PRECARIEDADE NÃO PODE SER O FUTURO DO TRABALHO!

A BASE-FUT, através do seu Centro de Formação (CFTL) prepara um seminário internacional
sobre a precariedade laboral em Portugal e na Europa com o apoio do EZA e da Comissão Europeia.O evento, que terá a duração de três dias, realizar-se-á no primeiro trimestre de 2014 e prevê a participação de pessoas de vários países europeus.
Entretanto para a preparação vão realizar-se diversas reuniões em vários locais do país e contatos com organizações que defendem os direitos dos trabalhadores precários.Esta trabalho
deve ajudar a comprensão do tema e preparar a ação futura.


«Temos constatado que nos últimos anos a precariedade laboral tem progredido em Portugal de modo particularmente acentuada, em simultâneo com o desemprego, atingindo mais de 50% em alguns setores como a hotelaria, agricultura e construção. No emprego jovem o contrato a termo tornou-se normal sendo, juntamente com o desemprego, um dos mais graves problemas do mercado laboral português.

Esta situação não é boa para as empresas nem para os trabalhadores. Estes, em particular os jovens, sentem-se instáveis e com grandes dificuldades para gizarem um projeto de vida familiar. As empresas ao utilizarem trabalhadores precários em grandes quantidades também não têm pessoas que «vistam a camisola» se empenhem e participem nos objetivos da organização. Entretanto, as empresas de trabalho temporário vão aumentando, algumas clandestinas, e a contratação coletiva sofre uma importante erosão diminuindo assim a qualidade do trabalho e a coesão social em Portugal.

Torna-se deste modo importante aprofundar os efeitos económicos e sociais da precariedade no «mercado» laboral português. Efeitos na vida das empresas e na qualidade de vida e de trabalho dos trabalhadores portugueses. Efeitos, nomeadamente na segurança saúde dos trabalhadores dado que existem estudos que demonstram uma relação entre degradação da saúde dos trabalhadores e precariedade no trabalho.

É importante, por outro lado, confrontar esta situação com a política da União Europeia sobre a flexisegurança. Pode a política de flexisegurança contrariar a precariedade ou pelo contrário a estará a alimentar no caso português?

A reflexão sobre estas questões e as respetivas conclusões devem contribuir para o debate mais alargado sobre a evolução das reformas laborais na EU e o papel do diálogo social e, em particular, da participação dos parceiros sociais na construção europeia.»(extraído dos objetivos do projeto)



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