Nas décadas de 70, 80 a adesão ao sindicalismo era uma necessidade inerente ao clima laboral da época. Presentemente verifica-se um desinteresse crescente pelo sindicalismo.
Na senda da precarização do trabalho, os jovens mostram receio de aderir aos sindicatos. São vários os motivos para esta não aderência.
Em primeiro temos o receio que a entidade patronal saiba que é sindicalizado(a), e que daí infira que é um trabalhador(a) que gosta de revindicar, logo que irá trazer problemas para a empresa, mesmo que este seja um trabalhador(a) precário(a). A cada vez maior falta de emprego leva os jovens a aceitarem um emprego com baixas remunerações e baixas condições de trabalho, ou seja, o que interessa é aceitar um trabalho a qualquer preço.
Em segundo, a desacreditação nos sindicatos. Os jovens trabalhadores (as) de hoje não acreditam que os sindicatos resolvam os seus problemas. São cada vez mais e mais frequentes as noticias de que num confronto empresa/sindicato, as empresas ganham as causas, e os trabalhadores (as) são prejudicados (as), na sua posição na empresa ou na perca do seu posto de trabalho. Do seu ponto de vista os sindicatos não se modernizaram, e não estão capacitados para resolver os seus problemas. Sentindo que lhes sai mais vantajoso, numa situação de conflito, contratarem um advogado(a) pelos seus próprios meios.
Em terceiro a partidarização sindical. Os jovens têm a ideia de que os sindicatos se encontram ligados a alguns partidos políticos ou são de uma tendência partidária. Logo não lhes convêm serem conectados com qualquer destas situações.
No clima laboral actual, surge o(a) trabalhador(a) clean, os seja aquele(a) que não se encontra ligado(a) a partidos politico, nem a sindicatos, não fuma e não bebe, ou seja é aquele(a) que tem mais possibilidades de ter/manter o seu posto de trabalho.
Alguns factores que contribuem para a não participação nos sindicatos:
• Individualismo (
• Competitividade entre trabalhadores (A progressão na carreira
• Medo (medo de ser despedido, ou de não lhe renovarem o contrato)
• Eminência do desemprego (com o aumento da taxa de desemprego e o encerramento quase diário de postos de trabalho)
• Partidarização dos sindicatos
• Falta de credibilidade de alguns dirigentes
• Factor económico (muitas pessoas não suportam
• Falta de solidariedade
Jorge Santana, sindicalista e membro da Comissão de Trabalhadores da REPSOL (Sines)
Ver ainda Elísio Estanque
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