UMA SINGULAR SINDICALISTA DE BASE!



Por Fernando Abreu

Ó povo dos pobres, povo discriminado,
que fazes aí, com ar tão parado,
O mundo dos homens tem que ser mudado,
levanta-te povo não fique parado.
(cântico da “Pirâmide” das Comunidades Eclesiais de Base do Brasil)



MARIA DAS DORES LOPES, uma das mais extraordinárias militantes sindicais de base que me foi dado conhecer, faleceu a 21 de Abril de 2015.
Associada do Sindicato da Portaria e Vigilância do qual foi dirigente nacional após o derrube do fascismo, distinguiu-se, fundamentalmente, pelo seu empenhamento na ação sindical de base: consciencializando, mobilizando e organizando os trabalhadores do seu sector de atividade profissional nos seus locais de trabalho, o que lhe mereceu o reconhecimento expresso das suas companheira e companheiros de trabalho, bem como de muitos dirigentes do Movimento Sindical que, pela sua ação militante, valorizou e dignificou.
 Sob o fascismo, integrou a ação sindical do Movimento BASE, participou, após a libertação do país, no Plenário Nacional fundador da BASE-FRENTE UNITÁRIA DE TRABALHADORES e, conjuntamente com outros elementos e dirigentes, do seu sindicato, fez parte do Setor de Intervenção Sindical.
Não é, porém, essa sua ligação, que me dita a exaltação de tão singular sindicalista que, atreve-mo a afirmá-lo, merece ser recordada como figura notável do sindicalismo português.

O falecimento da Maria das Dores ocorreu numa fase histórica de crise do sindicalismo nacional e internacional, propícia a que a maioria dos investigadores, analistas e comentadores, sem, nunca ou só muito raramente, referirem as razões externas que condicionam o exercício da atividade sindical nas empresas e a nível nacional e internacional, se empenhem em dar especial destaque, por vezes com mal disfarçado regozijo, à crescente diminuição da taxa de sindicalização e à significativa perda de influência dos sindicatos.Ver texto completo no blogue «Memórias para o futuro»

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