Por João Lourenço*
Uma das primeiras medidas
que o atual governo tomou foi parar ,e bem ,o processo da degradação dos transportes públicos, embora as
soluções estejam a exigir uma maior rapidez. Vínhamos de uma estratégia que apontava para a concessão da exploração a privados, os mecanismos apontados
e justificativos eram a degradação da qualidade e uma baixa prestação do serviço
público de mobilidade.
Todos sabemos que as cidades grandes estão muito saturadas de
carros particulares a que é preciso reduzir. Para contrariar esta situação, é urgente
mais e melhores transportes de preferência coletivos e públicos centrados na exigência de maior qualidade e eficiência em todos os serviços.
No entanto as grandes empresas citadinas como é o Metropolitano
e a Carris de Lisboa assim como os da cidade do Porto estão algo abandonados não
podendo ser esquecidos nem mantidos com reduzidos meios financeiros e materiais
e sem uma qualidade satisfatória, fator exigido pelos possíveis utilizadores. Sem
isso não serão atraídos pelos utentes do presente e do futuro.
Por todas as razões é preciso combater a preferência dada
pelos particulares ao amplo uso do carro privado e individual. São conhecidas
as razões que nos levam a concluir que é necessário melhorar a oferta e a
qualidade dos transportes públicos coletivos.
Assim é necessário contrariar o desinvestimento continuado
por parte das empresas de transportes e as razões que levaram a uma excessiva
degradação do material circulante. Não se compreende porque não há ainda uma
reação enérgica dos utentes contra o estado a que se chegou. Que não faltem mais
as peças para reparar equipamentos como o que se está a acontecer nos meios
circulantes, ou em algumas estações com obras imparáveis e muito demoradas, exemplo
a estação do Areeiro em Lisboa. Há ainda casos anunciados como é o da estação
de Arroios que não arranca, assim como o que acontece frequentemente nas várias
escadas rolantes e nos elevadores avariados e parados. Todos os dias os utentes
são confrontados com situações de autênticos sacrifícios.
Apesar do muito desemprego existente é confirmada a falta de
recursos humanos sobretudo no Metro e Carris de Lisboa, é por isso urgente a
admissão de trabalhadores. Também não é sustentável manter os trabalhadores com
um congelamento salarial e a retirada de direitos sociais, tal como acontece
nos STCP do Porto provocando uma grave desmotivação para um trabalho tão
exigente.
A presente situação obriga a uma urgente solução que motive
os utentes e os trabalhadores a não desistirem e isso passa pelo desbloquear
dos problemas mais motivação na aposta da mobilidade com qualidade especialmente
porque os serviços são direitos dos trabalhadores e do público em geral. Com
investimentos necessários cumprir metas, manter e criar novas linhas e
disponibilizar material de qualidade e eficiente garantindo boas condições. Cumprindo
estes preceitos poderemos melhorar a qualidade de vida ao reduzir o desemprego
e o impacto da entrada de milhares de veículos que todos os dias entram nas
cidades, poupando assim muitos custos económicos e ambientais.
*Sindicalista e dirigente da BASE-FUT
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