assédio moral; Apenas 13% das empresas declararam ter procedimentos para lidar com o stresse e com a violência no trabalho; apenas 8% declaram ter procedimentos para lidar com assédio moral.
Diminuição pouco significativa dos acidentes de trabalho apesar do aumento histórico do desemprego. A média nos últimos anos é de 230 mil acidentes de trabalho/ano.
Os últimos inquéritos europeus ás condições de trabalho revelam que algumas destas situações não são apenas portuguesas mas são transversais a outros países europeus, em particular de países do sul e do leste europeu.
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