ROSA LUXEMBURG-Uma lutadora esquecida!



A 5 de março de 1871 nasceu na Polónia Rosa Luxemburg.Não devemos esquecer esta mulher militante, inteligente e humana que tanto lutou por uma democracia de base na Alemanha.Ela foi militante no primeiro partido socialista alemão (PSD), partido proibido durante 12 anos por Bismarck.Depois de ser reconhecido , o partido cresceu muito e veio a ter influência na parlamento mas deixou de ser revolucionário.Rosa Luxemburg criticou isto, analisando o sistema capitalista na Alemanha.A sua obra mais conhecida é «Reforma Social ou Revolução» (1889) onde ela defende que os trabalhadores devem continuar a lutar contra o sistema capitalista e onde critica os sindicatos que «choram pateticamente por pseudo – direitos».Ela era também uma notória defensora das greves gerais e criticava os «ditadores» dentro dos sindicatos e partidos políticos.
Mais tarde criticou a posição do PSD pois este partido era a favor da grande guerra de 1914.Foi ela ela (e não Lenin como é geralmente pensado) quem elaborou a teoria sobre o imperialismo pois via que o capitalismo alemão estava-se a expandir.Em 1918 participava na criação do Partido Comunista Alemão.
Por tudo isto passou anos e anos na prisão, onde era colocada sucessivamente por diferentes partidos.Dentro da prisão escreveu muitas cartas a amigos e algumas destas cartas foram recolhidas e publicadas em português no livro«Cartas de Prisão» da Editora Assírio e Alvim (1975).Lendo estas cartas, vê-se que esta mulher militante, corajosa, inteligente sabia e sentia muito bem porque lutava.A esperança, a ternura das suas cartas estão em contraste enorme com a sua morte violenta que as autoridades acharam necessária: ao sair da prisão em 1919, ela e Karl Leibknecht foram atacados à paulada e aos pontapés por soldados reaccionários. O seu corpo foi jogado num canal e Leibknecht morto a tiro.E esta mulher, que sabia que seria assassinada escreve as primaveras que vê chegar através da pequena janela na sua cela..
Helena Berends in Autonomia Sindical nº 5, Abril/Junho de 1982.

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