N0V0 RUM0 PARA A BASE-FUT!



Antonina Rodrigues foi eleita, em maio passado, Coordenadora Nacional da BASE-FUT.É a primeira mulher a estar na liderança de uma 0rganização com quase 42 anos, tantos como a democracia portuguesa.Uma 0rganização onde as mulheres tiveram sempre um papel central, em igualdade com os homens.
Nesta breve entrevista Antonina Rodrigues apresenta as razões pelas quais aceitou este novo desafio e avisa que é necessário que a BASE leve mais longe e a mais pessoas a sua mensagem, a sua visão e forma de agir na defesa dos trabalhadores.

1 – Porque aceitaste este novo desafio de seres coordenadora da BASE?
Aceitei o desafio porque achei que era muito aliciante olhar para dentro da organização e dar-lhe um novo rumo, um novo formato. Todas organizações têm um inicio, uma fase de crescimento, uma fase de estabilização, e uma fase de declínio, e antes que uma organização entre em declínio é importante que seja revigorada para que se mantenha na dinâmica pretendida, caso contrário corre o risco de entrar em declínio ou mesmo extinção. É pois necessário introduzir novas dinâmicas, novas ideias. E eu penso que serei capaz de dar um contributo para este revigoramento, de ser uma mais-valia para a organização.

2 – Na tua opinião quais são os grandes desafios que a BASE tem pela frente?
Um dos grandes desafios é o transmitir a mensagem, quer internamente quer externamente . Do meu ponto de vista a BASE-F.U.T, é uma organização que  não se tem dado muito a conhecer, tem estado demasiado fechada sobre si própria, pelo que era importante dar-se mais a conhecer quer nível nacional quer a nível internacional. É essencial neste tipo de organização que se passe a mensagem, que cada vez mais pessoas saibam  o que estamos a fazer, tudo aquilo que  produzimos como reflexão e como opinião.
Outro objectivo é a captação de mais militantes, sendo que este objetivo está em consonância com o anterior, porque quando transmitirmos a nossa mensagem há sempre alguém que tem curiosidade, que quer participar, que quer utilizar os nossos recursos, os nossos saberes e que pretenda aderir à organização. Quantos mais participarmos, melhor e maior será a  BASE.F.U.T. A palavra de ordem é portanto, Adere e Participa!

3 – Estás preocupada como a atual situação social e politica na Europa?
Penso que todos nós estamos muito preocupados com a situação da Europa no seu global, mas especialmente com os problemas  sociais , até porque os problemas laborais são cada vez maiores, cada vez mais globais. É cada vez mais  preocupante a precarização laboral, o desemprego, a expolição dos direitos dos trabalhadores, a tanto custo conquistados. 

Preocupa-nos as dificuldades que os jovens têm em se juntar aos sindicatos, a sua pouca mobilização ao sentirem que têm tudo a perder, devido às pressões patronais.
Claro que também merece a minha particular atenção questões europeias como o fluxo de migração vindo da Síria ou a questão do Brexit, que não sabemos quais vão ser as consequências.

4 – Aponta dois desafios a considerar para que para o sindicalismo nacional e europeu possa ser mais atrativo?
Um deles é perceber como é possível aliciar os jovens a lutar pelos seus direitos, a se sindicalizarem. Outro desafio  é  dotar de competências os mais jovens trabalhadores para formar novos sindicatos para as novas profissões que surgiram nestes últimos anos.

5 – O atual governo PS, sustentado em acordos à esquerda tem pés para andar?
Penso que sim.  Considero, que por  se ter constituído de uma forma  diferente, pode conseguir caminhar.   Esta coligação era impensável até agora, e  para mim é um motivo de satisfação que a esquerda se una, até porque ouvimos durante muito tempo, que a esquerda não tinha capacidade para se unir, que não se  conseguiam  consensos.
No entanto penso que esta união democrática aconteceu porque são estes lideres, este PS com o António Costa, é este BE com a Catarina Martins, este PCP com o Jerónimo de Sousa.  Temos de ter esperança!

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