…O Papa Francisco
criticou no Vaticano a oferta de salários baixos por muitas horas de trabalho,
a que muitos se sujeitam como consequência do desemprego e da fome. “Hoje há
uma regra, não digo normal, habitual, mas que se vê muitas vezes: 'Tu procuras
trabalho? Vem, vem para esta empresa'. 11 horas, 10 horas de trabalho por 600
euros. 'Gostas? Não? Podes ir para casa?'”, disse Francisco a cerca de sete mil
membros da Confederação das Cooperativas Italianas.
Na audiência de sábado, que
decorreu na Sala Paulo VI, o Papa questionou sobre o que se pode fazer “neste
mundo que funciona assim” e deu como exemplo as filas de pessoas à procura de
emprego. “Se tu não gostas, outro há de querer. É a fome, a fome que faz
aceitar aquilo que te dão, o trabalho irregular”, alertou. Outro exemplo de
Francisco foi em relação ao trabalho doméstico e questionou se todos os homens
e mulheres que trabalham como “domésticos têm a proteção social para a
reforma”. "O pensamento vai em primeiro lugar para os jovens porque o
desemprego juvenil é dramaticamente elevado.
Nalguns países da Europa é de 40,
50 por cento e destrói a sua esperança”, comentou. Francisco não esqueceu
também as mulheres que “têm necessidade e vontade de entrar no mundo do
trabalho” e os adultos que ficam “prematuramente sem emprego”. Aos elementos da
Confederação das Cooperativas Italianas, pediu ainda que tenham atenção para as
empresas que “estão em dificuldades”, aquelas que “convêm deixar morrer aos
velhos patrões” mas podem ser recuperadas com as iniciativas designadas
'Workers buy out'. O Papa desafiou as cooperativas italianas a “globalizar a
solidariedade” e incentivou-as a “inventar” novas formas de cooperação….(Revista
Ecclesia)
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