LIVROS QUE TOMAM PARTIDO!




Pelúcio Flamarion ,Investigador brasileiro, estudou o livro político em Portugal de 1968 a 1980 e
vai agora defender a sua tese no próximo dia 7 de Junho na Universidade de S. Paulo, Brasil.Entre as edições estudadas Flamarion estudou as «edições Base».Estamos muito curiosos para ler os resultados do seu trabalho.


Resumo:

SILVA, Flamarion Maués Pelúcio. *Livros que tomam partido: a edição política em Portugal, 1968-80*. 2013. 617 f. Tese (Doutorado em História Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

O objetivo deste trabalho é analisar a atuação das editoras de livros de caráter político em Portugal entre 1968 e 1980, a fim de verificar o papel político, cultural e ideológico que desempenharam no processo de transformações pelo qual passou o país nesse período. Para isso, busquei:

a) identificar as editoras que realizaram essas publicações e examinar as vinculações políticas que tinham; b) realizar o recenseamento das obras de caráter político publicadas no período em estudo; c) identificar as pessoas e organizações responsáveis por essas editoras e publicações.

A partir dos dados levantados procuro entender como atuavam estes editores, quais suas motivações políticas, ideológicas e empresariais, como organizavam as editoras do ponto de vista intelectual e comercial, e qual o peso das vinculações políticas na vida das editoras.

Em termos cronológicos, o período em foco começa em 1968, com o afastamento por motivos de saúde de Salazar do poder e sua substituição por Marcelo Caetano, e vai até 1980, com a formação do primeiro governo de direita após o fim da ditadura em 25 de abril de 1974.

Uma síntese do trabalho mostra que existiram pelo menos *137 editoras que **publicaram livros de caráter político* em Portugal entre 1968 e 1980, tendo editado cerca de 4.600 títulos políticos no período. Este trabalho apresenta estudos sintéticos sobre 106 destas editoras.

Minha tese é que estas editoras conformaram o que podemos chamar de *ediçãopolítica* no país. Ao realizar um trabalho editorial que vinculava de modo direto engajamento político e ação editorial, estas editoras – e seus editores – atuaram com clara intenção política de intervenção social, tornando-se sujeitos ativos no processo político português no período final da ditadura e nos primeiros anos de liberdade política.


*Palavras-chave:* Edição política – Portugal; História Editorial – Portugal; Revolução dos Cravos.



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