«A denúncia espontânea ou casual avisou a polícia dos locais onde deveriam realizar-se atos de sabotagem,
necessários, visto que a agitação prévia, apesar de centenas de milhar de manifestos e proclamações editadas, não era suficiente para um movimento de larga envergadura.Esses locais ou serviços onde a sabotagem deveria ser exercida estavam na hora própria policiados.
Em Lisboa e arredores o movimento, em relação aos preparativos feitos,mal foi esboçado, o mesmo sucedendo noutras terras do país, com desligações de vias férreas, o descarrilamento de comboios, cortes de fios elétricos, explosão de bombas, etc.
Apenas na Marinha Grande, o maior centro vidreiro do país, o movimento foi total.Ali os operários tomaram de assalto o posto da Guarda Republicana, o Posto dos Correios, a Central Elétrica, etc só sendo vencidos pelas numerosas forças da polícia,de infantaria, de cavalaria e artilharia, idas de Leiria, que os cercaram e prenderam, depois de algum tiroteio.
Seguiu-se-lhe a repressão, as prisões em massa, os espancamentos e toda a série de torturas e maus tratos sobre os presos, trazidos de Almada, Barreiro, Silves,Évora, Guimarães,Coimbra, Leiria e Marinha Grande para Lisboa.Além dos maus tratos sobre os desta cidade, alguns dos quais já se encontravam presos antes da eclosão do movimento.....o governo ordenou que aos presos fossem aplicadas as máximas penalidades considerando aquele movimento como de rebelião armada contra a segurança do Estado.E assim o fatídico Tribunal Militar Especial ditou aos presos sentenças que variaram entre dois a vinte anos de prisão, no lugar de desterro, escolhendo o governo para este o Tarrafal, um dos lugares mais mortíferos da doentia Cabo Verde.... do livro do sindicalista Manuel Joaquim de Sousa «Últimos Tempos de Ação Sindical Livre e do Anarquismo Militante»,Edi. Antígona.
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