"O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, deixa o aviso: a greve geral da Função Pública, que reúne os sindicatos do sector das duas centrais sindicais e que se realiza quinta-feira, é apenas a "preparação da ampliação da luta".
Considerando que a paralisação dos funcionários públicos é "indispensável", o líder da intersindical alerta para a possibilidade de virem aí, nos próximos tempos "mais tentativas de porrada sobre os trabalhadores". "Podemos considerar que a greve surge num momento em que todos os sacrifícios que vão ser pedidos aos funcionários públicos e, por consequência, aos funcionários do sector privado não estão expostos porque ainda não é conhecido o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC)", sublinha Carvalho da Silva.
Recorde-se que na origem da greve geral da função pública está sobretudo o congelamento salarial da função pública em 2010, já anunciado pelo Governo e a possibilidade de haver aumentos inferiores à inflação até 2013, medida que, tal como avançou o Diário Económico, estará consagrada no PEC.
Os trabalhadores do Estado protestam ainda contra as novas regras da aposentação previstas no Orçamento do Estado, que penalizam mais as reformas antecipadas. Daí que, para Carvalho da Silva, esta paralisação seja vista como "uma greve de protesto justa"."Esta greve tem três dimensões: é de protesto, porque é necessário fazer a denúncia; é de alerta para os impactos de muitas políticas, como a desarticulação da Administração Pública; mas também é de preparação para a ampliação da luta", avisa o secretário-geral da CGTP.
O emprego tem de ser criado no sector privado e no público, defende Carvalho da Silva. Mas o Governo, lembra o sindicalista, na apresentação do Orçamento do Estado para 2010, "vangloriou-se de reduzir postos de trabalho na Administração Pública e promete agora reduzir mais ainda, vangloriando-se também pela redução salarial." Tudo isto faz com que "milhares e milhares" de funcionários públicos se sintam mal tratados e que queiram reformar-se. Porém, "quantos mais trabalhadores com vínculo estável saem da Administração Pública, mais precários entram no Estado", diz, referindo-se à redução de cerca de 70 mil funcionários públicos desde o início do primeiro Governo de José Sócrates.
É por todas estas razões que Carvalho da Silva vê com bons olhos a união entre as estruturas sindicais da função pública da CGTP e da UGT, que já não se juntavam há três anos para uma greve geral. A última greve ocorreu em Novembro de 2007 e foi contra a imposição do Governo em atribuir aumentos salariais de 2,1%...."(Diário Económico de hoje)
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