Começou a frequentar a BASE-FUT aos
dezasseis anos, quando o Fernando Abreu, amigo do pai e fundador desta
Organização, passava regularmente por casa a “raptá-lo”, para ajudar o José
Eduardo nas oficinas das Edições BASE. Com a morte do seu pai, também militante
da BASE,começou como estagiário na Secretaria Comercial da FIAT AUTO
PORTUGUESA.
Em Novembro de
1982 é um dos fundadores de O MALTA - Grupo de Jovens da BASE-FUT. Em finais de
1985 cumpre o serviço militar obrigatório na Escola Prática de Transmissões no
Porto.
No Plenário
Nacional de Militantes de 1986 (Vila Nova de Gaia) ingressa na Comissão
Politica Executiva Nacional, convidado pelo sindicalista do Porto Júlio
Ribeiro. Nos finais dos anos oitenta, O MALTA editou o livro “Porquê ensinar as
crianças a brincar à guerra” e faz coisas impensáveis: concertos musicais,
arraiais de Santo António, no Largo Heinz Ribeiro, passeios, excursões, visitas
de estudo, acampamentos, etc… e criou O MALTINHA, sector que se ocupava das
actividades para crianças até aos doze anos.
Em
1986, com um grupo de escuteiras francesas, que passaram uns dias em Lisboa e
no CFTL, iniciaram-se os intercâmbios entre jovens portugueses e franceses, que
mais tarde deram origem aos Campos de Férias Internacionais em cooperação com o
Culture et Liberté de Moselle e o seu grande animador Jean Claude de Luca,
durante anos, foi director destes campos de férias no Verão, que muito ajudaram
a compreender outras coisas, a ler a vida.
Foi eleito coordenador da BASE-FUT
ainda muito jovem
Tinha
25 ou 26 anos, quando começou a coordenação rotativa da Organização, sendo que
em 1990 assume a coordenação nacional da BASE-FUT de forma efectiva. Nessa
altura, embora partilhasse os princípios defendidos pela BASE-FUT, tornava-se
necessário outra linguagem, para além duma linguagem muito sindical, para
atrair O MALTA e proceder à transformação para uma organização político -
cívica, sem perder de vista as origens da BASE.
Começou a participar nas reuniões internacionais da
Secção Europeia CMT, era Carlos Custer o secretário-geral desta confederação
sindical .Por não ser da mesma escola da maior parte dos militantes (Acção
Católica Operária), sentia-se um bocado offsider, numa BASE-FUT “sui generis”…Mas
teve de se adaptar, dando o seu cunho pessoal à liderança !
A
organização, numa mutação sustentada, marca presença noutros palcos, ocupa-se
do CFTL (foi um dos fundadores), torna-se menos sindical e mais política, mais
social e com outra relação com os partidos políticos, deixando cair a concepção
de que os militantes não poderiam ser filiados em partidos.
A
BASE-FUT reencontra-se na política com o processo da candidatura da Maria de
Lurdes Pintassilgo a Presidente da República e inscreve-se nesse arco da
política dos anos 90, sem nunca perder a sua matriz, com uma posição clara,
equidistante em relação aos partidos de direita e esquerda. Esta é a BASE-FUT
que surge após um período de alguns anos, onde teve um estilo mais
revolucionário de acordo com os momentos vividos.
Novos desafios na BASE-FUT
Em
1994, com a adesão na altura da BASE-FUT ao EZA descobre uma outra dimensão
internacionalista, com maior influência e outros horizontes. Mais tarde, em
2010, é eleito para o Conselho de Administração do EZA, neste momento já em
representação do CFTL, sendo reeleito para os últimos mandatos e pertencendo
ainda ao comité de qualidade desta rede europeia!
Em
2007 no Congresso Nacional em Pombal, consegue que a organização dê alguns
sinais de vitalidade, recuperando alguns jovens para os seus órgãos sociais e
integrando novos militantes.
No
Congresso de 2014 ,não se querendo já recandidatar a Coordenador Nacional,
acabou por aceitar continuar contra a sua vontade e fazendo um grande esforço pessoal.
Agora,
no próximo Congresso em maio próximo, sem deixar de continuar a ser dirigente da
BASE-FUT, o João Paulo deixou claro que não continuará como Coordenador
Nacional!
A
BASE-FUT apenas pode dizer-lhe um grande OBRIGADO pelo seu empenhamento para
além do que é exigível, e durante tantos anos, certamente contando com ele para
novos desafios que se perfilam no horizonte nas lutas pelo trabalho digno a
nível nacional e internacional e por uma BASE-FUT mais audaz, coesa e
inovadora!
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