NÓS VALORIZAMOS O VOTO POPULAR!

«...Portugal prepara-se para mais um ato eleitoral a 4 de Outubro. Ao contrário das posições de alguns dirigentes nacionais e europeus relativamente ao caso grego, nós valorizamos o voto popular.Estando longe de ser a única forma de ação política em que os trabalhadores organizados devem estar envolvidos, o voto mantém-se, ainda assim, como uma poderosa arma de mudança política, uma garantia básica de soberania popular e um importante meio de responsabilização dos governos.
O governo da coligação CDS/PSD, escudado no memorando de ajustamento imposto pelo FMI e instituições europeias, aproveitou para realizar profundas alterações ao modelo económico e laboral plasmado na nossa Constituição. E, se mais não fez, foi porque teve de enfrentar a contestação de importantes sectores populares e numerosas decisões desfavoráveis do Tribunal Constitucional.
As políticas deste governo resultaram no empobrecimento da maioria dos portugueses e no atingir de níveis de desemprego históricos. Agravaram o desequilíbrio das relações laborais em prejuízo do trabalho, tendo como consequência salários mais baixos, jornadas de trabalho mais prolongadas e um número crescente de vínculos laborais precários. Construíram e alimentaram fraturas na sociedade portuguesa, colocando trabalhadores uns contra os outros e criaram as bases para a destruição do nosso modelo social, substituindo um modelo assente na solidariedade pelo velho modelo assistencialista, em que em vez dos direitos universais básicos de habitação, ensino e saúde, garantidos aos cidadãos sem discriminação, se impõe o modelo do apoio ao pobre, tornando este eternamente dependente da caridade alheia dos mais ricos, de bancos alimentares e cantinas sociais.

As próximas eleições devem assim provocar a derrota desta governação e alterar estas políticas através da criação de um novo bloco político e social que possa dar um novo rumo a Portugal. Urge a promoção de políticas que valorizem o trabalho e os trabalhadores, a segurança social e educação públicas de qualidade e reponham o equilíbrio nas relações laborais nas empresas, combatendo o trabalho precário e clandestino, verdadeiras calamidades do mundo laboral português...»(Extraído das conclusões da reunião da Comissão para os Assuntos do Trabalho da BASE realizada no dia  12 de Setembro passado em Coimbra)

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